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Estado de Minas ESTE É FOLGADO E ESPAÇOSO

Dodge Durango V6 3.6 tem ótimo pacote de série mas é desajeitado para a cidade

Para se dar bem no seleto segmento dos utilitários-esportivos premium de sete lugares, ele tem um atraente pacote tecnológico de conforto e segurança. Mas é um grandalhão. Preço parte dos R$ 159,9 mil


postado em 10/12/2013 10:00 / atualizado em 10/12/2013 13:47



Trata-se de um fato que acontece com frequência no Brasil: a montadora demora tanto tempo para trazer um modelo produzido no exterior que quando ele desembarca aqui já tem outro novo lá. Com o Dodge Durango não foi diferente. A Chrysler fez o lançamento (oficial) do modelo 2013 no mercado em março e, nesse mesmo mês, lançava o 2014 no Salão de Nova York. Portanto, o modelo atualmente vendido aqui não passou pela pequena reestilização (da frente e traseira, incluindo faróis, lanternas, para-choques etc.), não tem câmbio automático de oito velocidades, painel com tela de 8,4 polegadas nem quadro de instrumentos renovado. O novo Durango só chega no segundo trimestre de 2014.

VEJA MAIS FOTOS DO DURANGO V6 3.6

AMERICANÃO Produzido em Detroit, nos EUA, o modelo é um típico utilitário americano. A frente tem a grade característica dos Dodges, com aquela enorme cruz e cromados por todos os lados. Destaque para os faróis com luz de xenônio de duplo refletor. A barra cromada em baixo reforça o estilo elegante. Mas a frente é muito baixa para um utilitário-esportivo com tração integral, o que poderia ser um convite para um fora de estrada, mesmo que seja leve. De perfil, há cromados em toda parte: soleira, fechaduras das portas, capa dos retrovisores, barras no teto e nas enorme rodas de liga, que têm um certo ar de tuning. Na traseira, chamam a atenção as linhas que misturam elegância (reforçada pela barra cromada acima da placa) e esportividade, as lanternas com formato horizontalizado e o defletor de ar no teto.

CABE ATÉ A SOGRA Um dos problemas do Durango dá para ser percebido de cara: as suas generosas dimensões externas. Na estrada e na hora de transportar a família, é uma beleza, pois há espaço de sobra para quase todo mundo. Na segunda fileira de bancos, viajam com conforto dois adultos, pois quem senta no meio é incomodado pelo apoio de braço embutido no encosto e pelo formado do assento. Já a terceira fila acomoda bem dois adultos de até 1,70m, mas a entrada é um pouco complicada. O porta-malas tem boa capacidade quando se usam apenas as duas fileiras de bancos. Com sete ocupantes, ela cai bastante (272 litros) e se limita a duas malas. Detalhes interessantes: a tampa traseira tem abertura e fechamento automático (com aviso sonoro); e há uma lanterna com luz de LED embutida na parede do porta-malas, que pode ser útil numa troca de pneu à noite. Estepe fica do lado de fora.




DESAJEITADO Mas esse abundante espaço interno custa caro na hora de rodar no trânsito urbano, onde quase tudo é apertado. É difícil encontrar uma vaga, assim como colocar o Durango nela. Ainda bem que o motorista conta com o auxílio dos sensores e da câmera de ré, imprescindíveis nesse carro; e o modelo tem um diâmetro de giro pequeno, o que ajuda bastante na hora de entrar e sair de locais apertados. A posição de dirigir é excelente e fácil de ser encontrada, pois existem regulagens elétricas do banco do motorista e da coluna de direção e duas memórias (que incluem rádio, banco e retrovisores), o que facilita quando o carro é dirigido por motoristas diferentes.

Está mais para um crossover
Apesar da tração integral, Durango tem pouca altura do solo e é melhor no asfalto

O interior tem acabamento de qualidade e mistura as cores preta (na parte de cima do painel e dos painéis de porta, no console e no volante) e bege (revestimento de couro dos bancos, parte de baixo do painel de instrumentos e das portas e no console), contrastando com detalhes imitando madeira (faixas centrais do painel e painéis de porta) e metal (volante, saídas de ar, aros dos instrumentos do etc.). O pacote de conforto é bom, mas deixa de fora o GPS integrado ao sistema multimídia e o fechamento dos vidros quando se aciona o alarme. Destaque para o DVD no teto, com dois headphones sem fio, que torna mais agradável a viagem dos passageiros dos bancos de trás. A lista de segurança é completa e os controles de tração e estabilidade são bastante úteis num utilitário alto e pesado como esse.


