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Estado de Minas NEM CUSTO, NEM BENEFÍCIO

JAC T5 é bem equipado, mas acabamento e motor 1.5 16v deixam a desejar; confira o teste!

SUV compacto da JAC, T5 tenta impressionar com boa oferta de equipamentos e preço abaixo dos concorrentes, mas na prática não é bem isso que o modelo entrega


postado em 01/08/2016 15:11

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O JAC T5 chegou ao mercado brasileiro em março. Importado da China, o SUV compacto é tão importante para a marca que foi o modelo escolhido para ser fabricado na futura fábrica de Camaçari, na Bahia, cuja inauguração já está fora do cronograma. Avaliamos o utilitário-esportivo equipado com o pacote 3 de acessórios, o mais completo, bem dentro da proposta da marca de oferecer itens que a concorrência não tem a um preço atraente. Mas será que é isto que ele entrega?

No quesito design o T5 agrada. Ao mesmo tempo em que a grade, o capô e as caixas de roda conferem robustez, as linhas de cintura e do teto proporcionam movimento ao projeto. Luzes diurnas de LED, rodas de 16 polegadas, apliques plásticos na porção inferior da carroceria, aerofólio, barras de teto e escape duplo (decorativo) enriquecem o visual do SUV.

Por dentro, o primeiro aspecto que chama a atenção é o bom espaço para acomodar os ocupantes. Se não fosse pelo túnel central, até o passageiro do meio do banco traseiro viajaria com certo conforto. O porta-malas abriga o estepe sob o assoalho e ainda tem um belo espaço para a bagagem. A cobertura retrátil do compartimento de bagagem facilita seu manuseio. A coluna C é bem larga, o que dificulta a visibilidade nas manobras.

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
PORÉM O acabamento faz amplo uso de plástico, o que não o diferencia dos principais concorrentes, Renault Duster e Ford EcoSport, mas a montagem deixa a desejar. Os defeitos que mais saltam aos olhos são a peça plástica que faz a junção entre a tela do sistema multimídia e a parte de cima do painel, uma solução muito grosseira, e a fragilidade da placa que fixa as entradas USB e HDMI, que se soltou quando o cabo foi retirado. Os tapetes são acarpetados e os bancos são revestidos em couro com costura vermelha. Ao rodar em superfície irregular, a vibração dos componentes do interior gera muito barulho.

Painel é funcional(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Painel é funcional (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
RODANDO O motor 1.5 flex tem seu lado multiválvulas atenuado pelo comando de válvula variável. Ainda assim, o veículo não demonstra bom desempenho em baixa rotação. Se você encontrar uma subida, ainda que leve, ou precisar fazer uma ultrapassagem na estrada, é preciso subir o giro, numa lenta retomada. Num cenário desse, o consumo de combustível acaba sendo elevado. O motor é ruidoso.

O câmbio de seis velocidades tem a primeira marcha bem reduzida. A alavanca faz trocas bastante barulhentas e os engates não são precisos. Sem cometer excessos, a suspensão transmite segurança, com acerto pendendo mais para a estabilidade que o conforto. Vale registrar que a suspensão vacilou em uma curva com piso muito irregular, tendo perdido contato com o solo e escapado um pouco de traseira. Um aspecto preocupante é a capacidade de carga do modelo, comportando apenas 350 quilos, divididos entre ocupantes e bagagem, uma conta que não fecha quando o veículo está cheio.

O espaço interno é bom para passageiros...(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O espaço interno é bom para passageiros... (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
VALE? Ao lado dos principais concorrentes, em suas versões de motorização semelhantes e mais equipadas, o T5 é o mais barato e com mais itens. Mas na prática a análise não é tão simples. Se por um lado o modelo testado tem muitos equipamentos, eles não contam com ajuste fino. Um exemplo é o revestimento dos bancos, que têm aspecto ruim. Ou a câmera de ré, cuja imagem demora a ser projetada na tela depois que se engata a marcha. Ainda tem o chaveiro, que traz um botão que deveria apenas destravar a tampa do porta-malas, mas na real não tem função.

O modelo da JAC também perde no tamanho de sua rede de concessionárias e no momento vivido pela marca, que perdeu sua habilitação no Programa Inovar-Auto e terá que pagar por incentivos fiscais já recebidos. Sem contar que R$ 70 mil não é qualquer dinheiro e com mais um pouco já é possível migrar para o segmento dos SUVs/crossovers premium de entrada, como o Jeep Renegade (R$ 71.990) ou até o Honda HR-V (R$ 78.700), que são muito superiores.


...e bagagem, mas a qualidade dos materiais...(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
...e bagagem, mas a qualidade dos materiais... (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
CONECTIVIDADE
Tecla para nada

Operado a partir de uma tela tátil de oito polegadas, o sistema multimídia tem leiaoute pouco atraente. As mídias disponíveis são rádio, cartão SD, entrada USB e Bluetooth, que funciona em streaming. Existe a possibilidade de espelhar a tela do smartphone no veículo por meio de cabo, podendo acessar aplicativos úteis, como o de navegação, mas vale conferir se seu aparelho é compatível com o sistema. Na função de telefonia, o sistema não baixou a agenda do telefone pareado. Não há navegação por GPS. O volante tem comandos de som, porém a tecla que sugere comandos por voz simplesmente não funciona.


...e montagem do acabamento interno são ruins(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
...e montagem do acabamento interno são ruins (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
FICHA TÉCNICA
» MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 1.499cm³ de cilindrada, flex, que desenvolve potências máximas de 125cv (gasolina) e 127cv (etanol) a 6.000rpm e torques máximos de 15,5kgfm (g) e 15,7kgfm (e) a 4.000rpm

» TRANSMISSÃO
Tração dianteira; e câmbio manual de seis marchas

» SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, tipo McPherson, com molas helicoidais e barra estabilizadora; e traseira semi-independente, tipo eixo de torção, com molas helicoidais e barra estabilizadora/ 16 polegadas (liga leve) / 205/55 R16

» DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica

» FREIOS
A discos ventilados na frente e discos sólidos na traseira, com ABS e EBD

» CAPACIDADES
Tanque, 45 litros; capacidade
de carga (passageiro e carga),
350 quilos


(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
EQUIPAMENTOS
» DE SÉRIE
Airbag duplo frontal, freios ABS com EBD, sistema Isofix para fixação de assento infantil, travas elétricas, alarme, controle de tração e estabilidade, assistente e partida em aclive, vidros elétricos, assistente de frenagem de emergência, sensores traseiros de estacionamento, luzes diurnas de LED, retrovisor interno antiofuscante, retrovisor com ajuste elétrico, chave canivete, faróis com regulagem elétrica, faróis e lanterna de neblina, bancos e volante em couro, banco traseiro bipartido, cintos e segurança de três pontos e apoios de cabeça para todos os ocupantes, rack de teto, ar-condicionado digital, sistema multimídia e tela de oito polegadas, câmera de ré, sensor de pressão dos pneus.

» OPCIONAL
Não há.


QUANTO CUSTA?
O JAC T5 tem preço inicial de R$ 59.990. A unidade testada, equipada com todos os opcionais disponíveis, custa
R$ 70.690.


NOTAS (0 a 10)

» Desempenho 6
» Espaço interno 8
» Suspensão/direção 6
» Conforto/ergonomia 7
» Itens de série/opcionais 7
» Segurança 7
» Estilo 8
» Consumo 6
» Tecnologia 6
» Acabamento 6
» Custo/benefício 6

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