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Estado de Minas POPULAR?

Por R$ 60 mil, vale comprar o Mobi Trekking ou optar pelo segmento de cima?

Com o preço da versão aventureira do subcompacto da Fiat é possível comprar modelos com mais espaço interno, porém menos equipados. Confira o teste do carrinho


postado em 17/09/2021 10:50 / atualizado em 17/09/2021 11:42



Junto ao Renault Kwid, o Fiat Mobi pertence ao segmento de entrada do mercado brasileiro, oferecendo como principal atrativo o fato de se tratar de veículo zero-quilômetro e suas supostas vantagens. Porém, partindo de R$ 47.990, está cada vez mais difícil “vender” o compacto da Fiat como um modelo popular. Somente em 2021, a versão de entrada ficou R$ 11 mil mais cara.

A verdade é que nenhum fabricante mais se preocupa com essa primeira fatia do mercado, e voltam seus investimentos para segmentos de maior valor agregado. Prova disso é que o segmento de entrada conta com apenas dois representantes, enquanto os SUVs já lideram o mercado brasileiro, com 40% do volume de emplacamentos.

Nesse contexto, testamos o Mobi Trekking, versão mais cara do carrinho da Fiat, que traz apelo aventureiro. Vendido a partir de R$ 59.900, esse pacote pode “esbarrar” nos preços de em segmento acima, mas, será que o pequenino pode bancar essa ousadia?

(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
VISUAL Beleza nunca foi um atributo do Mobi, que, no maior grau da boa vontade, pode ser chamado de carismático. A roupagem aventureira adiciona um adesivo preto no capô, molduras nas caixas de roda, pintura lateral inferior, logomarcas escurecidas, calotas escurecidas, capas dos retrovisores em preto com repetidores de seta integrados. Do ponto de vista estético, é preciso valorizar a tampa do porta-malas em vidro, mas falta maçaneta para manuseá-la, já que é muito chato ter que inserir a chave sempre que for preciso abrir. Como opcional, a unidade tem um comando interno de abertura da tampa, o que não substitui a maçaneta.

(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
A suspensão do Mobi Trekking é elevada em 3 centímetros em relação à demais, com impacto do visual e no uso do veículo, que ganha capacidade de transpôr obstáculos urbanos. O teto pintado em preto acompanha as demais cores da carroceria, claro, com a exceção do preto, e custam R$ 750. Outros opcionais da unidade testada são as rodas de liga leve de 14 polegadas e os faróis de neblina, capricho que adicionam R$ 2.300 ao preço inicial.

(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
DENTRO Mesmo nessa versão mais cara o acabamento é puro plástico, sem nem um fiapo de tecido, presente apenas nos bancos com costura laranja. A única coisa que quebra a pobreza (em um carro que beira os R$ 60 mil!) é a tela de 7 polegadas do sistema multimídia. Outro item que surpreende no interior é o console de teto, que conta com um porta-óculos e um espelho auxiliar.

(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
Naturalmente, o espaço interno é limitado. Para sobrar espaço para os passageiros no banco traseiro, é preciso que os ocupantes dianteiros não abusem do espaço. O porta-malas é pequeno, e comporta apenas as compras do supermercado. Ao menos ele abriga o estepe. Se precisar de mais espaço, o banco traseiro pode ser rebatido.

(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
RODANDO O motor que equipa todas as versões do Mobi é o jurássico 1.0 Fire Evo, que ainda conta com tanquinho de partida a frio. Seu desempenho é bem limitado, são até 75cv e 9,9kgfm de torque (números usando etanol), já que o foco é o baixo consumo de combustível. Na cidade, logo se acostuma com a performance do motor 1.0, sendo necessário se antecipar e reduzir marcha para não perder o embalo em trechos de relevo acidentado, o que é bem comum em Belo Horizonte.

Já na estrada é preciso ter paciência, já que o veículo se desenvolve de forma lenta e é muito sensível à topografia e ao peso embarcado. Nesta situação também é importante não deixar as rotações do motor caírem dos 3.000rpm, a não ser que esteja rodando em uma estrada predominantemente reta e plana. A suspensão elevada em 3 centímetros não muda muito a dinâmica do Mobi Trekking, e tem boa relação entre conforto e estabilidade. A direção conta com assistência hidráulica, com bom acerto em diferentes condições.

