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Estado de Minas

Reposição - Hyundai sem peças

Importadora de veículos da marca para o Brasil tem dificuldade em suprir demanda por itens que


postado em 04/04/2009 16:45

Empresário Ronaldo de Oliveira teve dificuldades para encontrar a carcaça da caixa de marchas do seu caminhão leve HR(foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press)
Empresário Ronaldo de Oliveira teve dificuldades para encontrar a carcaça da caixa de marchas do seu caminhão leve HR (foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press)
O servidor público Rogério Orlando Gonçalves comprou, em março de 2008, um Hyundai Tucson 2.0 zero-quilômetro. Com menos de um ano de uso, o carro precisou ser rebocado duas vezes: a primeira, por um problema no sensor de troca de marchas; a segunda, por defeito no compressor do ar-condicionado, que levou 32 dias para ser solucionado, à espera da peça de reposição. Ambos os problemas surgiram pouco depois de duas revisões. "Não faz sentido uma marca que apregoa ser segura e que dá cinco anos de garantia permitir que quem comprou o veículo fique sem o carro e sem um automóvel reserva, por mais de um mês", desabafa.

A marca também deixou insatisfeito o empresário Ronaldo de Oliveira Cunha, dono de um caminhão HR, usado por funcionários da empresa. Com menos de um mês de uso, em um dia de chuva, o motorista não conseguiu se desviar da tampa de um bueiro e a carcaça da caixa de marchas foi danificada. Começou a vazar óleo e a troca da tampa da carcaça era inevitável. Ronaldo procurou a peça em duas concessionárias da marca. "Na primeira, falaram que não havia a peça no Brasil; na segunda, disseram que tinham, mas, na verdade, não tinham, e o carro ficou parado por cerca de 30 dias à espera da peça. Foi um grande prejuízo, já que o veículo é usado para o trabalho", afirma. Ronaldo lembra, ainda, que ficou sabendo de casos de diversas pessoas que, como ele, esperavam por peças da marca Hyundai.
O Tucson do servidor Rogério Orlando foi rebocado duas vezes em menos de um ano(foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press)
O Tucson do servidor Rogério Orlando foi rebocado duas vezes em menos de um ano (foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press)

Geral
A reclamação por falta de peças para veículos Hyundai tem sido constante. Os próprios gerentes de oficina das concessionárias autorizadas da marca admitem o problema, mas garantem que só acontece com peças esporádicas, sendo de fácil reposição tudo o que diz respeito a desgaste natural, como troca de pastilhas de freio, velas etc. Outro problema são os pneus, da marca Hankook, também importados, caros e de difícil substituição no Brasil. Em algumas concessionárias, inclusive, funcionários já admitem que, apesar dos cinco anos de garantia dados pela Hyundai para o veículo zero, muitos consumidores abrem mão dos direitos (para se manter a garantia é preciso fazer todas as revisões e/ou outros consertos somente em concessionárias autorizadas) e partem para o mercado paralelo.

Só que a dificuldade enfrentada pelo mercado paralelo é a mesma, já que, de fato, a raiz do problema parece estar na importação das peças para o Brasil. Já habituado com o inconveniente, o dono da Viegas Reparação Automotiva, Eduardo Viegas, diz que tenta contornar o problema consultando distribuidores em todos os estados: "Vamos procurando, de Norte a Sul, até conseguir encontrar todas as peças e fechar a necessidade de cada cliente". Mas, mesmo assim, às vezes o esforço não é recompensado. Viegas lembra que, recentemente, o Tucson de uma cliente, que havia sido batido, já estava parado há mais de 60 dias e ele ainda calculava mais um mês de espera: "Ela acabou procurando uma concessionária, pois eu não tinha como garantir que ia conseguir todas as peças".

De acordo com Viegas, no que diz respeito à funilaria, há falta de todo tipo de peça, inclusive para-lama e para-choque. Com relação aos itens de desgaste natural do veículo, ele concorda que a reposição é fácil. "Mas peças de lataria e iluminação, principalmente, são muito complicadas. Se bater, o consumidor está a pé", diz. Em relação à procura pelo mercado paralelo, mesmo enquanto o veículo está em garantia, ele atribui o fato à falta de estrutura das concessionárias para atender clientes, já que a venda de veículos da marca é grande, provavelmente maior do que o esperado, gerando grande demanda também por oficinas.

O caderno de Veículos do jornal Estado de Minas entrou em contato com o grupo Caoa, responsável pela importação dos modelos Hyundai para o Brasil, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

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