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Estado de Minas

JAC T40 queria ser SUV, mas não passa de mais um hatch aventureiro

Vendido a partir de R$ 59.990, chinês não traz nada além dos penduricalhos comuns neste tipo de carro. Conjunto mecânico dá conta do recado


postado em 14/05/2018 10:26 / atualizado em 14/05/2018 11:13

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Já faz um tempo que algumas montadoras têm se empenhado em “transformar” modelos compactos em SUVs, designação dada a carros geralmente com maior altura em relação ao solo, espaço interno generoso e conjunto mecânico mais robusto. Mas, na verdade, o que temos visto no mercado brasileiro é um festival de hatches aventureiros, enfeitados com adereços e com uma lista de equipamentos que funciona como chamariz. E a chinesa JAC não quis ficar de fora desse “novo segmento”, que cresce a cada dia, e lançou aqui o T40. O modelo tem visual imponente, mas o tamanho é de carro compacto, principalmente no interior acanhado. Com motor 1.5 flex e câmbio manual, tem desempenho satisfatório e consumo de combustível razoável. Seu ponto forte são os sistemas eletrônicos que garantem maior segurança, como controles de tração e estabilidade. O preço é compatível com o de outros hatches aventureiros.

Traseira tem vincos salientes, friso cromado, lanternas horizontais e defletor de ar na parte superior(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Traseira tem vincos salientes, friso cromado, lanternas horizontais e defletor de ar na parte superior (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Quando lançou o T40 no Brasil, a JAC não teve dúvida em classificá-lo como SUV compacto. No documento, o modelo é homologado como camioneta. Mas na prática, o JAC T40 tem dimensões de hatch compacto, e pode enganar os desavisados por ter formas robustas e aparentar ser um pouco mais alto. A frente é imponente, com muitos vincos no capô e grade com moldura cromada e barras paralelas. Os faróis contam com LEDs e os de neblina ficam embutidos em uma moldura preta, que compõe a parte inferior do para-choque. A sacada legal da JAC foi disponibilizar o modelo em duas cores, no estilo “saia e blusa”, com o teto preto e a carroceria em laranja ferrugem.

Linhas laterais são limpas, com um vinco marcando a linha de cintura elevada(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Linhas laterais são limpas, com um vinco marcando a linha de cintura elevada (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

O modelo tem as laterais limpas, com um vinco marcando a linha de cintura elevada. O teto é arqueado, com descaída acentuada na traseira e barras longitudinais. A traseira também é rebuscada, com vincos salientes, friso cromado, lanternas horizontais e defletor de ar na parte superior, que confere discreto ar de esportividade. A tampa do porta-malas pode ser aberta por meio de um botão de pressão que fica no lugar do miolo da fechadura. Poderia ter um sistema mais moderno. O vidro traseiro é bem estreito, limitando significativamente a visibilidade. Mas para minimizar o problema, o T40 tem câmera de ré com indicador de direção e sensor de estacionamento.

O acabamento não é nenhuma maravilha, mas melhorou muito(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O acabamento não é nenhuma maravilha, mas melhorou muito (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

ESPAÇO O porta-malas é o destaque do T40 e talvez seja um dos poucos pontos que fazem ele lembrar um SUV. São 450 litros de capacidade, volume bem acima do que se encontra nos hatches compactos. Mas se o chinês caprichou na área de bagagem, não se pode dizer o mesmo do espaço para os ocupantes. Principalmente para os que vão no banco traseiro, que tem encosto inteiriço rebatível. Ali os passageiros contam com três apoios de cabeça e três cintos de segurança de três pontos retráteis. Apesar do túnel do assoalho ser mais baixo, o espaço para quem senta no meio do banco traseiro é limitado e desconfortável. O ideal ali é para duas pessoas, mas o acesso não é dos melhores, já que as portas traseiras são pequenas. Sem falar que pessoas mais altas batem a cabeça no teto com facilidade.

Os bancos dianteiros não apoiam bem as pernas, já que os assentos são curtos. Só o banco do motorista conta com ajuste manual de altura. E só! Para um carro de padrão chinês, o JAC T40 tem acabamento interno que surpreende. Não é nenhuma maravilha, mas se comparado com o de outros modelos da marca, melhorou muito. Partes do painel e das portas são revestidas com uma imitação de couro, mas trazem também um plástico de boa aparência. Para dar um toque de sofisticação, os puxadores das portas imitam alumínio. Os bancos são revestidos com tecido liso e material emborrachado. O volante também é revestido com a imitação de couro com costura vermelha, e traz os comandos para o som, celular e controlador de velocidade. Mas conta apenas com regulagem de altura.

Com 450 litros de capacidade, porta-malas é um dos poucos pontos que fazem lembrar um SUV(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Com 450 litros de capacidade, porta-malas é um dos poucos pontos que fazem lembrar um SUV (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

O painel tem desenho simples e instrumentos de fundo preto, com conta-giros, velocímetro e, no meio, computador de bordo. O ar-condicionado é eficiente e conta com quatro saídas no painel. Mas quando se observa os detalhes do acabamento do JAC T40 é possível perceber algumas falhas. Na unidade testada, o revestimento em tecido do teto já estava desfiando.

