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Estado de Minas

Logan 1.6 Dynamique - O quadradão ficou redondinho

Renault corrigiu o principal ponto fraco do sedã, que era o visual ultrapassado, melhorou o acabamento e manteve o amplo espaço interno


postado em 22/12/2013 12:56 / atualizado em 22/12/2013 13:26

(foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
(foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)

A própria Renault reconhece nos comerciais do novo modelo que o que estava pegando mais no anterior eram as suas linhas ultrapassadas. Em um deles, um rapaz chega na janela, olha para a rua e não identifica o carro como sendo o Logan. E em outro, um manobrista procura pelo carro e também não reconhece o novo sedã. O fato é que o automóvel é fruto de um projeto da Dacia, marca romena do grupo Renault, e havia chegado ao Brasil há cerca de quase sete anos, já com um design ultrapassado. Imagine agora… A marca francesa aproveitou a nova geração para corrigir alguns defeitos da antiga, como o acabamento muito ruim, o banco traseiro que não rebatia e a falta de porta-objetos.

Fôlego na medida certa
O motor 1.6 8V não chega a ser brilhante, mas dá conta da proposta familiar do novo Logan. Por dentro, destaque para o sistema multimídia, com tela do tipo touchscreen

De perfil, o novo sedã da Renault também não se parece nada com o modelo anterior, pois ficou mais arredondado, com a lateral sem frisos e vincos quase imperceptíveis(foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
De perfil, o novo sedã da Renault também não se parece nada com o modelo anterior, pois ficou mais arredondado, com a lateral sem frisos e vincos quase imperceptíveis (foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)

Desenvolvidas com a participação do estúdio de desenho e estilo da Renault para a América Latina, que fica em São Paulo, as linhas do novo Logan trazem a marca da nova identidade visual da Renault, criada por Laurens van der Arcker e lançada em 2010. A frente lembra um pouco a do Clio (renovado em novembro do ano passado), com o símbolo integrado à grade dianteira, que, por sua vez, faz a ligação entre os dois faróis de duplo refletor por meio de uma barra cromada. O capô ficou bem curvo e os faróis de neblina estão envolvidos em uma moldura imitando cromado.

MODERNO

Mesmo de perfil, o novo sedã não lembra em nada o anterior. A lateral não tem frisos e os vincos são quase imperceptíveis. As maçanetas são da cor da carroceria, as rodas, de liga leve, têm desenho elegante e os retrovisores incorporam repetidores de seta. A traseira é alta – por isso os sensores de estacionamento ajudam bem nas manobras em marcha a ré –, as lanternas são horizontais (ao contrário do Logan anterior) e têm estilo mais sóbrio. Destaque também para o ressalto na tampa do porta-malas e para os refletores na parte de baixo dos para-choques.

CONFORTO

A nova geração manteve um dos principais atributos do sedã compacto, que é o amplo habitáculo interno. Cinco adultos viajam com conforto. Mesmo os mais altos e mais rechonchudos não se apertam, já que existe espaço para os lados e para cima. E em uma viagem de férias mais longa, o porta-malas acomoda tranquilamente a bagagem de todos. A Renault corrigiu em parte o problema do banco traseiro, que não rebatia no modelo anterior, sendo que na versão Dynamique (topo de linha) ele é rebatível em 1/3 e 2/3, e na Expression (intermediária) ele se rebate totalmente. Mas na Expression continua como o Logan antigo. Por outro lado, falta rede para prender pequenos objetos e cobertura interna da tampa traseira. O número de porta-trecos cresceu consideravelmente. Ponto negativo: falta cinto de três pontos para quem senta no meio.

POR DENTRO

O acabamento interno melhorou de forma significativa, com materiais de melhor qualidade e aparência. Ele mistura as cores preta (alto do painel, volante, parte de baixo do revestimento em tecido dos bancos dianteiros e traseiro etc.) e cinza (parte de baixo do painel, centro dos painéis de porta, assento e encosto dos bancos e nos apoios de cabeça), com detalhes imitando cromado (pomo da alavanca de marcha, base do volante etc.). O novo painel tem instrumentos grandes e de fácil visualização, exceto o marcador do nível de combustível, que é digital e por traços. Falta termômetro de temperatura do motor. Destaque para o sistema multimídia, com tela do tipo touchscreen, por meio da qual se pode controlar rádio, mídia (USB, iPod etc.), Bluetooth, modo de condução econômica e navegação por GPS. Mas algumas coisas infelizmente não mudaram: os comandos dos vidros traseiros continuam no painel central.