(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
CONTEÚDO O grande destaque entre os itens de série desta versão é a central multimídia com tela tátil de 7 polegadas, que traz espelhamento do smartphone sem usar fio, o que possibilita usar aplicativos como os de navegação, além de contar com o assistente de voz do Google. Ainda valem ser citados o ar-condicionado e banco do motorista com regulagem de altura. Mas ainda tem muita coisa que não combina com o preço do compacto, como vidros elétricos apenas na dianteira e retrovisores com ajustes manuais. Alguns itens aqui são opcionais, como as regulagens de altura do volante, dos cintos de segurança dianteiros e dos retrovisores.

MERCADO O concorrente direto do Mobi Trekking é o Kwid Outsider, que traz moto 1.0 de três cilindros (com até 70cv e 9,8kgfm), vendido por R$ 60.590. A versão aventureira do Kwid leva vantagem ao trazer de série faróis de neblina, airbags laterais e retrovisores com ajustes elétricos. Por sua vez, a versão testada do Mobi custa R$ 600 a menos. Neste confronto, no ranking de emplacamentos até agosto de 2021 o Mobi está em vantagem, nada menos que o terceiro entre automóveis mais vendidos (com 54.949 unidades), enquanto o Kwid está em 10º lugar (com 37.813 unidades).

Quem for gastar R$ 60 mil em um Mobi ainda deve considerar optar por modelos como: Chevrolet Joy 1.0 (a geração anterior do Onix), a partir de R$ 62.190; e Volkswagen Gol 1.0, por R$ 64.950. Provavelmente por uma questão de custo a Fiat está “matando” o Uno, vendido em versão única Attractive 1.0 (R$ 63.490), sem itens atraentes como um sistema multimídia, mas certamente uma opção de entrada muito mais interessante, tanto pelo design, quanto pelo espaço.

Ver galeria . 13 Fotos Fiat Mobi Trekking Jorge Lopes/EM/D.A Press
Fiat Mobi Trekking (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press )


FICHA TÉCNICA
(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)

MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 999cm³ de cilindrada, flex, que desenvolve potências de 73cv (gasolina) e 75cv (etanol) a 6.250rpm e torques de 9,5kgfm (g) e 9,9kgfm (e) a 3.850rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, com câmbio manual de cinco marchas

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente do tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira semi-independente, eixo de torção/em aço estampado 5,5x14 polegadas/ 175/65 R14

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

FREIOS
A disco na dianteira e tambor na traseira, com ABS e distribuição eletrônica de frenagem (EBD)

CAPACIDADES
Do porta-malas, 200 litros; tanque de combustível, 47 litros; e capacidade de carga (passageiro e carga), 400 quilos

DIMENSÕES
3,56 metros de comprimento; 1,66m de largura; 1,55m de altura; 2,30m de entre-eixos; altura livre do solo, 19cm

PESO
967 quilos

DESEMPENHO
Velocidade máxima: 152km/h (e)
Aceleração até 100 km/h: 13,8 segundos (e)

CONSUMO (*)
Cidade: 13km/l (g) e 8,9km/l (e)
Estrada: 14,1km/l (g) e 10,1km/l (e)

Dados do fabricante
(*) Medição do Inmetro
(g) gasolina
(e) etanol



EQUIPAMENTOS
(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)

DE SÉRIE
Airbags frontais; freios ABS com EBD; apoios de cabeça e cintos de segurança retráteis para todos os passageiros; sinalização de frenagem de emergência; Isofix; retrovisores com ajuste manual interno; barra de proteção nas portas; ar-condicionado; banco do motorista com regulagem de altura; banco traseiro rebatível; vidros elétricos dianteiros; computador de bordo; console central com porta-objetos e porta-copos; console de teto; chave canivete; espelhos nos para-sóis; limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro; luz de leitura dianteira; quadro de instrumentos com display de 3,5 polegadas; suspensão elevada; central multimídia de 7 polegadas; volante multifuncional; predisposição para rádio; retrovisores pintados em preto com luz indicadora de direção; barras longitudinais no teto; moldura nas caixas de roda; calotas exclusivas; caracterização Trekking; faróis com mascara negra; grade texturizada; maçanetas na cor do veículo; para-choques exclusivos na cor do veículo.

OPCIONAL
Pintura branco Banchisa com teto preto Vulcano (R$ 750); Pack One (R$ 1.500), que traz volante com regulagem em altura, cintos de segurança dianteiros com regulagem de altura, comando interno para abertura da tampa do porta-mala e do tanque de combustível, retrovisores com regulagens elétricas e função tilt-down, e sensores traseiros de estacionamento traseiro; Pack Style (R$ 2.300), com rodas de liga leve de 14 polegadas e faróis de neblina.


Quanto custa?
O Mobi Trekking 1.0 tem preço sugerido de R$ 59.990. Com os opcionais descritos, a unidade testada custa R$ 64.540.

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