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Estado de Minas TESTE: TRÊS PARA QUATRO

Fiat Strada Adventure CD 1.8 - O lado lúdico do charme

Se a picape pequena cabine dupla foi um golpe duro na concorrência, a Strada com três portas deverá amolar ainda mais. O desempenho do motor 1.8 flex é muito bom; caçamba está mais alta, mas a visibilidade piora


postado em 04/12/2013 10:10 / atualizado em 04/12/2013 10:18



A Fiat sai na frente mais uma vez ao lançar a terceira porta na picape Strada, que lidera folgadamente o segmento. Nem precisava, mas a montadora de Betim prima por soluções criativas e parece adorar desafios. A Strada cabine dupla de três portas é prova de que há muita coisa guardada nas estantes de segredos da fábrica. Desde que as picapes passaram a ser usadas também como automóvel, a criatividade não pode ter limite.

VEJA MAIS FOTOS DA STRADA ADVENTURE!

Dirigentes da Fiat arrepiam ao ouvir a denominação “suicida” para adjetivar a porta lateral traseira direita da Strada cabine dupla. O motivo é a abertura inversa à da frente. Eles preferem “reversa”. Para evitar acidentes com a possível abertura indevida, a terceira porta só abre se a da frente e do mesmo lado estiver escancarada. Foi desenvolvida uma maçaneta especial no lado interno da porta que funciona bem tanto no lado de dentro quanto no de fora. A porta adicional facilita ainda mais o acesso ao banco traseiro.

A terceira porta é menor do que as outras duas, aboliu a coluna central (B) e facilita o acesso ao banco traseiro, cujo encosto é posicionado mais verticalmente do que os dos carros de passeio. Por isso, o conforto é limitado. Além disso, o espaço para as pernas não é grande. Lá atrás, só criança ou adulto em percurso curto. Há apenas dois lugares.


A caçamba está mais alta e com maior capacidade de carga. O dilema é que a visibilidade traseira, que não era lá grande coisa, pois o vidro vigia distorce a imagem, está ainda mais limitada. No estilo, as lanternas traseiras têm novo desenho, estão mais elevadas e invadem a lateral. A linha de cintura alta deixa a picape mais elegante. O conjunto ficou bonito e agrada até aos que não apreciam picapes como carro de passeio.

PNEU Curiosamente, o que chama atenção são os pneus de passeio em vez dos de uso misto. Os primeiros custam cerca de metade do preço e, apesar da vocação para o fora de estrada leve, a maioria dos proprietários usa a picape na cidade. O freguês paga R$ 200 pelo estepe porque a roda é de liga leve.



Incomoda ainda o peso da direção em manobras. Na estrada, vai bem. Há algum tempo, a engenharia optava pela leveza exacerbada. É preciso encontrar o ponto de equilíbrio: nem leve nem pesada. O motor é mais que suficiente para embalar a picape. Sobram força e potência com a caçamba vazia. Se o motorista esquecer de trocar marchas, o motor compensa. Basta pisar no acelerador para obter resposta imediata. O consumo na cidade com etanol foi de 5km/l e cerca de 10km/l na estrada.

O interior está sofisticado, com forração em couro cinza bicolor (opcional), quadro de instrumentos de fácil visualização e volante reúne comandos diversos.

 

AVALIAÇÃO TÉCNICA

Acabamento da carroceria
O estribo tem formato circular, seria mais prático se fosse reto. A porta do lado esquerdo tem montagem razoável, mas as do lado direito estão desniveladas entre si e a carroceria, com destaque para a terceira porta. A pintura contém impurezas. A tampa da caçamba está descentralizada. Os apliques plásticos em toda a carroceria, estribos, conjunto do teto/grade protetora e arco superior, capota marítima e proteção interna da caçamba, têm montagem satisfatória. NEGATIVO



Vão do motor
A insonorização é satisfatória. O acesso à manutenção é bom e o leiaute, razoável. A identificação e o manuseio dos itens de verificação constante são fáceis. POSITIVO

Altura do solo
Não há interferência com o solo numa utilização normal do veículo sobre piso misto, com carga máxima. POSITIVO

