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Estado de Minas TESTE

Após seis anos do lançamento, Hyundai HB20 ainda é competitivo?

Testamos a versão de topo do compacto, equipada com motor 1.6 e câmbio automático de seis marchas, que concorre com os representantes premium das outras marcas


postado em 15/10/2018 14:21 / atualizado em 15/10/2018 14:40

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A segunda geração do Hundai HB20 deve ser lançada no segundo semestre de 2019. Mesmo próximo do fim, o modelo atual mostra que tem fôlego, ao ocupar a posição de segundo automóvel mais vendido do Brasil. Mas, passados seis anos do seu lançamento, com a chegada de novas opções no segmento dos compactos, esse coreano ainda dá pressão? Testamos o modelo em sua versão de topo 1.6 AT Premium com bancos revestidos de couro, vendida por R$ 68.390.


Apesar de acharmos que o design do HB20, repleto de vincos e linhas ousadas, traga muita informação para um veículo tão compacto, é inegável que seu visual faz sucesso com o público. Porém, mesmo tendo sido reestilizado em 2015, quando recebeu a grade hexagonal, além de ter ganhado um tapinha em março deste ano, suas linhas precisam de uma renovação mais profunda, o que deve acontecer no próximo ano.

A versão testada tem airbags laterais de tórax, além dos obrigatórios freios ABS e airbags frontais, mas a Hyundai vacilou na segurança básica do modelo ao não oferecer cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça para o passageiro que vai no meio do banco traseiro. Já os itens interessantes oferecidos são os retrovisores com ajustes elétricos que rebatem automaticamente quando se desliga o carro, rodas de liga leve, sensor crepuscular, faróis de neblina, sistema multimídia e ar-condicionado digital.

Hatch compacto tem desenho repleto de vincos e linhas ousadas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Hatch compacto tem desenho repleto de vincos e linhas ousadas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

DENTRO A principal característica do interior dessa versão são os bancos revestidos em couro na cor marrom, um pouco austero para um compacto com pretensão moderninha. Também há um generoso aplique em couro marrom nos painéis das portas dianteiras. Tapetes acarpetados enriquecem o interior do veículo e o resto do acabamento é plástico de boa aparência. O espaço interno é limitado, principalmente no banco traseiro. Já o porta-malas tem espaço normal para um veículo compacto, abrigando o estepe, que é de uso temporário. Se precisar de mais espaço, o encosto do banco traseiro rebate fracionado.

Com 2,50m de distância entre-eixos, modelo não tem o espaço interno como ponto forte(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Com 2,50m de distância entre-eixos, modelo não tem o espaço interno como ponto forte (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Para o motorista encontrar a melhor posição, seu banco e o volante contam com ajuste em altura, além do apoio de braço integrado ao encosto. O painel de instrumentos tem uma telinha com o velocímetro digital, mas com os números muito pequenos, difíceis de ser visualizados. Os botões do computador de bordo e do ajuste dos retrovisores são de difícil acesso e desconfortáveis de serem usados. Como a coluna C é larga, a visibilidade traseira fica um pouco comprometida. Para piorar, a versão topo de linha não oferece câmera de ré. Também faz falta no uso do veículo o acionamento rápido das setas, ligadas apenas com um leve toque na alavanca. Como nos anos 1980, as travas trazem pinos nas portas.

Couro marrom reveste os bancos e parte dos painéis de porta(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Couro marrom reveste os bancos e parte dos painéis de porta (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

RODANDO O motor 1.6 mostra fôlego, mas o bom desempenho pode ser atribuído ao câmbio automático de seis velocidades. Com marchas bem escalonadas, a transmissão atende bem tanto na cidade, onde não é possível desenvolver muito com o veículo, como na estrada, com respostas rápidas em retomadas e ultrapassagens, mas em altas rotações. Sua gestão reconhece rapidamente a necessidade de trocar as marchas, favorecendo a performance do veículo. Trocas manuais de marchas podem ser feitas na própria alavanca do câmbio. A suspensão se destaca por filtrar bem as irregularidades do terreno, garantindo o conforto, sem abrir mão da boa estabilidade. A direção tem assistência hidráulica, que é um pouco mais pesada do que as elétricas.

