Do Rio de Janeiro – Sabe aquele busão que você encara todo dia, de casa para o trabalho e vice-versa? A partir de 2014 ele surgirá no ponto de cara nova e pinta de BRT (o transporte rápido por ônibus). Começa a ser produzida em março do ano que vem a sexta geração do Torino, da gaúcha Marcopolo. O ônibus mais vendido do segmento urbano no Brasil e consórcios operadores do transporte coletivo de Belo Horizonte foi revisto, ganhou equipamentos e 5mm de largura (agora são 2,55m), enquadrando-se nas normas da BHTrans para os padrons – BRTs intermediários que em BH terão motor dianteiro e circularão entre os articulados de grande capacidade do Move.
Resultado de R$ 40 milhões de desenvolvimento ao longo de dois anos, o busão também marca uma nova fase da antiga fábrica da Ciferal em Xerém, que passa a ser identificada como Marcopolo Rio como unidade do grupo na produção de ônibus urbanos. O atual Torino permanece do portfólio da marca nos próximos anos por uma razão lógica: o novo, que substitui o defasado Viale (urbano mais refinado oferecido desde 1998), custará R$ 5% a mais.
“Além disso precisamos de tempo para desenvolver todas as configuração da nova família do Torino, como modelos de motor traseiro e articulado”, explica o diretor de operações comerciais da Marcopolo, Paulo Corso. Outros fabricantes como Caio e Mascarello também desenvolvem novos modelos de carrocerias para ônibus buscando atender a nova demanda do BRT, em que toda a frota terá ar-condicionado e suspensão a ar.
No design, a grande novidade do Torino 2014 é o conjunto ótico integrado e o para-brisa em cunha inspirados na linha de ônibus Viale BRT. Quase idêntico ao novo Torino, o Gran Viale recém lançado na Colômbia difere na construção: enquanto o modelo brasileiro inova na aplicação de plástico injetado, o vizinho, com motor traseiro, ainda é feito em fibra de vidro.
Já o interior não inova tanto em relação aos ônibus urbanos atuais, cuja configuração (tamanho do veículo, tipo de chassis e poltronas) depende da encomenda de cada cliente empresário do setor. No painel há o sistema multiplex, que integra funções de computador de bordo numa tela LCD de 3,5 polegadas à prova de poeira e água, comuns nas lavagens em garagens. O trocador (ou agente de bordo, para os mais específicos) não foi esquecido: ganhou ventilação direcionada e agora pode trabalhar ao lado de uma catraca que não bate no joelho.
Com ar é diferente
Equipado com ar-condicionado, o novo Torino vem ainda um vigia de vidro instalado ao lado da porta dianteira e iluminação em balaústres arredondados, o que possibilita a aplicação de placas publicitárias no interior do ônibus.
Como no lançamento da geração anterior (em 2007), a nova carroceria só estará disponível em chassis de motor dianteiro de início, com comprimento de 11,3m a 13,4m.
A Marcopolo não fala em preços, mas levando em consideração o atual Torino, o novo deverá custar algo em torno de R$ 150 mil. Somado ao valor de um chassi como um Mercedes-Benz OF-1724L (com motor seis cilindros e suspensão a ar, a ser usado no Move), o custo final do ônibus urbano de motor dianteiro supera os R$ 300 mil.