Climatização
Não tem regulagem diferenciada de temperatura para condutor e passageiro. É por comando manual. Está bem vedado. Apresentou um bom funcionamento, com boa vazão pelos difusores de ar, e a rumorosidade da caixa de ar é aceitável. O tempo gasto para climatizar o habitáculo foi satisfatório. POSITIVO




Freios
É bom o comportamento dinâmico e o ABS está bem calibrado. O pedal de freio tem boa sensibilidade e relação, e o sistema apresentou reações uniformes nos dois eixos. Em frenagem simulada de emergência, sobre piso de terra cascalhada e asfalto seco/molhado manteve a trajetória e a desaceleração foi satisfatória. O freio de estacionamento atuou normalente. Não houve perda de eficiência de frenagem no sistema, depois de uso mais severo em longa descida sinuosa com o veículo carregado. POSITIVO

Câmbio
As relações de marchas/diferencial proporcionam uma dirigibilidade prazerosa no uso misto com poucas trocas, favorecida pelo motor 1.8. A embreagem é macia e tem boa progressividade. A qualidade de engate é boa em precisão e maciez, mas o curso da alavanca é longo. Tem inibidor de marcha a ré. Em 5ª marcha, a 110km/h, o motor trabalha na rotação de torque máximo (2.800rpm), assim como em 3ª, a 60km/h. REGULAR

Motor
A sua performance é boa, proporcionando uma dirigibilidade agradável em rodovias e na cidade. As retomadas de velocidade e aceleração satisfazem bem e são razoáveis com carga máxima e ar ligado. O sistema flex funcionou bem e é pequeno o ganho no rendimento com etanol. A rumorosidade de funcionamento é aceitável. POSITIVO

Vedação
Boa contra água e poeira (com a ventilação interna na velocidade máxima). POSITIVO

Encosto bastante vertical penaliza conforto no banco traseiro(foto: Marlos Ney Vidal/EM/D. A Press)
Encosto bastante vertical penaliza conforto no banco traseiro (foto: Marlos Ney Vidal/EM/D. A Press)


Nível interno de ruídos
O habitáculo não é silencioso quando se trafega sobre piso de terra, asfalto ruim e paralelepípedo. O efeito aerodinâmico é notório e crescente a partir de 100km/h. NEGATIVO

Suspensão
O conforto de marcha é razoável para este tipo de veículo, mas tem perda relevante com carga máxima e em relação à versão com pneus 205/70R15 de uso misto da versão anterior. A estabilidade, apesar da sua altura do solo, é boa, e consegue contornar curvas de raios variados em velocidade (asfalto seco/molhado e terra batida), com precisão e inclinação moderada da carroceria. Com carga máxima, as reações são bem delicadas na simulação de forte desvio com retorno imediato à faixa original. REGULAR

Direção
A coluna de direção tem somente regulagem angular em altura, com bom curso. O diâmetro de giro é longo e incomoda em manobras de garagem/estacionamento. A precisão na reta e em curvas é razoável com carga máxima. O sistema Locker, que já tem eficiência limitada, fica prejudicado pela não adoção dos pneus de uso misto. Apresentou baixa rumorosidade em curvas sobre piso irregular. As cargas do sistema assistido poderiam favorecer mais em maciez e leveza no uso urbano/estacionamento, que é um pouco pesado, sendo satisfatório em rodovias. A velocidade do efeito retorno satisfaz. Com o veículo carregado e em velocidade, as suas reações são bem mais sensíveis e rápidas, mas, ainda, em nível aceitável. REGULAR

 


Iluminação
Tem sensor crepuscular. Os faróis de dupla parábola, somados aos de neblina e de longo alcance, proporcionam uma ótima iluminação no baixo e no alto. Não tem regulagem elétrica de altura, mas é fácil a alteração da altura do facho, por meio de alavanca atrás do corpo dos faróis. Há luz de cortesia somente no porta-luvas e no teto há uma lanterna próxima ao retrovisor, com resultado razoável em iluminação. POSITIVO

