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Estado de Minas TESTE DO VRUM

Nissan Frontier mostra que nem sempre ficha técnica perfeita se traduz em desempenho irrepreensível

Picape média passa a ser importada da Argentina e ganha novas versões de acabamento. Para reverter mal desempenho de vendas, traz bom conjunto mecânico, mas peca nos detalhes


postado em 18/02/2019 09:09

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

A nova geração da Nissan Frontier foi lançada em 2017, quando inicialmente vinha do México, com apenas uma versão de acabamento, justamente a mais cara. Mas, a partir de agora, o modelo passa a ser importado da Argentina, o que permitiu oferecer quatro pacotes de conteúdo e aumentar a competitividade, já que é a picape média menos vendida no mercado brasileiro. Junto com o endereço, algumas coisinhas também mudaram. Para aferir isso, testamos a versão de topo LE 2.3 4X4 AT.


O banco traseiro é baixo em relação ao assoalho, o que causa desconforto nos passageiros. Com essa característica, pouco melhorou o prolongamento do assento traseiro e o maior ângulo de inclinação do encosto. Não há espaço de sobra, mas pelo menos agora existe uma saída de ar-condicionado pra os passageiros de trás. Esta versão de topo oferece cintos de segurança de três pontos e apoios de cabeça para todos, mas equipamentos tão básicos e importantes não são de série. O acabamento é caprichado, com bancos revestidos em couro, mesmo material presente no volante, painéis de porta e descanso de braço, e tapetes acarpetados. Os componentes de plástico têm boa apresentação, com detalhes em preto brilhante e prateados. O veículo é alto, mas conta com estribos e alças para facilitar o embarque e desembarque.

Estepe fica sob a caçamba e falta degrau para dar acesso ao compartimento(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Estepe fica sob a caçamba e falta degrau para dar acesso ao compartimento (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Quanto ao manuseio de carga, a caçamba tem tamanho normal para uma picape média de cabine dupla, com protetor e ganchos. Falta iluminação específica para este compartimento, além de santantônio e capota marítima de série, afinal, estamos falando de uma versão de topo. A tampa é pesada e pode ser trancada com chave. O estepe fica sob a caçamba. Também faz falta para manusear carga um degrau para dar acesso ao compartimento.

Nissan equipou a picape com suspensão traseira combinando configuração tipo multilink com o eixo rígido(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Nissan equipou a picape com suspensão traseira combinando configuração tipo multilink com o eixo rígido (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

CONTEÚDO Para um veículo que passa dos R$ 190 mil, do ponto de vista de conteúdo, a Frontier testada fica devendo em alguns aspectos, como os vidros elétricos que só trazem abertura “um toque” na janela do motorista e volante com ajuste apenas de altura. Mas também tem coisa boa: o banco do motorista conta com regulagem elétrica e lombrar, os retrovisores com rebatimento elétrico ajudam a manobrar em locais apertados (ainda mais aliado a sensores de estacionamento traseiro e câmera de ré com visão 360 graus), ar-condicionado digital de dupla zona, chave presencial para destravar portas e partida por botão, airbags frontais, laterais e de cortina, além de teto solar elétrico.

Acabamento interno é caprichado e o sistema multimídia, eficente(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Acabamento interno é caprichado e o sistema multimídia, eficente (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

AO VOLANTE Na ficha técnica, a Frontier está bem perto do ideal, com motor a diesel de 2.3 litros com bons números de potência e torque, tecnologia biturbo (uma turbina “entra” com baixas rotações e a maior em alta), além de câmbio automático de sete marchas. Mas, quando se coloca o veículo pra rodar a situação muda um pouco. O cenário em que o modelo fica devendo é em arrancadas e retomadas, um pouco lentas em relação às picapes que são referência, ficando difícil crer que todo o torque já está disponível com 1.500rpm. Fora isso, seu desempenho é bom. Fica a impressão que o câmbio automático tem como compromisso primordial a economia de combustível. O modelo conta com tração nas quatro rodas e reduzida.

