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Estado de Minas AVENTURA

Casal de brasileiros percorre América Latina em Volkswagen Kombi 1978

Guru Expedição: Kombi motorhome foi o veículo escolhido para rodar 40 mil quilômetros em países da América Latina. Conheça detalhes do modelo clássico adaptado para virar a casa dos aventureiros


postado em 30/12/2015 14:22 / atualizado em 30/12/2015 15:52

A mais de 6 mil metros de altitude, o casal Gustavo Leite, 34, e Ruth Werblowsky, 33, posa ao lado da Kombi Açaí ao fundo o vulcão Chimborazo, no Equador(foto: Guru Expedição/Divulgação)
A mais de 6 mil metros de altitude, o casal Gustavo Leite, 34, e Ruth Werblowsky, 33, posa ao lado da Kombi Açaí ao fundo o vulcão Chimborazo, no Equador (foto: Guru Expedição/Divulgação)
Uma Volkswagen Kombi fabricada em 1978, um casal de aventureiros e um longo caminho pela frente. Em março deste ano, Ruth Werblowsky, 33, e Gustavo Leite, 34, deixaram São Paulo para percorrer o Brasil e outros oito países da América Latina em uma versão motorhome do modelo clássico de veículo fabricado pela Volkswagen. A uma velocidade média de 75km/h, imposta pelas limitações do veículo, a previsão é rodar cerca de 40 mil quilômetros em um ano de viagem. Depois de passar pelas regiões Nordeste e Norte do Brasil, percorrer a Venezuela, Colômbia, Equador e Peru, os viajantes estão na Bolívia e de lá seguem para o Chile, Argentina e Uruguai antes de entrarem novamente no território nacional pela região Sul e retornar à casa.


Formada em Hotelaria, Ruth conta que a paixão por viajar pedia mais que 30 dias de férias por ano para conhecer o mundo. Já o geógrafo e professor Gustavo planejava uma viagem “sem relógio e calendário” há cinco anos. Juntos tomaram a decisão que 2015 seria o tão sonhado ano para realizar o projeto “Guru Expedição”. Deixaram cada um seu emprego fixo, transformaram o apartamento na Vila Madalena, na capital paulistana, em um carro e o quintal de casa passou a ser o mundo. Durante o planejamento, cogitaram viajar de carro, moto, ônibus e trem, mas segundo eles, o destino colocou a Kombi Açaí - nome dado pelo casal - no caminho.

Em Uberlândia, Minas Gerais, ainda no início da expedição, o casal mostra o quarto que ocupa dentro da Kombi(foto: Guru Expedição/Divulgação)
Em Uberlândia, Minas Gerais, ainda no início da expedição, o casal mostra o quarto que ocupa dentro da Kombi (foto: Guru Expedição/Divulgação)
Foi através de um anúncio na internet que tomaram conhecimento da casa-kombi, que estava há cinco anos estacionada na casa de uma família, na zona sul de São Paulo, e fizeram uma oferta de compra. O veículo que na década de 1990 levava a senhora Margarida, o senhor Nelson e seus três filhos a diferentes destinos turísticos do Brasil, passou a pertencer ao jovem casal que resolveu investir as economias para conhecer e vivenciar diferentes paisagens e costumes na América do Sul.

Negócio feito, mas os pneus estavam murchos, o motor sem funcionar, as mangueiras de combustível ressecadas, a embreagem difícil de pisar e não havia freios. Para tirar a Kombi da garagem, foram mais de 3 horas de trabalho. De lá foi direto para a oficina mecânica e tiveram uma boa surpresa: o motor do carro estava em boas condições.

O veículo já estava equipado com cama de casal, caixa d’água, luz elétrica, banheiro com vaso sanitário e pia, chuveiro, armários, fogão e geladeira.O casal conta que a altura do teto e o espaço interno foram alterados para oferecer mais conforto e versatilidade aos viajantes.
(foto: Guru Expedição/Divulgação)
(foto: Guru Expedição/Divulgação)

Montar uma casa em um carro não foi tarefa simples. Roupas para variadas temperaturas e ocasiões, utensílios de cozinha, alimentos, peças de reposição do veículo, prancha de surfe, estepe e outros objetos dividem o mesmo espaço, que é bem pequeno. As peças de vestuário foram organizadas em dois pequenos armários e um maleiro. O casal explica que para aumentar a capacidade de carga adaptaram um bagageiro do lado externo. Os pratos, talheres, panelas e vasilhas foram colocados em uma geladeira térmica original do carro e que virou armário. As comidas ficam armazenadas em uma caixa plástica e no pequeno frigobar, que é ligado apenas quando há tomada disponível nas paradas. Uma fruteira foi adaptada para colocar calçados, roupas e outros objetos que são guardados dentro do banheiro.

Depois de uma limpeza minuciosa, os estofados e cortinas do interior foram trocados. Para lubrificar a suspensão e derreter a graxa dos bicos foi necessário deixá-la de molho no diesel durante horas.

Para amenizar o problema do calor no interior do veículo e possibilitar que dormissem com vidros fechados, eles instalaram um climatizador de ar no teto.
Para amenizar o frio, Gustavo esquenta água para um chá na região do vulcão Chimborazo, no Equador(foto: Guru Expedição/Divulgação)
Para amenizar o frio, Gustavo esquenta água para um chá na região do vulcão Chimborazo, no Equador (foto: Guru Expedição/Divulgação)

Ao entrar em cada novo território eles precisam resolver uma série de questões legais, que variam de acordo com a legislação do país. Na Bolívia, por exemplo, onde o Guru Expedição está neste momento, ao cruzar a fronteira com o Peru foram comunicados que precisariam ir até La Paz, cidade que não estava no roteiro, para pagar o seguro nacional obrigatório para os carros. Antes de enfrentar o trânsito da capital, aproveitaram alguns dias no Lago Titicaca. Eles dormem todas as noites dentro da Kombi mesmo. A comida algumas vezes é feita por eles em um fogão de duas bocas e outras vezes comem em restaurantes.

A aventura, que deve ser finalizada em março de 2016, pode ser acompanhada pela página Guru Expedição (facebook.com/guruexpedição) e pelo blog guruexpedicao.com.br. No blog eles contam sobre os lugares que visitam, dão dicas turísticas e relatam algumas peripécias que enfrentam, como a falta de combustível na Venezuela que os obrigou a enfrentar um fila enorme com muita confusão para abastecer e depois acabaram não pagando nada pela gasolina por falta de dinheiro trocado. Em Quito, no Equador, a expedição fez uma pausa de mais de 30 dias porque o carro estragou. Como a moeda locar é o dólar, o conserto ficaria muito caro e tiveram que contar com a boa vontade de um mecânico que fez o trabalho sem custos e com um pouco de demora.
O motorhome estacionado em Cordilheira Branca,uma subcordilheira da Cordilheiras dos Andes, no Peru(foto: Guru Expedição/Divulgação)
O motorhome estacionado em Cordilheira Branca,uma subcordilheira da Cordilheiras dos Andes, no Peru (foto: Guru Expedição/Divulgação)

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