RODANDO

(foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
(foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
O motor 1.6 8V é o mesmo e dá conta da proposta familiar do carro, mas não chega a ser brilhante. O nível de consumo é baixo. Com gasolina, ar-condicionado ligado e duas pessoas, no trânsito urbano, o computador de bordo registrou 10,4km/l. Na estrada, com quatro adultos, ar-condicionado ligado e abastecido com etanol, a média teve pico de 11km/l. O câmbio manual (a versão com o automático ainda não foi lançada) ajuda, com relações de marcha bem escalonadas e sem buracos (quedas de rotação) e engates precisos. O melhor acabamento não se traduz em silêncio e o Logan é barulhento quando roda em calçamento e pisos irregulares. Por outro lado, a suspensão, que passou por melhorias, tem bom compromisso entre conforto e estabilidade e absorve bem as irregularidades. A direção poderia ser um pouco mais macia, para ajudar o motorista nas manobras em locais apertados.

FICHA TÉCNICA

» MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 1.598cm³ de cilindrada, oito válvulas, que desenvolve potências máximas de 98cv (gasolina) e 106cv (etanol) e torques máximos de 14,5kgfm (gasolina) e 15,5kgfm (etanol)

» TRANSMISSÃO
Tração dianteira, câmbio manual de cinco velocidades

(foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
(foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
» SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS

Dianteira, tipo McPherson, com triângulos inferiores e barra estabilizadora; e traseira, semi-independente, com barra estabilizadora / de liga leve de 15 polegadas / 185/65 R15

» DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

» FREIOS
Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS (de série)

» CAPACIDADES
Do tanque, 50 litros; e de carga (passageiros e bagagem), 446 quilos

EQUIPAMENTOS

DE SÉRIE
Airbag duplo, freios ABS com EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem), para-sol com espelho de cortesia, aberturas internas do porta-malas e do bocal do reservatório de combustível, ar-condicionado, direção hidráulica, rádio com CD player, MP3, entrada USB, Bluetooth, comandos elétricos dos vidros, trava e retrovisores, alarme, computador de bordo, desembaçador traseiro, retrovisores e maçanetas externas na cor da carroceria, rodas de liga leve de 15 polegadas, faróis de neblina, controle automático de velocidade, luzes indicadoras de direção nos retrovisores, banco traseiro rebatível em 1/3 e 2/3 e, volante revestido em couro.

OPCIONAIS
Sistema Midia NAV 1.2, sensor de temperatura externa, ar-condicionado automático e sensor de estacionamento.

QUANTO CUSTA

O novo Logan 1.6 8V Dynamique tem preço básico sugerido de R$ 42.100. Com o pacote de opcionais, sobe para R$ 44.250. O modelo também é vendido nas versões Authentique 1.0 16V (R$ 28.990), Expression 1.0 16V (R$ 33.390) e Expression 1.6 8V (R$ 39.490).

Notas (0 a 10)

Desempenho 8
Espaço interno 9
Porta-malas 9
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 8
Itens de série/opcionais 7
Segurança 7
Estilo 8
Consumo 8
Tecnologia 7
Acabamento 7
Custo/benefício 8

Passando o sedã na peneira fina
Conheça os principais concorrentes do Logan e saiba como ele se saiu em nossos testes

ERGONOMIA
(Ciência que estuda a adaptação das ferramentas de trabalho à características do corpo humano)


Avaliação técnica

ACABAMENTO DA CARROCERIA

No painel, destaque para a tela do sistema multimídia(foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
No painel, destaque para a tela do sistema multimídia (foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
O acabamento da pintura não é bom, pois contém alguns pontos com impurezas. Os frisos emborrachados que encobrem a união do teto com as laterais da carroceria só atingem o início da coluna C, deixando o restante do vão exposto, com pontos de solda aparentes. As portas do lado esquerdo estão desniveladas entre si e a carroceria, e as do outro lado têm montagem aceitável. A tampa do tanque de combustível está desnivelada e a do porta-mala, descentralizada e desalinhada. O capô está descentralizado.

VÃO DO MOTOR

Quando aberto, o capô é sustentado por mola a gás. O acesso à manutenção é bem razoável. A sistematização dos vários componentes é racional e os itens de verificação constante têm fácil identificação. O resultado do isolamento acústico do vão (uma pequena parte do revestimento do painel de fogo está muito mal fixada, prejudicando a sua funcionalidade) em relação ao habitáculo é razoável para o seu segmento de mercado.

ALTURA DO SOLO

Não ocorreram interferências com o solo, inclusive quando o carro roda com 460 quilos de carga útil. Existe chapa protetora de aço para toda a zona inferior do motopropulsor.

CLIMATIZAÇÃO

Nas cores preta e cinza, painel da porta tem acabamento melhor(foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
Nas cores preta e cinza, painel da porta tem acabamento melhor (foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
A caixa de ar tem oito velocidades. Falta difusor de ar específico para os passageiros de trás. Apresentou bom funcionamento, com tempo satisfatório para climatizar todo o habitáculo. Sistema está bem vedado. A tecla onde é ativado o ar-condicionado no console central tem função inversa do óbvio, ou seja, a luz indicando que o ar está ligado permanece acesa somente quando está desligado. Além disso, a função recírculo interno (que impede a entrada de ar) tem leitura impressa no display superior do painel informando o inverso, ou seja, quando você não quer a renovação do ar no habitáculo, a mensagem é o contrário, o mesmo acontecendo quando se quer a renovação do ar.

