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Estado de Minas

Você sabe quanto custa um crash-test? Visitamos o novo Centro de Segurança do Grupo FCA e temos a resposta

Grupo FCA inaugura Centro de Segurança, instalado na fábrica de Betim. Laboratório determina a autonomia completa da região da América Latina no desenvolvimento de projetos, do conceito à manufatura


postado em 20/07/2019 09:48 / atualizado em 20/07/2019 10:31

Pista de 130 metros termina em bloco de concreto com massa de 140 toneladas(foto: FCA/Divulgação)
Pista de 130 metros termina em bloco de concreto com massa de 140 toneladas (foto: FCA/Divulgação)

Quanto custa um teste de colisão para um fabricante de veículos? Se você clicou aqui só para saber esse valor, o custo pode variar entre R$ 200 mil (para veículos já em fase de produção) e R$ 500 mil (para os modelos ainda em fase de projeto). Mas, para entender melhor essa conta e tudo mais sobre o que é feito durante o projeto de um modelo, vale seguir em frente nesse texto. Fomos até o Centro de Segurança do Grupo FCA, que acaba de ser inaugurado na planta de Betim. Mais que um novo laboratório de segurança, o galpão de 7.600 metros quadrados significa para a região (América Latina) a autonomia completa no desenvolvimento de projetos, do conceito à industrialização.


A cereja do bolo é a área de impacto, onde uma pista de 130 metros termina num bloco de concreto com massa de 140 toneladas. Ali é possível que veículos de até 4 toneladas atinjam a velocidade de até 100km/h, que é o suficiente para tomar as providências possíveis de segurança (ou seja, mais do que isso, não vai sobrar nem o chapéu). A pista ainda conta com dois pontos de observação subterrâneos, com o teto translúcido, que proporcionam um ponto de vista privilegiado para a análise das consequências da colisão.

O start do teste de impacto é dado a partir da sala de controle(foto: FCA/Divulgação)
O start do teste de impacto é dado a partir da sala de controle (foto: FCA/Divulgação)
Teste de estanqueidade confere se algum fluido vazou após a colisão(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
Teste de estanqueidade confere se algum fluido vazou após a colisão (foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)

Para captar as imagens, um sistema de iluminação potente em LED (com 100 mil Lúmens) trabalha em conjunto com cinco câmeras de alta velocidade (capazes de captar 1.940 quadros por segundo em altíssima resolução). Esse sistema pode ser deslocado para qualquer ponto da pista, já que ali são feitos diversos outros ensaios de colisão além da barreira de concreto. Veículos auxiliares dotados de estrutura rígida ou deformável, além de equipamentos como acelerômetros, participam de testes de colisão frontal (em que, por exemplo, os veículos batem de quina, considerado rigoroso porque a energia da batida é dissipada em uma área menor), lateral e traseira.

Veículos auxiliares são usados para ensaios de colisão lateral e traseira(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
Veículos auxiliares são usados para ensaios de colisão lateral e traseira (foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
Veículo colidiu contra a barreira rígida a 48,5km/h(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
Veículo colidiu contra a barreira rígida a 48,5km/h (foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)

VIRTUAL Porém, antes dos testes de impacto, centenas de validações são feitas no mundo virtual. Então, ainda no computador, é possível saber com até 98% de precisão quais são os pontos de contato do veículo com o ocupante em uma colisão – ou do veículo com o pedestre, em caso de atropelamento – e determinar como será feita a absorção desse impacto. Isso revela que toda a estrutura de absorção é projetada e não obtida ao acaso. “A partir dos ensaios virtuais, nós já sabemos o que vai acontecer no crash-test. Assim o impacto do veículo serve mais para a validação do produto”, explica Sílvio Piancastelli, gerente de desenvolvimento de conceito do Grupo FCA.

Sala subterrânea com teto translúcido permite vista privilegiada para análise da colisão(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
Sala subterrânea com teto translúcido permite vista privilegiada para análise da colisão (foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)

E, para quem acha que basta entrar com o carro na pista e jogá-lo contra a parede, existe toda uma preparação antes e depois desse gran finale: são nada menos que 40 horas de instrumentação dos veículos, como a instalação de sensores e acelerômetros; 36h de preparação mecânica e de pista; 26h de medições estáticas; 15h de fotografia e filmagem; e 8h de análise de dados.

Os dummies fazem parte dos equipamentos de última geração do laboratório(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
Os dummies fazem parte dos equipamentos de última geração do laboratório (foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
Como equipamentos de iluminação e filmagem são móveis, é possível realizar testes em qualquer ponto da pista(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
Como equipamentos de iluminação e filmagem são móveis, é possível realizar testes em qualquer ponto da pista (foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)

O COMEÇO
O primeiro passo dado pela Fiat no desenvolvimento de produtos foi em 1996, em teste para o projeto global do Palio. Em 2001, a marca passa a fazer a gestão local da fase de manufatura. Dois anos depois, com a inauguração do Polo Giovanni Agnelli, deu-se início ao processo de desenvolvimento dos projetos de reestilizações, versões e série especiais de veículos locais. O ano de 2008 ficou marcado pelo desenvolvimento completo do primeiro veículo na região da América Latina, o Novo Uno (lançado em 2010).

São cinco câmeras de altíssima velocidade e resolução(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
São cinco câmeras de altíssima velocidade e resolução (foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)

O investimento no novo Centro de Segurança do Grupo FCA foi de R$ 40 milhões. No total, 50 engenheiros receberam treinamento em centros de segurança na Itália, Alemanha e Estados Unidos. Além de dar autonomia, a instalação desse laboratório vai poupar tempo de resposta às demandas da região para atender aos consumidores e à legislação (felizmente a cada dia mais exigente). Só para se ter ideia, o simples envio de um veículo para centros de segurança da FCA no exterior, como a Itália ou Estados Unidos, dura pelo menos dois meses.

O poste é um dos equipamentos usados para teste de colisão lateral(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
O poste é um dos equipamentos usados para teste de colisão lateral (foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)

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