Espaço no banco traseiro é limitado, ideal para dois(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Espaço no banco traseiro é limitado, ideal para dois (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

VALE? O HB20 tem preço inicial de R$ 43.990, na versão de entrada 1.0 Unique, revelando que o modelo responde por um grande espectro dentro da gama Hyundai, diferente de uma tendência que vem se consolidando em algumas marcas, que oferecem dois modelos compactos, um de entrada e outro premium (como Fiat Uno/Argo, Volkswagen Gol/Polo, Ford Ka/Fiesta, Toyota Etios/Yaris). Logo, o modelo precisa ser competitivo, para agradar aos clientes com esse primeiro perfil, e também sofisticado, para fazer frente a concorrentes bem mais novos.

Com 300 litros, porta-malas é compatível com o segmento(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Com 300 litros, porta-malas é compatível com o segmento (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Por sua faixa de preço, esta versão de topo concorre com os hatches compactos premium, que deixam evidente que o HB20 não é uma boa opção. O Volkswagen Polo, na versão Comfortline, pode ser destacado pelo desempenho do motor 1.0 turbo, além de trazer controles de tração e estabilidade, auxílio de partida em rampa e igualar os quatro airbags. Também na mesma faixa de preço, o Fiat Argo 1.8 Precision supera o HB20 pelos controles de tração e estabilidade e o auxílio de partida em rampa. Já o Ford Fiesta 1.6 Titanium é um pouco mais caro, igualando o ar-condicionado digital e os bancos revestidos em couro, mas superando pelas rodas de 16 polegadas, controles de tração e estabilidade e o auxílio de partida em rampa.


CONECTIVIDADE
A central blueMedia traz como diferencial a TV digital. O sistema funciona a partir de uma tela tátil de sete polegadas e é compatível com Android Auto e Apple CarPlay. Apesar de ser possível usar os aplicativos de navegação, o GPS nativo por GPS sempre vai fazer falta. As demais mídias disponíveis são rádio, Bluetooth (com streaming), entradas USB e auxiliar. A central também oferece sistema de telefonia.

Motor 1.6 tem bom fôlego, e é ajudado pelo câmbio automático de seis marchas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Motor 1.6 tem bom fôlego, e é ajudado pelo câmbio automático de seis marchas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 1.591cm³ de cilindrada, flex, que desenvolve potências máximas de 122cv (gasolina)/128cv (etanol) a 6.000rpm e torques máximos de 16kgfm (g) a 4.500rpm/16,5kgfm (e) a 5.000rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira e câmbio automático sequencial de seis marchas

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, tipo McPherson e barra estabilizadora; traseira independente, com barra estabilizadora /5,5 x 15 polegadas de liga leve/ 185/60 R15

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

FREIOS
Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e EBD

CAPACIDADES
Do tanque, 50 litros; e de carga (ocupantes e bagagem), 459 quilos


Rodas de liga leve de 15 polegadas calçam pneus 185/60(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Rodas de liga leve de 15 polegadas calçam pneus 185/60 (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

EQUIPAMENTOS

DE SÉRIE – Airbags frontais e laterais de tórax; freios ABS com EBD; sistema Isofix com top tether para cadeirinha de bebê; travamento automático das portas e do porta-malas a 15km/h; lanternas indicadoras de direção nos retrovisores; alarme; faróis de neblina; ar-condicionado digital; direção hidráulica; vidros elétricos dianteiros e traseiros; chave canivete; retrovisores com ajuste elétrico e rebatimento automático; sensor de estacionamento traseiro; acendimento automático dos faróis; computador de bordo; apoio de braço para o motorista; volante com regulagem de altura; banco do motorista com regulagem de altura; banco traseiro rebatível; espelho de cortesia no para-sol para motorista e passageiro; bancos revestidos em couro; rodas de liga leve de 15 polegadas; e central multimídia blueMedia.

OPCIONAL – Pintura metálica (R$ 650)



QUANTO CUSTA
O Hyundai HB20 1.6 AT Premium com bancos revestidos em couro tem preço sugerido de R$ 68.390. Com a pintura metálica, a unidade testada custa R$ 69.040.


Notas (0 a 10)

Desempenho 8
Espaço interno 6
Porta-malas 7
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 7
Itens de série/opcionais 7
Segurança 6
Estilo 7
Consumo 8
Tecnologia 7
Acabamento 8
Custo/benefício 6

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