DIRIGINDO Para impulsionar o hatch aventureiro, a JAC optou pelo motor 1.5 Jet Flex, que dá conta do recado. Ele demora um pouco para reagir em baixas rotações e só começa a apresentar disposição acima das 2.500rpm. Depois de embalar, o T40 desenvolve bem, com desempenho satisfatório. A versão testada tem câmbio manual de cinco marchas, com engates não muito precisos e curso da alavanca longo. Mas as relações de marchas foram bem escalonadas, ajudando o bom aproveitamento da força do motor. No trajeto misto de nosso teste, com trechos de cidade e estrada, o computador de bordo apontou consumos médios de 9,5km/l com gasolina e 7,5km/l com etanol.

Apesar do túnel do assoalho ser mais baixo, o espaço para quem senta no meio do banco traseiro é limitado e desconfortável(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Apesar do túnel do assoalho ser mais baixo, o espaço para quem senta no meio do banco traseiro é limitado e desconfortável (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A direção com assistência elétrica foi bem calibrada e o diâmetro de giro é bom, facilitando as manobras em espaços pequenos. As suspensões garantem boa estabilidade, mas transferem as irregularidades do piso para dentro do carro, causando desconforto, e ainda são ruidosas. Sobre piso irregular parece que o carro vai desmanchar. Para compensar, o modelo traz de série os controles de tração e estabilidade, sistema de frenagem de emergência e auxílio de partida em rampa. Outro ponto positivo é o sistema de freios com discos nas quatro rodas, mas o pedal é esponjoso e exige atenção ao tempo de frenagem.

O JAC T40 com câmbio manual tem preço básico de R$ 59.990. A versão testada, com o Pack 3 de equipamentos, custa R$ 62.990, preço compatível com o de concorrentes como o Chevrolet Onix Active, Hyundai HB20X e Renault Sandero Stepway 1.6. Esses ficam mais distantes do Honda WR-V, que passa dos R$ 80 mil. Vale dizer que o T40 já tem a opção do câmbio automático do tipo CVT, em versão completa, por R$ 69.990.


CONECTIVIDADE
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Um dos argumentos da JAC para convencer o consumidor a comprar os seus modelos é a lista de equipamentos, muitas vezes mais completa do que a concorrência. No caso do T40, quando equipado com o Pack 3, o modelo traz um sistema multimídia com tela tátil de oito polegadas, rádio, conexão com smartphone e iPod, Bluetooth, entradas USB e auxiliar. Não é das mais modernas, mas é intuitiva e de fácil conexão com o celular. Já a JAC Connect Front Camera, a câmera frontal fixada atrás do retrovisor interno, permite a gravação de vídeos em HD com áudio, que podem ser salvos em SD Card e aplicativo dedicado para Android e IOS. Se o cartão tiver muita memória, é possível gravar uma viagem longa. E em caso de acidente, a câmera tem um dispositivo que registra os últimos instantes, imagens que podem ser usadas como prova em caso de sinistro.


FICHA TÉCNICA

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 1.499cm³ de cilindrada, 16 válvulas, com potências máximas de 125cv (gasolina) e 127cv (etanol) a 6.000rpm e torques máximos de 15,5kgfm (gasolina) e 15,7kgfm (etanol) a 4.000rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira e câmbio manual de cinco marchas

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, do tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira, semi-independente, com eixo de torção/ liga leve de 16 polegadas / 205/55 R16

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica progressiva

FREIOS
Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS/EBD e BOS

CAPACIDADES
Peso, 1.155 quilos; tanque, 42 litros; de carga (passageiros e bagagem), 375 quilos


EQUIPAMENTOS
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


DE SÉRIE
Rodas de liga leve aro 16 polegadas, airbag duplo frontal, cintos de segurança dianteiros com pré-tensionador, aviso de cinto não acoplado (motorista e passageiro), chave com destravamento remoto das portas e do porta-malas, travas elétricas, imobilizador, alarme antifurto, travamento automático das portas a 15km/h, freios ABS com EBD e Brake Overide System (BOS), controles de estabilidade (ESP) e tração (TCS), assistente de partida em rampa (HSA), Brake Assist System (BAS), monitoramento da pressão dos pneus (TPMS), sensor de estacionamento, luzes diurnas de LED, indicador de troca de marchas, controlador de velocidade, função "Follow me Home", abertura interna da tampa do tanque de combustível, parassol com espelho iluminado, brake light, retrovisores elétricos, chave canivete, desembaçador traseiro, faróis com regulagem elétrica de altura e acendimento automático, faróis de neblina, lanternas de neblina, sensor crepuscular, luzes de conversão estática, bancos revestidos em tecido especial, banco do motorista com ajuste de altura, apoio de cabeça para cinco ocupantes, Isofix, rack de teto, porta-copos, ar-condicionado, vidros elétricos, multimídia com tela de oito polegadas, JAC Connect Front Camera, câmera de ré, computador de bordo, quatro alto-falantes e dois tweeters, entradas USB e auxiliar, Bluetooth e volante revestido em couro.

OPCIONAL
Não tem.


NOTAS
Desempenho 7
Espaço interno 6
Porta-malas 8
Suspensão/direção 7
Conforto/ergonomia 7
Itens de série/opcionais 8
Segurança 7
Estilo 8
Consumo 8
Tecnologia 7
Acabamento 7
Custo/benefício 7


QUANTO CUSTA?
O JAC T40 1.5 com câmbio manual é vendido por R$ 59.990. A unidade testada, com o Pack 3, tem preço de R$ 62.990.

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