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Estado de Minas O MOBI DE RAIZ

Mobi de três cilindros tem desempenho correto e brilha no quesito consumo

Testamos o Mobi Drive, subcompacto da Fiat equipado com o novo motor de três cilindros da família FireFly, que ainda traz direção elétrica e não precisa de tanquinho de combustível


postado em 30/12/2016 11:06

Fiat Mobi 1.0 Drive(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Fiat Mobi 1.0 Drive (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Ao rodar com o pequeno Fiat Mobi na versão Drive, a única equipada com o motor de três cilindros, nos vem a impressão de finalmente conhecer o verdadeiro projeto desse subcompacto. E não é apenas pelo novo propulsor 1.0 tricilíndrico da família FireFly, que estreou no Uno 2017, mas também por uma série de detalhes que trazem coesão à proposta urbana do modelo e contribuem para que ele cumpra os requisitos necessários para tal, como economia de combustível, agilidade e praticidade.


A beleza é um conceito subjetivo, mas bonito o Mobi não é. Aliás, atualmente são poucos os compactos que trazem esse predicado, e acabam ganhando o afeto de seus donos mais pela utilidade e companheirismo. O Mobi se encaixa mais nos perfis “diferentão”, divertido ou moderninho. Além de dar um visual mais refinado, a tampa traseira de vidro é leve e, de acordo com a Fiat, muito resistente. Faz falta ali uma maçaneta, parcialmente compensada pelo comando de abertura interna da tampa do porta-malas, o que não te obriga a ter que desligar o carro sempre que precisar acessar o compartimento e estiver em movimento.

O painel de instrumentos da versão Drive tem um display configurável com diversas informações, como velocímetro e computador de bordo; apesar do uso de materiais simples, o acabamento é bom para a categoria (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
O painel de instrumentos da versão Drive tem um display configurável com diversas informações, como velocímetro e computador de bordo; apesar do uso de materiais simples, o acabamento é bom para a categoria (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

O espaço interno é muito pequeno, mas condizente com a proposta urbana do modelo. O espaço no banco de trás é mínimo e passar muito tempo ali é um verdadeiro suplício. O porta-malas é o suficiente para levar a compra do supermercado, que deve ser cuidadosamente ajeitada com o auxílio de uma caixa que divide o espaço. A solução é simples e boa, mas seu uso não é muito prático, porque a tampa encontra resistência para ser aberta, diferente do sistema de ajuste de espaço adotado no Volkswagen up!, que é de fácil manuseio, mas é oferecido apenas a partir da versão intermediária (que custa uns R$ 45 mil). Se for necessário carregar mais coisas, é preciso “sacrificar” o banco traseiro, que tem rebatimento fracionado. São dignos de elogio a pega do volante e o apoio que os bancos dianteiros oferecem. Os porta-objetos é que poderiam ser maiores.

No banco de trás o espaço é mínimo, além de faltar apoio de cabeça e cinto de três pontos para o passageiro central(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
No banco de trás o espaço é mínimo, além de faltar apoio de cabeça e cinto de três pontos para o passageiro central (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

AO VOLANTE O desempenho do motor 1.0 FireFly de três cilindros é correto. O único porém é um “buraco” existente entre a segunda e a terceira marchas, que obriga o motorista a fazer muitas trocas em trechos acidentados. A alavanca de câmbio tem curso longo, característica da marca, mas os engates são precisos. No mais, é aquela vida de carro 1.0, subindo o giro do motor nas subidas, nas ultrapassagens e retomadas, e se contentar com respostas acanhadas quando o veículo está pesado. Mas o que o esse Mobi tem de brilhante é o baixo consumo de combustível, sendo que chegamos bem perto dos números divulgados pelo Inmetro.

Em relação às demais versões do Mobi equipadas com o motor 1.0 Fire Evo de quatro cilindros, o Mobi Drive testado ainda traz de vantagem a direção com assistência elétrica (enquanto a dos outros é hidráulica) e o fato de não precisar do tanquinho auxiliar de combustível para a partida a frio. A direção elétrica conta com a função City, que a torna a extremamente leve para fazer as manobras. Característica comum nos veículos com motores de três cilindros, o funcionamento do novo motor do Mobi repassa uma acentuada vibração ao habitáculo. A suspensão tem boa relação entre conforto e estabilidade, desde que não se extrapole os limites do pequeno. Como a coluna C é grande, a visibilidade traseira nas laterais fica prejudicada. Outra coisa chata no uso diário do Mobi é que o painel de instrumentos sofre muita influência do sol, refletindo a luz e prejudicando sua leitura.