Banco traseiro tem espaço limitado e pouco conforto(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Banco traseiro tem espaço limitado e pouco conforto (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Com centro de gravidade alto, massa e proporções elevados, e distribuição de peso muito desigual entre os eixos dianteiro e traseiro, picapes médias não são mesmo os melhores veículos para desafiar curvas. Para amenizar isso, a Nissan providenciou suspensão traseira combinando configuração multilink (que costuma entregar excelente relação entre desempenho dinâmico e conforto) com o tradicional eixo rígido (com a robustez voltada para o trabalho). Na prática, a unidade testada não demonstrou conforto sobre piso irregular, e tampouco confiança em curvas mais desafiadoras, tudo isso muito distante do modelo que é referência no segmento. A direção tem assistência hidráulica, mas é muito pesada em manobras.

Caçamba tem protetor, mas sem capota marítima de série(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Caçamba tem protetor, mas sem capota marítima de série (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

CONECTIVIDADE

Sistema multimidia com tela tátil de oito polegadas tem como principal novidade a conexão com smartphone via Android Auto e Apple Car Play. Navegação GPS nativa também é ponto alto, já que não é preciso recorrer aos aplicativos do celular, que nem sempre tem conexão disponível. A telefonia oferece opção de respostas automáticas customizáveis de SMS. As mídias disponíveis são rádio, entradas USB e auxiliar e Bluetooth (com streaming).


(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, longitudinal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 2.298cm³ de cilindrada, biturbo, a diesel, que desenvolve potência máxima de 190cv a 3.750rpm e torque máximo de 45,9kgfm entre 1.500rpm e 2.500rpm

TRANSMISSÃO
Tração traseira, com opção de 4x4 e reduzida, e câmbio automático de sete marchas

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, com braços duplos e barra estabilizadora; e traseira conjugando multilink e eixo rígido /18 polegadas (liga leve)/255/60 R18

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

FREIOS
A disco ventilados na frente e tambores na traseira, com ABS e EBD

CAPACIDADES
Tanque, 80 litros; capacidade de carga (passageiro e carga), 1.050kg


(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

EQUIPAMENTOS
De série: Revestimento em couro nos bancos; acendimento automático dos faróis; apoios de cabeça traseiro e cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes; ar-condicionado digital Dual Zone; banco do motorista com regulagem elétrica; visão 360 graus; controle de velocidade de cruzeiro; desembaçador traseiro; painel de instrumentos multifuncional colorido de cinco polegadas; saídas de ar-condicionado para o banco traseiro; seleção de tração em forma de botão rotativo; vidros elétricos; volante com ajuste de altura manual; seis airbags (frontais, laterais e de cortina); alarme; alças de auxílio para entrada no veículo; controle automático de descida; controles de tração e estabilidade; sistema de auxílio de partida em rampa; abertura das portas e partida do motor sem o uso da chave; sensor de estacionamento traseiro; teto solar; estribos laterais; faróis de neblina; rack de teto; retrovisores com ajuste e rebatimento elétrico; bloqueio de diferencial eletrônico; faróis de LED; luz diurna de LED; freios ABS com controle eletrônico de frenagem (EBD) e assistência de frenagem (BA); ganchos de amarração interna da caçamba; antena de teto.

OPCIONAL
Não tem.


Quanto custa?

A Nissan Frontier tem preço inicial de R$ 136.190 no pacote S MT 4x4. A unidade testada, versão de topo LE AT 4x4, tem preço sugerido de R$ 193.290.


NOTAS (0 a 10)

Desempenho 9
Espaço interno 8
Caçamba 8
Suspensão/direção 7
Conforto/ergonomia 8
Itens de série/opcionais 8
Segurança 7
Estilo 8
Consumo 8
Tecnologia 8
Acabamento 8
Custo/benefício 8

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