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Automóvel elétrico desperta curiosidade e é esperado benefício de imagem tecnológica

A chegada do compacto i3 ao Brasil coincide com o início da produção, dentro de poucos dias, da fábrica catarinense da BMW

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

A velocidade máxima é limitada a 150km/h para preservar autonomia


Quando este colunista esteve em Nova York (EUA), em julho do ano passado, para a prévia mundial do BMW i3, já se sabia que a marca alemã seria a primeira a vender um carro elétrico no Brasil. Decisão ousada, pois a estimativa publicada na coluna era de que custaria em torno de US$ 100 mil, ou R$ 230 mil, o que se confirmou. Outros modelos elétricos, Nissan Leaf e alguns da Renault, circulam em pequenas frotas cativas. Os fabricantes ainda esperam incentivos na forma de redução de impostos que cortariam os preços, no mínimo, em 35%, mas essa decisão só deve ser anunciada depois das eleições majoritárias.

Não se pode dizer que o incentivo atual é zero. Pelo menos na cidade de São Paulo, onde se espera vender no mínimo um terço do lote inicial de 100 unidades, qualquer elétrico puro está isento do abusivo rodízio municipal pelo final de placa. Outras sete capitais também terão o carro à venda. A BMW acertou em trazer apenas a versão REX do i3, que inclui um motor a combustão bicilíndrico, de um scooter da mesma marca, para, via um gerador, carregar a bateria e estender a autonomia. Essa é uma forma de diminuir a insegurança do motorista, se não encontrar uma tomada por perto.

Ao contrário do Chevrolet Volt, híbrido plugável que não se adquire sem o motor a combustão, o i3 tem a versão comum – cerca de 10% mais barata, apenas com bateria de íon de lítio – cuja autonomia varia de 160 a 200 quilômetros (nesse caso sem usar o ar-condicionado). A decisão de colocar um tanque de gasolina de apenas nove litros foi resposta à legislação de alguns países que restringem incentivo fiscal se a autonomia com combustível de origem fóssil ultrapassar a da puramente elétrica. Híbridos a gasolina plugáveis permitem distâncias 10 ou mais vezes superior à conseguida com a bateria.

A chegada do compacto i3 ao Brasil coincide com o início da produção, dentro de poucos dias, da fábrica catarinense da BMW. Automóvel elétrico desperta curiosidade por aqui e, assim, a marca espera, antes de tudo, o benefício de imagem tecnológica. Afinal, esse é um carro projetado desde o início para máxima eficiência. Estrutura monobloco bastante leve une compósitos de fibra de carbono e alumínio, sem coluna B (central) e portas traseiras de abertura reversa. Até pneus têm diâmetro e largura específicos para aproveitar a característica do motor elétrico de entregar torque máximo instantâneo. Seu motor de 170cv permite acelerações até 60km/h em apenas 3,9 s (bem melhor do que carros comuns), o que o faz extremamente ágil em uso urbano. A velocidade máxima é limitada a 150km/h para preservar autonomia.

Seu interior é espaçoso para quatro passageiros (capacidade homologada) e o porta-malas de 260 litros alinha-se ao de compactos tradicionais. O assoalho plano permite que motorista saia pela porta dianteira do lado direito com facilidade, especialmente útil em cidade e estacionamentos apertados. Também muito interessante é a conectividade a bordo em nível bem superior ao convencional.

A BMW, com marketing correto e tiro certeiro, está vendendo i3 dentro da capacidade inicial de 40 mil unidades/ano, sem perder dinheiro, enquanto a Nissan acaba de anunciar a desaceleração da produção própria de baterias pela dificuldade do Leaf em decolar no mercado.

RODA VIVA

MERCEDES-AMG GT é desses carros esporte que dificultam apontar um defeito, fora o preço, previsto em torno de US$ 120 mil com impostos “normais” no exterior. Ainda não foi possível acelerar, em sua apresentação estática, na Alemanha, pois as vendas só começarão no primeiro trimestre de 2015. Deverá estar entre as grandes atrações dos Salões do Automóvel de Paris e São Paulo.

PARTE TRASEIRA do substituto do Mercedes SLS, de fato, lembra linhas do Porsche 911 (Turbo parte de US$ 150 mil), que também inspiraram o VW SP nos anos 1970. AMG GT tem características acima dos padrões: novo motor V8 biturbo com cárter seco (462 e 510cv), transeixo (câmbio e diferencial acoplados) traseiro, carroceria em alumínio e interior esportivamente aconchegante.

HYUNDAI I30, com motor 1.8 e 150cv, que sempre deveria ter desde quando lançada essa nova geração, mostra um conjunto virtuoso entre estilo, interior espaçoso, bancos dianteiros elétricos, porta-malas adequado, faróis bixênon e até teto solar panorâmico. Sua suspensão, no entanto, é mais macia que o desejável. Para-choque tende a raspar em valetas e lombadas acentuadas.

NOVO JEEP CHEROKEE
chega agora ao Brasil com a fama de bem aceito nos EUA, mas que o estilo frontal é algo fora do normal não há dúvidas. Harmonia entre faróis e lanternas foge demais dos padrões. Traseira também exibe audácia, mas aceitável. Resta saber como os brasileiros aceitarão esse SUV que rompe com tradições estilísticas da Jeep. A marca está otimista.

VERSÃO
intermediária do Cherokee custa R$ 174.900, pouco acima da Limited da geração anterior, compensado por mais equipamentos. Haverá, ainda, versões de entrada – R$ 159.900 – e de topo – R$ 189.900. Interior é mais sóbrio com uma boa tela multimídia de 8,4 pol. Motor V6/3.2/271cv e tração 4x4 garantem o tradicional bom desempenho fora de estrada.