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Estado de Minas

Versão de topo do Citroën C4 Cactus combina visual charmoso e bom desempenho

Além da boa performance do motor 1.6 turbo, suspensão surpreende pelo conforto de rodagem. Porém, tem uma coisa nesse crossover que incomoda muito o motorista


postado em 11/02/2019 17:04 / atualizado em 11/02/2019 17:30

Destaque para o conjunto óptico formado pelas luzes diurnas integradas à grade superior e faróis quase no para-choque(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Destaque para o conjunto óptico formado pelas luzes diurnas integradas à grade superior e faróis quase no para-choque (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

O Citroën C4 Cactus foi lançado no Brasil no fim de agosto de 2018 com uma dose de polêmica a respeito do segmento ao qual pertence. Enquanto por aqui ele foi classificado como um SUV, agregando a conveniência de fazer parte da patotinha que está na moda, na Europa, ele é considerado um hatch. Na verdade, o modelo mescla características de ambas as categorias, sendo que sua melhor definição está na “estante” genérica dos crossovers – na qual a imensa maioria dos nossos SUVs compactos deveriam estar, já que não trazem características clássicas dos utilitários-esportivo, como plataforma sob chassi e tração nas quatro rodas. Mas o porte, definitivamente, não é de SUV, e está mais para um hatch médio.


Nos quatro meses em que o C4 Cactus esteve no mercado em 2018 foram registrados 3.351 emplacamentos. Já em janeiro, foram vendidas 1.016 unidades do modelo. Não são números expressivos para o segmento, mas existe um potencial para o crossover melhorar, já que seu preço inicial é de R$ 69.990, equipado com motor 1.6 aspirado e câmbio manual. Está certo, não chega a ser o conjunto mecânico dos sonhos e tampouco traz um exagero de equipamento, mas o preço é competitivo. Já a unidade testada é o extremo oposto disso. Para mostrar todo o potencial do modelo, a Citroën enviou a versão topo de linha Shine Pack, com motor 1.6 turbo e câmbio automático.

Independentemente de sua classificação, o C4 Cactus traz um design super charmoso. Na dianteira, destaque para o conjunto óptico estilo Fiat Toro, com as luzes diurnas integradas à grade e o farol situado quase no para-choque. Os faróis de neblina também funcionam como luz de curva, que atua apenas em baixa velocidade. A lateral traz airbumps (com função de estilo), rodas de 17 polegadas e teto “flutuante”. A traseira tem lanternas horizontais e vidro estreito que, junto à larga coluna C, compromete a visibilidade. Para amenizar, a câmera de ré está disponível a partir da versão intermediária, porém o sensor traseiro de estacionamento não é oferecido de série nem na versão de topo. O veículo pode ter combinação biton, como na unidade testada, carroceria em branco perolizado e teto azul.

Lateral tem airbumps, com função puramente estética, rodas de 17 polegadas e teto 'flutuante'(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Lateral tem airbumps, com função puramente estética, rodas de 17 polegadas e teto 'flutuante' (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

DENTRO O painel de instrumentos é digital e, além do belo visual, proporciona excelente visualização das informações, à exceção do conta-giros, que é por barra.O acabamento combina bancos em couro, um despojado aplique em tecido nos painéis de porta, tapetes acarpetados e material emborrachado no painel, mas o predomínio é de plástico texturizado e apliques de preto brilhante. Já os para-sóis são em material excessivamente duro e áspero, ponto negativo. Além do ajuste em altura dos bancos da frente, o motorista conta com ajustes em altura e distância do volante.

Interior é minimalista, com pouquíssimos comandos aparentes(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Interior é minimalista, com pouquíssimos comandos aparentes (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

O banco traseiro acomoda com conforto até dois passageiros, já que o túnel do assoalho e o console atrapalham o passageiro central. Ainda assim, há apoios de cabeça e cintos de segurança de três pontos para todos, além de Isofix para ancorar assentos infantis. Outro descuido é a falta de iluminação para os passageiros de trás. A tampa do porta-malas é pequena e tem um grande degrau até o assoalho (coisas de hatch!). O espaço é pequeno, mas com boa proporção entre altura e profundidade. O compartimento abriga o estepe, tem iluminação, mas tem um pequeno deslize no acabamento, faltando forração em carpete numa parte.

Porta-malas tem volume de apenas 320 litros, muito pequeno para se destacar entres os SUVs(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Porta-malas tem volume de apenas 320 litros, muito pequeno para se destacar entres os SUVs (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

CHATO Já o interior segue a linha minimalista, com poucos comandos disponíveis, o que, apesar de agradar aos olhos, acaba mesmo é aborrecendo o motorista. É que, para retirar vários botões do painel, a telinha central acaba aglutinando o comando de várias funções. Então, digamos que você está dirigindo enquanto ouve rádio e precisa reduzir a temperatura do ar-condicionado. Isso vai exigir que você dê um comando para passar da interface do rádio para ir o menu principal do sistema multimídia e depois escolher a interface da climatização para então ajustar a temperatura. Nisso, começa a tocar uma música que você odeia, então você retorna para o menu principal para depois voltar ao rádio e trocar a estação. Daí você se lembra de que precisa fazer uma ligação, então volta ao menu principal para depois migrar para a função de telefonia. Além de ser chato, percorrer todo esse “caminho” tira a atenção do motorista.