Subcompacto é bastante ágil e nesta versão tem direção com assistência elétrica(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Subcompacto é bastante ágil e nesta versão tem direção com assistência elétrica (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Lateral tem vincos bastante pronunciados(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Lateral tem vincos bastante pronunciados (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Destaque da traseira é a tampa de vidro, que é estilosa, leve e, segundo a Fiat, bastante resistente(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Destaque da traseira é a tampa de vidro, que é estilosa, leve e, segundo a Fiat, bastante resistente (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

MERCADO A não ser que você só possa comprar a versão de entrada Easy, optar pelas demais versões (Like e Way) pode não ser um bom negócio, já que os preços são muito semelhantes ao do Mobi Drive. Ao mesmo tempo que essas versões não trazem nenhum conteúdo relevante adicional, o fato de trazerem o confiável, mas ultrapassado motor Fire Evo, pode comprometer a liquidez do veículo na hora de revendê-lo. Em outras palavras, se o motor FireFly der certo, optando por ele você não só foge do mico, como vai usufruir de um motor melhor e mais econômico.

Já em relação aos concorrentes, é preciso ficar atento. A versão de entrada do VW up! pode até ser mais barata que o Mobi Drive, porém é extremamente “pelada”, não contando sequer com computador de bordo e conta-giros, muito menos ar-condicionado e direção assistida. Já o Ford Ka SE pode parecer bem mais caro, mas o modelo é muito bem equipado, contando até com sistema multimídia, ficando no fim das contas mais barato que a unidade testada do Mobi com seus opcionais. A versão de entrada do Nissan March tem preço e nível de equipamento semelhante ao do Mobi sem os opcionais.

Novo motor 1.0 FireFly de três cilindros não tem desempenho brilhante, mas é muito econômico(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Novo motor 1.0 FireFly de três cilindros não tem desempenho brilhante, mas é muito econômico (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, transversal, três cilindros em linha, 999cm³ de cilindrada, que desenvolve potências de 72cv a 6.000rpm (gasolina) e 77cv (etanol) a 6.250rpm e torques de 10,4kgfm (g) e 10,9kgfm (e) a 3.250rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, com câmbio manual de cinco marchas

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, do tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira semi-independente, eixo de torção/ 5,5x14 polegadas em aço (liga leve opcional) /175/65 R14

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

FREIOS
A disco na dianteira e tambor na traseira, com ABS e distribuição eletrônica de frenagem (EBD)

CAPACIDADES
Do tanque, 47 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 400 quilos

CONSUMO
Cidade (km/l), 13,7(g)/9,6(e); estrada (km/l), 16,1(g)/11,3(e)

Rodas de liga leve fazem parte do pacote de acessórios(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Rodas de liga leve fazem parte do pacote de acessórios (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

EQUIPAMENTOS


DE SÉRIE
Ar-condicionado, direção elétrica com função City, airbag duplo, freios ABS com EBD, sinalização de frenagem de emergência, volante com regulagem de altura, vidros dianteiros elétricos, computador de bordo, chave telecomando para abertura e fechamento das portas, comando interno de abertura do porta-malas, limpador e desembaçador do vidro traseiro, retrovisores externos com comando interno mecânico, rodas de aço estampado 5.5 x 14 polegadas com calotas integrais e pneus com baixa resistência a rolagem, predisposição para rádio (dois alto-falantes dianteiros, dois alto-falantes traseiros e antena) e compartimento removível no porta-malas com tampa e separador de objetos.

OPCIONAL
Kit Tech: faróis de neblina, alarme, retrovisores elétricos com sistema Tilt Down, banco do motorista com regulagem de altura, alças de segurança traseiras e dianteira do lado do passageiro, apóia-pé para o motorista, bolsa porta-revista no encosto dos bancos dianteiros, porta-óculos, sensor de estacionamento traseiro, Rádio Connect (bluetooth, streaming, entradas USB e auxiliar), volante multifuncional com comandos de rádio/telefone, rodas de liga leve 5,5 x 14 polegadas e console de teto com espelho auxiliar.

CONECTIVIDADE
Equipamento opcional no Mobi Drive, o Rádio Connect é o sistema multimídia mais simples disponível. A tela é pequena e não é tátil, o que dificulta tarefas como procurar uma música ou algum contato telefônico. Por outro lado, é fácil chegar a todas as funções disponíveis por meio dos botões. As mídias disponíveis são Bluetooth (com streaming), rádio e entradas USB e auxiliar. O volante traz comandos de rádio e telefone.

Porta-malas é pequeno e traz uma caixa para organizar melhor a bagagem; banco de trás pode ser rebatido para carregar volumes maiores(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Porta-malas é pequeno e traz uma caixa para organizar melhor a bagagem; banco de trás pode ser rebatido para carregar volumes maiores (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

QUANTO CUSTA

O Mobi Drive tem preço sugerido de R$ 39.870. Com o Kit Tech de opcionais (R$ 4.500) e a pintura metálica (R$ 1.256), a unidade testada é vendida por R$ 45.635.



Notas (0 a 10)


Desempenho 7
Espaço interno 5
Porta-malas 5
Suspensão/direção 7
Conforto/ergonomia 7
Itens de série/opcionais 6
Segurança 6
Estilo 7
Consumo 9
Tecnologia 7
Acabamento 7
Custo/benefício 6

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