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Estado de Minas INJEÇÃO DE ÂNIMO

Testamos o Renault Sandero 1.6 SCe, que agrada pelo desempenho e economia, mas tem alguns deslizes

Com o novo motor da família SCe, o Renault Sandero 1.6 ganhou em desempenho e apresenta números de consumo melhores, mas traz um sistema start/stop confuso e câmbio com engates ruins


postado em 03/09/2017 20:00

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
 

O Renault Sandero está em sua segunda geração, que foi lançada em 2014, e preserva algumas características que justificam o seu relativo sucesso no mercado. É o terceiro modelo mais vendido no segmento dos hatches compactos – fica atrás do Chevrolet Onix e Hyundai HB20 – e traz como um de seus principais atrativos o amplo espaço interno, que está mais para carro médio. O desempenho não era o seu ponto forte, porém, com os novos motores da família SCe, o Sandero ganhou uma verdadeira injeção de ânimo, ficando mais eficiente na performance e economia de combustível. Apesar de ter alguns pontos negativos, o hatch continua apresentando uma boa relação custo/benefício.

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

A origem do Sandero é espartana, já que foi desenvolvido pela Dacia, marca romena que representa a Renault no Leste europeu. A proposta é oferecer simplicidade e funcionalidade com custo mais baixo, mas no mercado brasileiro o hatch não tem preço tão generoso como na Europa, apesar de ser mais barato do que a concorrência. Ele e o Logan eram os patinhos feios da família Renault, mas as mudanças de estilo feitas na segunda geração em 2014 fizeram muito bem aos dois.

 

 

NOVO MOTOR Faltava melhorar o conjunto mecânico e isso foi feito com o lançamento da família de motores SCe: 1.0 e 1.6 litro. Testamos a versão Dynamique 1.6 SCe, com câmbio manual de cinco marchas. O motor é um quatro cilindros com duplo comando de válvulas variável na admissão, que traz como destaque os bicos injetores posicionados no cabeçote, proporcionando uma condução mais prazerosa e eficiente. Com a utilização de alumínio no bloco, no cabeçote e no cárter, a engenharia da Renault conseguiu reduzir o peso do propulsor em 30 quilos, além de diminuir o atrito entre as peças. O comando de válvulas é movido por corrente no lugar da correia. Mas, apesar das evoluções, o motor preserva o arcaico tanquinho do sistema de partida a frio.

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

O resultado foi muito positivo para o Sandero, que ganhou mais torque em baixas rotações, tornando-se um carro ainda mais ágil no trânsito urbano. Na estrada o hatch desenvolve bem, principalmente quando abastecido com etanol. O câmbio tem boa relação de marchas, com a primeira e segunda mais reduzidas, favorecendo a dirigibilidade na cidade. O curso da alavanca é longo e os engates não são muito precisos, mas não chega a comprometer a performance do hatch. Abastecido com gasolina, o Sandero apontou no computador de bordo um consumo médio de 10km/l em percurso misto cidade/estrada, um pouco abaixo dos números alcançados pelo Inmetro.
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

CONFUSO O modelo vem equipado com start/stop, que desliga e religa o motor em paradas. Mas o sistema apresentou funcionamento confuso, demonstrando ter vontade própria, criando situações de aperto no trânsito, já que demorava a religar o motor. Mas a Renault garante que o sistema contribui efetivamente para reduzir o consumo e as emissões de poluentes. Outro porém do Sandero é a direção eletro-hidráulica, um pouco pesada em situações de manobras de baixas velocidades. As suspensões garantem boa estabilidade em curvas, mas são mais rígidas, transferindo para o interior as imperfeições do solo. E o sistema de freios atuou de forma eficiente.

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

A versão testada não tem muitas firulas no visual, apenas alguns detalhes cromados na frente. As rodas de liga leve aro 15 polegadas não tem desenho dos mais bonitos. O principal atrativo do Sandero é, realmente, o espaço interno, até mesmo no banco traseiro, onde o túnel do assoalho mais baixo contribui para ampliar a área para as pernas de quem senta no meio. Mas ali falta o terceiro apoio de cabeça e o cinto de segurança do meio é subabidominal. O porta-malas tem boa capacidade e é o maior do segmento.
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

NA BALANÇA No acabamento interno predomina o plástico duro, de aparência razoável, porém bem montado. Os bancos são revestidos em tecido de duas cores e o painel tem desenho simples com instrumentos de fácil visualização. Os comandos estão bem localizados e a posição de dirigir é boa. Na prática o Sandero é um hatch muito interessante, que conquista pela praticidade, mas fica devendo em conteúdo. Não existe mágica. Seus concorrentes mais caros – Peugeot 208 1.6 Sport (R$ 61.690), Ford Fiesta 1.6 Style (R$ 59.790) e Chevrolet Onix 1.4 LTZ (R$ %6.650) – têm acabamento melhor e lista de equipamentos mais ampla, que inclui até controles de tração e estabilidade. O preço dessa versão do Sandero está mais próximo do Fiat Argo 1.3 Drive, do Hyundai HB20 1.6 Style e do VW Gol 1.6 Comfortline, mas todos têm mais conteúdo. Porém, o hatch da Renault ganha de todos no quesito espaço interno. Portanto, a escolha depende da necessidade.
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

CONECTIVIDADE Apesar de a versão Dynamique ser uma das mais recheadas no Sandero, não traz de série o sistema Media Nav Evolution, que é mais moderno, porém disponibilizado somente como opcional. A unidade testada estava equipada com uma multimídia mais simples, com rádio, o nem mais tão usual CD Player, reprodutor de MP3, com entradas USB e auxiliar, e conexão por Bluetooth. O pareamento com celular é muito fácil, possibilitando atender ligações e reproduzir a lista de músicas. Para ajustar o volume e as outras funções do áudio, o modelo conta com o comando satélite atrás do volante. Confira os outros detalhes do Sandero e a comparação com os principais concorrentes.


FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 1.597cm³ de cilindrada, flex, que desenvolve potências máximas de 115cv (gasolina) e 118cv (etanol) a 5.500rpm e torque máximo de 16kgfm (g/e) a 4.000rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, com câmbio manual de cinco velocidades

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, McPherson, com triângulos inferiores e barra estabilizadora; e traseira semi-independente, com molas helicoidais/ de liga leve de 6,0 x 15 polegadas / 185/65 R15

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência eletro-hidráulica

FREIOS
A discos na dianteira e tambores na traseira, com ABS

CAPACIDADES
Do tanque, 50 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 448 quilos
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)



EQUIPAMENTOS

DE SÉRIE
Predisposição para som completa, rádio CD Player, MP3, USB, entrada auxiliar /iPod e Bluetooth + comando satélite no volante, ar-condicionado, banco do motorista com regulagem de altura, comando de abertura das portas por radiofrequência, retrovisores elétricos, travas elétricas das portas, vidros elétricos, abertura interna da tampa do combustível e do porta-malas, alarme sonoro de advertência de luzes acesas, banco traseiro com encosto rebatível bipartido 1/3 – 2/3, computador de bordo multifunções, conta-giros, indicador de troca de marcha, iluminação do porta-malas, limpador do vidro traseiro, volante revestido em couro, rodas em liga leve aro 15 polegadas, piloto automático com limitador e regulador de velocidade de cruzeiro, airbags dianteiros, alarme perimétrico, Brake light, desembaçador do vidro traseiro, faróis de neblina, freios ABS, sistema de travamento automático das portas a 6km/h e trava para crianças nas portas traseiras.

OPCIONAL
Bancos parcialmente revestidos em couro, multimídia Media Nav Evolution com tela touchscreen de sete polegadas, navegação GPS, rádio, conexão Bluetooth, USB com Eco Coaching e Eco Scoring, sensor de estacionamento, ar-condicionado automático e sensor de temperatura.


QUANTO CUSTA
O Sandero 1.6 SCe tem preço sugerido de R$ 43.350 para a versão de entrada, a Authentique. Já a versão Expression custa R$ 46.950. A versão testada, a Dynamique, tem preços que vão de R$ 51.150 a R$ 52.850, com todos os opcionais listados.


Notas (0 a 10)

Desempenho 7
Espaço interno 8
Porta-malas 8
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 8
Itens de série/opcionais 7
Segurança 7
Estilo 8
Consumo 8
Tecnologia 6
Acabamento 7
Custo/benefício 7

RENAULT SANDERO 1.6 DYNAMIQUE x CONCORRENTES

RENAULT SANDERO 1.6 DYNAMIQUE FIAT ARGO 1.3 DRIVE PEUGEOT 208 1.6 SPORT HYUNDAI HB20 1.6 STYLE FORD FIESTA 1.6 SEL STYLE CHEVROLET ONIX LTZ 1.4 VW GOL COMFORTLINE 1.6

Potência (cv) 115(g)/118(e) 101(g)/109(e) 115(g)/122(e) 122(g)/128(e) 125(g)/128(e) 98(g)/106(e) 101(g)/104(e)
Torque (kgfm) 16(g/e) 13,7(g)/14,2(e) 15,5(g)/16,4(e) 16(g)/16,5(e) 15,5(g)/15,7(e) 13(g)/13,9(e) 15,4(g)/15,6(e)
Dimensões (A x B x C x D) (m) (*) 4,06x1,73x1,53x2,59 3,99x1,72x1,50x2,52 3,96x1,70x1,47x2,54 3,92x1,68x1,47x2,50 3,97x1,72x1,46x2,49 3,93x1,70x1,47x2,52 3,89x1,65x1,46x2,46
Peso (kg) 1.056 1.140 1.146 1.040 1.123 1.042 1.026
Porta-malas (litros) (**) 320 300 285 300 281 280 285
Velocidade máxima (km/h) (**) 182(g)/185(e) 180(g)/184(e) 191 (g)/198 (e) 185(g)/189(e) ND 171(e) 188(e)
Aceleração até 100km/h (s) (**) 10,3(g)/9,8(e) 11,8(g)/10,8(e) 10,2 (g)/9,7 (e) 9,7(g)/9,3(e) ND 12(e) 9,8(e)
Consumo cidade (km/l) (***) 12,8(g)/8,6(e) 12,9(g)/9,2(e) 12,3(g)/8,5(e) 11,6(g)/8,3(e) 11,2(g)/7,8(e) 12,5(g)/8,6(e) 11(g)/7,6(e)
Consumo estrada (km/l) (***) 13,4(g)/9,2(e) 14,3(g)/10,2(e) 14(g)/10(e) 13,4(g)/9,8(e) 14,9(g)/10,3(e) 14,9(g)/10,2(e) 13,1(g)/9,2(e)
Preço (R$) 51.150 53.900 61.690 52.880 59.790 56.650 50890

(*) A: comprimento; B: largura; C: altura; e D: entre-eixos
(**) Dados dos fabricantes
(***) Dados do Inmetro
(g) gasolina; (e) etanol
ND: Não disponível

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