Tampa do porta-malas diminuta 'entrega' a vocação para hatchback do modelo(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Tampa do porta-malas diminuta 'entrega' a vocação para hatchback do modelo (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

RODANDO O motor 1.6 turbo trabalha com rotações baixas, sempre preparado para dar respostas imediatas e vigorosas, ou seja, bom no trânsito lento da cidade e brilhante na estrada. O câmbio automático de seis marchas oferece opção de trocas manuais, mas na alavanca. Com o bom desempenho do veículo, valeria até ter trocas por aletas. Se quiser dar ênfase para algum dos lados, basta escolher os modos de direção econômico ou esportivo. Esse urbanoide não tem muito traquejo fora do asfalto, mas é possível ajustar o sistema de tração para ambientes como neve, lama ou areia. A suspensão oferece muito conforto, sem abrir mão da boa estabilidade. Já a direção tem assistência elétrica progressiva, bem levinha nas manobras e firme em alta velocidade. O consumo não é propriamente baixo, mas, para um carro que oferece esse desempenho, está de bom tamanho.

Vidro traseiro estreito e coluna C larga comprometem a visibilidade do motorista(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Vidro traseiro estreito e coluna C larga comprometem a visibilidade do motorista (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

CONTEÚDO Quanto ao conteúdo, esta versão de topo se destaca pelos itens de segurança, que vão dos seis airbags e controles de tração e estabilidade tradicionais até assistentes de frenagem automática de emergência e alertas de colisão, permanência em faixa de rodagem e perda de pressão dos pneus.

Bom, já que o modelo foi classificado como um SUV compacto, esses serão seus concorrentes. Do ponto de vista mecânico, o que mais se aproxima do C4 Cactus é o Chevrolet Tracker 1.4 Premier, que também tem motor turbo e vários sensores que emitem alertas (ponto cego, colisão frontal, saída de faixa e movimentação traseira) ao motorista. O Peugeot 2008 Griffe (R$ 91.990) traz o mesmo motor 1.6 THP do Cactus, porém, atrelado a um câmbio manual de seis marchas, mas sua proposta é mais esportiva.

Para resumir, o C4 Cactus traz design atraente, espaço interno limitado, posicionamento de preço adequado e, nesta versão de topo, um conjunto mecânico muito prazeroso (aguardamos o motor 1.6 aspirado para teste!). Um aspecto a se levar em consideração antes de levar o modelo para a sua garagem é o pós-venda da marca francesa, que recebe muitas críticas dos nossos leitores, além da desvalorização de seus modelos na hora de vendê-lo como usado.


CONECTIVIDADE


Todas as versões do C4 Cactus vêm equipadas com o Citroën Connect Radio. A central multimídia traz tela tátil de 7 polegadas. Como não há navegação nativa, é preciso recorrer aos aplicativos dos smartphones (pelos sistemas Apple CarPlay e Android Auto) para contar com essa função. A telefonia conta com leitura de SMS e respostas prévias. As mídias disponíveis são rádio, bluetooth (com streaming) e entrada USB. A telinha traz computador de bordo, climatização, câmera de ré e configurações do veículo.


FICHA TÉCNICA
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, turbo, injeção direta de combustível, 1.598cm³ de cilindrada, 16 válvulas, flex, que desenvolve potências de 166cv (gasolina) e 173cv (etanol) a 6.000rpm, e torque de 24,5kgfm (g/e) a 1.400rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, com câmbio automático de seis marchas

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS

Dianteira, independente, tipo pseudo McPherson, com molas helicoidais e barra estabilizadora; e traseira com travessa deformável, molas helicoidais e barra estabilizadora/de liga leve com 17 polegadas/205/55 R17

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica variável

FREIOS
A discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira

CAPACIDADES
Do tanque, 55 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 350 quilos


EQUIPAMENTOS
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

DE SÉRIE
Airbags frontais, laterais e de cortina; freios ABS; barras de proteção lateral; controles de tração e estabilidade; assentos traseiros com três apoios de cabeça, três cintos de segurança de três pontos e Isofix; assistente de partida em rampa; luzes diurnas de LED; faróis de neblina; câmera de ré; alarme; piloto automático; acendimento automático dos faróis; limpador de para-brisa automático; sensor de pressão dos pneus; sistema de frenagem automática; alerta de colisão; alerta de atenção ao condutor; alerta de saída de faixa; indicador de descanso; retrovisor eletrocrômico; assentos dianteiros reguláveis em altura; volante com regulagem de altura e distância; sistema multimídia; ar-condicionado digital integrado à central multimídia; rodas de alumínio de 17 polegadas; barras de teto; vidros elétrico tipo “um toque”; retrovisor com ajustes elétricos; painel de bordo com revestimento soft-touch; volante e bancos em couro; chave presencial para travas e partida do motor.

OPCIONAIS
Pintura biton (R$ 2.800).

QUANTO CUSTA
O Citroën C4 Cactus tem preço inicial de R$ 69.990, na versão de entrada Live 1.6 manual. A versão testada é a topo de linha, com preço sugerido de R$ 99.990. Com o opcional disponível, a unidade testada custa R$ 102.790.


Notas (0 a 10)

Desempenho 9
Espaço interno 8
Porta-malas 7
Suspensão/direção 9
Conforto/ergonomia 7
Itens de série/opcionais 8
Segurança 9
Estilo 9
Consumo 8
Tecnologia 8
Acabamento 8
Custo/benefício 8

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