RODANDO O motor V6 3.6 Pentastar é adequado para a proposta familiar do Durango. Seus 286cv são aproveitados de forma bem razoável, pois ele mostra fôlego nas ultrapassagens e roda macio quando se quer passear e apreciar a paisagem. O câmbio automático está bem dimensionado e as trocas são suaves. Mas as respostas são um pouco lentas, mesmo quando se recorre ao kick-down (ato de pressionar a fundo o pedal do acelerador para reduzir marchas); e falta a opção de troca manual junto ao volante (só tem na alavanca). O consumo é proporcional ao tamanho (5,07m de comprimento por 1,80 de altura e 1,92m de largura) e peso (2.312 quilos) da “criança”: em estrada de pista dupla com pouco movimento, dois adultos e ar ligado, o computador de bordo registrou o pico de 8,9km/l. A suspensão é um pouco macia demais e não absorve bem as irregularidades do piso.


AVALIAÇÃO TÉCNICA
ACABAMENTO DA CARROCERIA

A qualidade da pintura é boa, mas o para-lama dianteiro direito apresenta imperfeições. As quatro portas têm pontos com desnivelamento entre si e a carroceria. O capô está desalinhado com a base da coluna A no lado direito e no para-lama esquerdo. REGULAR

VÃO DO MOTOR

O V6 preenche bem o vão, sendo limitado o acesso na parte posterior e nas laterais. O capô é sustentado por mola a gás e tem bom ângulo de abertura. O resultado do isolamento acústico em relação ao habitáculo é muito bom, assim como o isolamento térmico. O vão tem aspecto organizado e limpo e os itens de verificação constante têm fácil identificação e manuseio. POSITIVO

ALTURA DO SOLO

Não foram observadas interferências com o solo, apenas leves raspadas na aba plástica inferior do para-choque dianteiro em algumas situações. Com carga de 500kg e trafegando com prudência sobre piso irregular usual, ele passa bem. O veículo não tem chapa protetora inferior. REGULAR



CLIMATIZAÇÃO

O sistema é automático digital e funcionou bem. O painel tem seis difusores de ar, sendo dois na extremidade do console central e quatro no teto que proporcionam em pouco tempo a sensação de conforto no habitáculo. O condutor e o passageiro da frente têm a opção de regulagem diferenciada de temperatura. A caixa de ar tem sete velocidades e o sistema está bem vedado. POSITIVO

EMILIO CAMANZI TAMBÉM TESTOU O DURANGO, VEJA:


FREIOS

Os conjuntos dianteiro e traseiro estão bem dimensionados para o peso do veículo e a motorização. Em frenagens fortes na entrada de curvas, com o veículo em alta velocidade, não ocorre o afundamento exagerado do eixo dianteiro e a desaceleração é eficiente e linear. O ABS tem ótima sensibilidade, assim como o pedal de freio. O freio de estacionamento é acionado por comando a pedal e atuou normalmente. Depois de uso mais severo em longa descida sinuosa, a resistência térmica foi satisfatória. POSITIVO

CÂMBIO

O conjunto tem opção de uso manual sequencial só na alavanca principal. O sistema de tração 4x4 integral auxilia bastante no handling. As trocas são suaves e com boa rapidez. O quadro de instrumentos tem display de bom tamanho, informando a marcha e o modo selecionados. POSITIVO

Todos os sete lugares têm apoios de cabeça e cintos de três pontos(foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
Todos os sete lugares têm apoios de cabeça e cintos de três pontos (foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)


MOTOR

Com carga e ar-condicionado ligado, o motor ainda rende bem e a perda na performance é pequena. Ele é elástico e o seu funcionamento, silencioso e sem vibrações. As retomadas de velocidade e aceleração são boas e proporcionam uma dirigibilidade prazerosa e segura. As curvas de potência e torque são muito boas. POSITIVO

VEDAÇÃO

Boa contra água. POSITIVO

NÍVEL INTERNO DE RUÍDOS

O efeito aerodinâmico é bem contido, mesmo em alta velocidade. Os pequenos ruídos no habitáculo surgem ao trafegar sobre piso de paralelepípedo, asfalto ruim e terra. REGULAR

SUSPENSÃO

O conforto para um utilitário dessa dimensão, peso e motorização é razoável. Há transferência das imperfeições em algumas condições de piso. A estabilidade é boa, mas limitada numa condução mais agressiva, na qual os eficientes sistemas eletrônicos de tração e estabilidade intervêm com eficácia. REGULAR

