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Ford Fusion: Flex X Hybrid - Compensa pagar mais pelo carro híbrido? Nós fizemos as contas

Com uma diferença de R$ 33 mil entre as duas versões, economista coloca tudo na ponta do lápis e mostra qual dos dois vale a pena comprar

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

Ford Fusion Hybrid

Há muito tempo uma dúvida permeia a mente dos interessados em comprar um veículo que tenha mais de uma opção de combustível. "Comprar uma caminhonete à diesel ou gasolina?" Em tempos de carros híbridos e elétricos, a questão volta, uma vez que a nova tecnologia mais limpa faz o carro consumir menos combustível, mas ainda é muito cara. Será que vale a pena pagar muito mais para ter um carro mais econômico?

 


Hoje, quem entra em uma concessionária Ford na procura por um Fusion, encontra três opções de motor: um 2.5 Flex de 175 cv, um 2.0 turbo de 240 cv e um híbrido 2.0 que chega a render 190 cv com a combinação dos dois propulsores (combustão e elétrico). Para saber se o híbrido é mesmo vantajoso, vamos considerar a comparação com a versão Flex, que é a que mais se aproxima em termos de potência.

Ford Fusion 2.5 Flex

O Ford Fusion Hybrid foi o último da gama a chegar ao Brasil e hoje é vendido por R$ 125 mil. Segundo dados oficiais do fabricante, ele roda 16,8 km com um litro de gasolina em trânsito urbano. O Fusion 2.5 Flex, que é vendido por R$ 92 mil, não teve seus dados de consumo divulgados pela Ford, mas nós consideramos os dados apurados pelo Vrum durante uma volta com o modelo em rodovias próximas a Florianópolis em abril deste ano e dados de mais três publicações especializadas. Chegamos na média de 6,6 quilômetros por litro de gasolina.

Motores combinados do modelo híbrido podem render até 190 cv

O baixo consumo do Fusion híbrido compensaria a diferença de R$ 33 mil? Pedimos auxílio ao economista Mauro Rochlin, professor de economia da Faculdade Ibmec, do Rio de Janeiro. Considerando o preço do litro da gasolina comum a R$ 3 (valor médio nos postos do Rio de Janeiro, Brasília e Manaus), o valor seria compensado após o veículo rodar 119.576 km. Se considerarmos que um motorista roda em média 1.500 km por mês com seu veículo, a opção pelo Hybrid só vale a pena financeiramente se o consumidor ficar no mínimo seis anos e meio com o veículo. Esse tempo pode aumentar em cidades onde a gasolina tem o preço mais baixo, como São Paulo (R$ 2,66), Belo Horizonte (R$ 2,73), Recife (R$ 2,69), Porto Alegre (R$ 2,71), Vitória (R$ 2,78) e Belém (R$ 2,85).

 

Mas se você não se importa em gastar mais dinheiro para contribuir para um ambiente mais limpo, o Fusion Hybrid é uma ótima opção para você colcoar em prática seus conceitos de sustentabilidade. É um ponto que também deve ser levado em conta.


Incentivo ao carro verde

No Brasil, outra opção de veículo híbrido é o Prius, da Toyota, que é vendido hoje por R$ 120 mil. Por aqui, não há nenhum incentivo do Governo Federal para o uso de veículos movidos a energias alternativas, como ocorre nos Estados Unidos. Em maio de 2010, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reuniu jornalistas em Brasília para anunciar medidas de incentivo ao uso de veículos híbridos e elétricos. Instantes antes da coletiva, os jornalistas – já acomodados no auditório -, receberam a informação de que o pronunciamento estaria cancelado a pedido do então presidente Lula, que queria estudar melhor as medidas que seriam adotadas. Três anos e três meses se passaram e o Governo Federal até hoje não definiu nenhuma medida para incentivar o uso de veículos verdes no Brasil.

Motor 2.5 Flex rende 175 cv com gasolina