FREIOS

O pedal de freio tem boa sensibilidade e relação. O sistema apresentou reações equilibradas, inclusive em frenagem de emergência com o veículo em velocidade elevada sobre piso seco ou molhado. O comportamento dinâmico foi bom na cidade e na estrada. O ABS funcionou de forma eficiente e o freio de estacionamento atuou normalmente.

CÂMBIO

A qualidade de engate é razoável em precisão em maciez. A embreagem é macia, tem boa progressividade e curso, além de resistência térmica satisfatória em arrancadas seqüenciais em subida. As relações de marchas/diferencial atendem bem ao peso do carro e rendimento do motor, favorecido pelo fato de o torque máximo atuar em uma rotação média (2.850rpm). O curso da alavanca é bom, assim como a pega no pomo e o seu posicionamento no túnel central. O trambulador tem baixo nível de ruído.

MOTOR

O nível de ruídos de funcionamento é baixo. A performance é boa para a cilindrada e arquitetura do cabeçote (8V) no uso misto. As retomadas de velocidade e aceleração satisfazem para a proposta desta versão, com motor1.6, em função do peso (de 1.063kg) em ordem de marcha. Com o ar-condicionado ligado e carga útil, a perda no rendimento é grande, mas ainda proporciona uma dirigibilidade razoável. Há um ganho significativo no rendimento quando se usa somente etanol.

VEDAÇÃO

Boa contra água.

NÍVEL INTERNO DE RUÍDO

Ao trafegar sobre pisos irregulares, surgem vários ruídos no habitáculo. O efeito aerodinâmico é aceitável até 110km/h, depois passa a incomodar.

SUSPENSÃO

O conforto de marcha é razoável, sendo prejudicado também pela calibragem dos pneus homologados (35lbs. na dianteira e 32lbs. na traseira), independentemente do peso a bordo. A estabilidade é muito boa e contorna curvas de raios variados em velocidade, com boa precisão e rapidez, além de inclinação moderada da carroceria.

DIREÇÃO

A coluna de direção tem regulagem em altura, com bom curso. A precisão na reta e em curvas é boa, assim como as suas reações, com boa leveza e sensibilidade. O conjunto apresentou baixo nível de ruídos em curvas sobre calçamento e estrada de terra. O efeito-retorno tem velocidade aceitável e o diâmetro de giro é limitado em manobras de estacionamento.

ILUMINAÇÃO

O banco traseiro tem três apoios de cabeça, mas quem senta no meio não conta com cinto de três pontos(foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
O banco traseiro tem três apoios de cabeça, mas quem senta no meio não conta com cinto de três pontos (foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
O grupo óptico dianteiro tem duplo refletor e apresentou boa eficiência no baixo/alto. Falta regulagem elétrica de altura em função da carga transportada. O quadro de instrumentos tem fácil visualização noturna e, durante o dia, nem tanto. Tem luz de cortesia somente no porta-malas e no porta-luvas. Na zona anterior do teto, há uma lanterna com spot fixo somente para o passageiro, com resultado razoável em iluminação. Os interruptores elétricos instalados nos painéis de porta têm iluminação quando os faróis/faroletes estão acesos, mas a regulagem elétrica dos retrovisores externos não tem.

LIMPADOR DO PARA-BRISA

Ao esguichar água no para-brisa, por meio de dois jatos do tipo spray em V(com boa vazão e abertura), o sistema de limpeza entra automaticamente em funcionamento, com palhetas de boa qualidade. A área de varredura é razoável. Instalado dentro do vão do motor, o reservatório de água tem fácil acesso, mas a tampa poderia ser na cor azul, para melhor identificação. Não tem sensor de chuva, mesmo para esta versão topo de linha.

ESTEPE/MACACO

O estepe fica dentro do porta-malas e tem a roda em aço, mas o pneu é igual aos de uso. O kit de troca está instalado nas laterais do vão de carga. A operação de troca é normal, mas é necessário substituir os parafusos pelos específicos de roda em aço, que vêm no kit.

ALARME

Existe chave de ignição codificada e proteção perimétrica das partes móveis contra abertura forçada, mas falta a volumétrica contra invasão através da quebra dos vidros. Ao dar comando para travar as portas, na própria chave, os vidros não sobem automaticamente. REGULAR

VOLUME DO PORTA-MALAS

O volume declarado pela fábrica é de 510 litros, o mesmo confirmado pela nossa medição.

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