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Estado de Minas FREEDOM TURBODIESEL 4X2

Fiat Toro 4x2 é confortável, mas falta força no motor; confira o teste!

Versão da Fiat Toro com tração dianteira tem bom desempenho, mas falta de força para sair da inércia com a caçamba vazia decepciona. Rodar confortável impressiona


postado em 02/04/2016 14:26 / atualizado em 02/04/2016 14:50

(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Foi-se o tempo em que caminhonete era destinada ao transporte de carga e, eventualmente, levava carona. Depois das cabines simples vieram as duplas e, atualmente, se transformaram em automóvel de passeio. Por mais bizarro que possa parecer, não é raro ver picapes compactas e médias rebaixadas e com pneus de perfil baixo. A Fiat Toro, que não é média nem compacta, tem capacidade para carregar uma tonelada (passageiros + carga). A linha de cintura é alta e ascendente no sentido da traseira e a área envidraçada pequena limita a visibilidade. O visual agrada à maioria. A restrição é apenas em relação à dianteira, rebuscada e sem identidade. É o contrário do icônico Renegade, que compartilha a mesma arquitetura.

A suspensão traseira multilink proporciona rodar tão confortável quanto de automóvel, mesmo com a caçamba vazia. Não faz muito tempo, reclamava-se do desconforto em superfície irregular de caminhonetes sem carga na caçamba. Exceção era a VW Amarok. A Fiat Toro e a Renault Oroch rezam a mesma cartilha dela. Até no banco traseiro, passageiros viajam confortavelmente sem solavanco e transferência das imperfeições do piso para dentro. Apesar da largura, o espaço atrás é apropriado para dois adultos e uma criança no assento central.

O painel é limpo e os comandos estão ao alcance das mãos. Em vez de material emborrachado, emprega-se o plástico duro. O aspecto não é ruim, mas inadequado para um carro que custa mais de R$ 100 mil. O quadro de instrumentos tem visualização imediata e a tela do sistema multimídia fica no centro do painel.

Altura em relação ao solo e ângulo de ataque permitem trafegar em piso irregular(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Altura em relação ao solo e ângulo de ataque permitem trafegar em piso irregular (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
DIRIGINDO É preciso muita atenção nas arrancadas em aclive, mesmo estando apenas o motorista e a caçamba vazia. Falta força para tirar os 1.709kg da inércia. É preciso elevar as rotações para o motor turbodiesel não apagar. O dilema é menos evidente do que na versão 4x4, que pesa 79kg a mais. Em movimento, a disposição é boa. Mesmo em marchas mais fracas, ao pressionar totalmente o acelerador a resposta do motor turbodiesel é imediata, retomando a velocidade em espaço de tempo que não compromete a segurança. A fabricante declara aceleração até 100km/h em 9,5 segundos. Tempo excelente. A velocidade máxima é a maior entre todas as versões da Toro: 190km/h.

A posição de dirigir elevada é ajudada pelas regulagens manuais do banco, que deveriam ser elétricas. Sente-se a ausência da regulagem lombar, que não deixa a pelve em retroversão, diminuindo o cansaço ao volante. O senão do volante é a forração com material liso, que possibilita o deslizamento acidental, mas a coluna de direção tem regulagens em altura e distância. A assistência elétrica proporciona leveza nas manobras e peso equilibrado em velocidade mais alta. Incomoda o diâmetro de giro grande, exigindo mais manobras em espaço reduzido.

Banco traseiro é confortável e há segurança básica para todos os ocupantes(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Banco traseiro é confortável e há segurança básica para todos os ocupantes (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Os engates do câmbio são precisos e bem definidos, com curso mais curto da primeira para a segunda e da quinta para a sexta marcha. Trafega-se por caminhos ruins sem cerimônia pela boa altura do solo, apesar de a tração ser dianteira. A tampa da caçamba dividida ao meio abre para os lados e é muito leve, ao contrário do peso excessivo da maioria da picape.

A Toro convence, mas merece motor de mais torque e potência. Esse turbodiesel de 35,7kgfm de torque e 170cv de potência não é o ideal para o peso da caminhonete.


Volante agrupa alguns comandos e tela multimídia de fácil acesso no centro do painel(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Volante agrupa alguns comandos e tela multimídia de fácil acesso no centro do painel (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Na medida certa
O sistema multimídia é o Uconnect Touch Nav, com tela tátil de cinco polegadas, que é um opcional vendido dentro de um pacote. Ele traz o basicão que se espera, sem sobrar nem faltar. Aliás, quem gosta de ouvir música em CD terá que copiar tudo para um pen drive, já que ele não traz leitor de discos. As mídias disponíveis são rádio, duas entradas USB, uma auxiliar e o Bluetooth, que permite acessar conteúdo em streaming. A telefonia reconhece comandos de voz e oferece leitura de mensagens SMS. O navegador tem funcionamento correto e acusa a aproximação de radares, porém carece de atualização.(Pedro Cerqueira)


Ficha técnica

»MOTOR – 2.0 turbodiesel de 170cv a 3.750rpm e 35,7kgfm de torque a 1.750rpm

»TRANSMISSÃO – Tração 4x2 e câmbio manual de seis marchas

»SUSPENSÃO – dianteira, independente, tipo McPherson; traseira, multilink

»DIREÇÃO – do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica

»FREIOS – discos ventilados na frente e tambores na traseira, com ABS

»CAPACIDADES – Tanque, 60 litros; capacidade de carga (passageiro e carga), 1.000kg; ângulo de entrada/saída, 24,2°/29°; peso (kg), 1.709

»DIMENSÕES – (metros) comprimento, 4,91; largura,1,84; altura,1,68; distância entre-eixos, 2,99 e altura mínima do solo, 0,20

»DESEMPENHO – Velocidade máxima, 190km/h; aceleração até 100km/h, 9,5 segundos;

Quanto custa?

A Fiat Toro Freedom 2.0 diesel 4x2 manual tem preço sugerido de R$ 93.900; e com todos os opcionais, R$ 113.280.

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