Limpador do para-brisa
Tem sensor de chuva. Ao esguichar seis jatos de água no para-brisa o sistema entra em funcionamento automático, com palhetas de boa qualidade, que varrem uma área apenas aceitável (deixa grande parte próxima à coluna A suja, do lado esquerdo). O reservatório d’água instalado dentro do vão motor tem o bocal de enchimento com o diâmetro pequeno e mal posicionado (muito perto da vareta de sustentação do capô), além de não ser visível o seu nível. REGULAR



Estepe/macaco
O estepe tem a roda e o pneu iguais aos de uso. Está instalado dentro do vão de carga, atrás da parede divisória da cabine. Para retirá-lo é necessário remover a capota marítima e utilizar porca autoadaptadora antifurto. O kit de troca está instalado abaixo do assento traseiro, que deve ser basculado. A operação de troca é demorada e cansativa. REGULAR

Ferramentas
Há uma chave de fenda combinada com Philips.     POSITIVO

Alarme
A chave de ignição é codificada. Há proteção volumétrica dentro do habitáculo contra a invasão pela quebra dos vidros, e proteção perimétrica das partes móveis, contra arrombamento. Ao dar comando para travar as portas, os vidros sobem automaticamente e o sistema antiesmagamento funcionou bem. POSITIVO

www.danieltecnodan.com.br
Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan


Clique para ver os detalhes da avaliação ergonômica(foto: Arte EM)
Clique para ver os detalhes da avaliação ergonômica (foto: Arte EM)


 

FICHA TÉCNICA
» MOTOR

Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, flex, 1.747cm³ de cilindrada, 16 válvulas, de potência máximas de 130cv (g) e 132cv (e) a 5.250rpm e torques máximos de 18,4kgfm (g) e 18,9kgfm (e) a 4.500rpm

» TRANSMISSÃO

Tração dianteira, com câmbio manual de cinco velocidades

» DIREÇÃO

Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

» SUSPENSÕES/RODAS/PNEUS

Dianteira, do tipo McPherson, com rodas independentes, braços oscilantes inferiores transversais e barra estabilizadora; e traseira, eixo rígido tipo Ômega, mola parabólica longitudinal / 6 x 16 polegadas, em liga leve / 205/60 R16

» FREIOS

Disco ventilado na dianteira e tambor na traseira, com ABS

» CAPACIDADES
Tanque, 58 litros; de carga (**) (passageiros e bagagem), 650 quilos; Da caçamba (**), 680 litros; peso, 1.253 quilos


» DIMENSÕES (A x B x C x D X E) (m) (*)

4,47 x 1,74 x 1,65 x 2,75 x 0,19

» DESEMPENHO

Velocidade máxima (km/h) (**)    178(g) e 179 (e); Aceleração até 100km/h (**)    10,6 (g) e 10,3 (e)

» CONSUMO (km/l) (***)

Cidade    8,5 (g) e 5,1 (e);
Estrada    13,5 (g) e 10 (e)    

(*) A: comprimento, B: largura, C: altura, D: entre-eixos e E: altura do solo
(**) Dados dos fabricantes
(***) Medição caderno Vrum

EQUIPAMENTOS
» DE SÉRIE

Ar-condicionado, ABS, airbag duplo frontal, direção hidráulica, chave comando do tipo canivete, pneus de uso urbano, regulagem de altura do banco do motorista, entre outros.

» OPCIONAIS

Retrovisor interno eletrocrômico, sensores de chuva e crepuscular, kit de parafusos antifurto nas rodas, comandos de rádio no volante, bloqueio do diferencial (Locker), bancos em couro bicolor, câmbio dualogic, capota marítima, retrovisores externos elétricos, rádio CD MP3/WMA integrado ao painel, volante com alavanca borboleta e volante em couro com comando de rádio.

NOTAS

Desempenho    9
Espaço interno    8
Caçamba    8
Suspensão/direção    8
Conforto/ergonomia    7
Itens de série/opcionais    8
Segurança    8
Estilo    8
Consumo    7
Tecnologia    8
Acabamento    8
Custo-benefício    7

QUANTO CUSTA?

A Fiat Strada cabine dupla tem preço sugerido de R$ 54.360 e com todos os opcionais,
R$ 65.272. A versão testada com câmbio manual tem preço sugerido de R$ 62.622.


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