DIREÇÃO

A precisão na reta e em curvas agrada. O conjunto tem boa resposta e sensibilidade em rodovias, com o veículo em alta velocidade. O diâmetro de giro é razoável para as dimensões do conjunto roda/pneu (265/50R20) e a velocidade do efeito retorno, aceitável. O conjunto apresentou nível baixo de ruídos em curvas sobre piso irregular. POSITIVO

Ar-condicionado é de três zonas e sistema multimídia não contempla a navegação(foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
Ar-condicionado é de três zonas e sistema multimídia não contempla a navegação (foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)


ILUMINAÇÃO

O quadro de instrumentos tem fácil leitura e iluminação permanente. Os faróis apresentam bom resultado em iluminação no baixo/alto. Há luzes de cortesia no porta-luvas, para-sóis, zona dos pés do condutor e passageiro e porta-malas. No teto, há três sessões com lanternas, todas com duplo spot integrado, sendo a central e a posterior móveis. O porta-garrafas do console central, maçanetas e porta- trecos das portas dianteiras têm iluminação. POSITIVO

ESTEPE/MACACO

O estepe está acondicionado sob o porta-malas, em suporte basculável, e tem roda em aço e pneu (245/65R18) diferente dos de uso. A operação de troca não é simples nem limpa. O acionamento do sistema de basculamento é por dentro do vão de carga. NEGATIVO

LIMPADOR DO PARA-BRISA

A área varrida no para-brisa por palhetas de boa qualidade é ótima, assim como o funcionamento dos esguichos (do tipo spray em V), que têm excelente abertura e vazão. No vidro traseiro, o sistema de limpeza é eficiente também, com campo de visão razoável. O acesso ao reservatório de água (que fica dentro do vão do motor) é fácil. POSITIVO

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


ALARME

Os vidros das portas dianteiras têm função um toque para descer/subir e o sistema antiesmagamento atuou com precisão. Existe proteção perimétrica das partes móveis, mas falta a volumétrica contra a invasão do habitáculo pela quebra dos vidros. Ao dar comando para travar as portas, os vidros não sobem automaticamente. REGULAR

VOLUME DO PORTA-MALAS

O declarado é de 490 litros (até o teto) e o encontrado (com a terceira fileira de bancos na posição normal e sem ultrapassar a cortina superior, e utilizando-se o fundo falso abaixo do nível da tampa superior) é de 272 litros.

www.danieltecnodan.com.br

   
(*) Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan.


Clique para ampliar!(foto: Arte EM)
Clique para ampliar! (foto: Arte EM)


 

FICHA TÉCNICA
» MOTOR

Dianteiro, longitudinal, seis cilindros em V, 3.604cm³ de cilindrada, 24 válvulas, que desenvolve 286cv de potência a 6.350rpm e 35,4kgfm de torque a 4.300rpm

» TRANSMISSÃO
Tração integral e câmbio automático de cinco velocidades

» SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, do tipo McPherson; e traseira, multilink / 8 x 20 polegadas, em liga leve / 265/50 R20

» DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica



» FREIOS
A disco nas quatro rodas, sendo ventilado na dianteira e sólido na traseira, com ABS

» CAPACIDADES

Do tanque, 93 litros; e de carga (passageiros e bagagem), 615 quilos

EQUIPAMENTOS
» DE SÉRIE

Freios ABS, airbags frontais, laterais e de cortina; controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, faróis com regulagens de altura, câmera de ré, bancos dianteiros ventilados, sistema de fixação de cadeiras infantis, sistema de monitoramento da pressão dos pneus, ar-condicionado, direção hidráulica, ajuste elétrico da coluna de direção em altura e distância, bancos revestidos em couro, volante aquecido, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, rádio com MP3, Bluetooth e entradas auxiliar e USB, ajustes elétricos dos bancos dianteiros, volante multifuncional, teto solar com acionamento elétrico e DVD no teto com dois headphones sem fio.
 
» OPCIONAIS

Não tem.

QUANTO CUSTA?
O Dodge Durango é comercializado no Brasil em duas versões: a de entrada, Crew, que custa R$ 159.900; e a topo de linha, Citadel, que sai por R$ 199.900.


Notas (0 a 10)

Desempenho    8
Espaço interno    10
Porta-malas    7
Suspensão/direção    8
Conforto/ergonomia    8
Itens de série/opcionais    9
Segurança    9
Estilo    8
Consumo    7
Tecnologia    9
Acabamento    9
Custo-benefício    7


 


 

 

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