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Estado de Minas

Apesar dos bons atributos, Fit 2018 EXL não justifica os R$ 81mil pedidos pela Honda

Modelo 2018 do monovolume da marca japonesa chega com discretas alterações no visual, mas cresceu em comprimento e mantém o bom espaço interno. O problema está no preço


postado em 27/11/2017 14:07 / atualizado em 27/11/2017 14:40

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Lançada em 2014, a terceira geração do Honda Fit chegou com a estratégia de se tornar um modelo atraente também para os homens. Apesar de ter mantido suas proporções básicas, vincos pronunciados esculpem a carroceria como se fossem músculos trabalhados. Já o conjunto óptico de LED, exclusivo da versão de topo EXL, vendem a ideia de um veículo tecnológico. A ideia está dando certo. Mesmo não se tratando de uma barbada, a partir de R$ 58.700, o modelo já vendeu mais de 20 mil unidades em 2017, nada mal para um ano em que foi reestilizado.

Para proteger a tampa traseira em caso de colisão, o para-choque ficou mais encorpado(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Para proteger a tampa traseira em caso de colisão, o para-choque ficou mais encorpado (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

As mudanças do modelo 2018 foram muito pequenas. Além de “perfumarias” como a grade com a logomarca da Honda mais evidenciada, para-choque dianteiro e novos modelos de roda, uma alteração veio para dar solução a um problema histórico do Fit: o para-choque traseiro ficou mais encorpado – respondendo por 8cm, dos 9,8cm que o modelo ganhou de comprimento –, evitando que a menor das colisões traseiras afetassem também a tampa do porta-malas (que é bastante baixa).

Para agradar ao público masculino, terceira geração do modelo traz linhas musculosas(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Para agradar ao público masculino, terceira geração do modelo traz linhas musculosas (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

VERSÁTIL
O interior manteve a filosofia de aproveitar ao máximo o espaço interno, que consagrou o Fit como um dos modelos mais versáteis do mercado. O banco traseiro oferece bom espaço, o que, somado ao túnel do assoalho baixo, melhora o conforto para o passageiro central. O porta-malas também é espaçoso para um compacto, e ainda guarda o estepe (que é de uso temporário). Esta versão traz o sistema ULTRa SEAT, que permite várias configurações dos bancos para carregar objetos maiores: além de rebater de forma tradicional o encosto, formando uma superfície plana, é possível também deitar por completo o banco do carona para levar objetos mais longos; para carregar objetos mais altos, também dá para dobrar o assento traseiro para trás.

Falta velocímetro digital no painel de instrumentos(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Falta velocímetro digital no painel de instrumentos (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

A reestilização deveria ter contemplado o painel de instrumentos com velocímetro digital, de fácil visualização. Janelas vigia nas colunas A e C melhoram a visibilidade para o motorista. Para encontrar boa posição, o banco do motorista conta com ajuste de altura, e o volante com regulagem de altura e distância. O acabamento é simples, com amplo uso de plástico preto (de boa qualidade) com molduras em preto brilhante ou prateado. Bancos revestidos em couto e tapetes acarpetados da versão melhoram sua aparência.

Banco traseiro tem bom espaço para as pernas(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Banco traseiro tem bom espaço para as pernas (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

AO VOLANTE A “dobradinha” entre o motor 1.5 e o câmbio CVT deixa o veículo com uma boa “pegada” urbana, onde a velocidade tende a ser baixa. Se você rodar no ritmo típico de uma transmissão CVT, com ganho linear de velocidade, o consumo tende a ser baixo. Se quiser uma “tocada” mais dinâmica, use o modo esportivo, que mantém os giros elevados, dando mais fôlego ao veículo. Para quem precisa de resposta mais imediatas, esta versão conta com opção de trocas manuais, com sete marchas virtuais, por meio de aletas próximas ao volante. A suspensão é equilibrada, com uma sutil rigidez que favorece a estabilidade. Mas o Fit etá longe de ser um carro desconfortável. A direção tem assistência elétrica progressiva, contribuindo com a boa agilidade deste compacto.

Para um compacto, porta-malas de 363 litros é espaçoso, e ainda guarda o estepe(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Para um compacto, porta-malas de 363 litros é espaçoso, e ainda guarda o estepe (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

CONTEÚDO Apesar dos bons predicados, é impossível não se assustar com os mais de R$ 80 mil cobrados por esta versão de topo do Honda Fit. Pelo menos a lista de equipamentos é boa, com destaque para os seis airbags, controles de tração e estabilidade, sistema multimídia com navegação; assistente de partida em aclive, ar-condicionado digital, faróis de neblina, além dos já citados. Ao longo dos anos, o segmento dos monovolumes vem perdendo espaço e representantes. Tanto que a Honda até inventou que o WR-V, nada mais que um Fit aventureiro, é um SUV, o segmento da vez. É possível que o único monovolume compacto capaz de duelar com a mesma proposta de boa habitabilidade do Fit seja o Citroën Aircross, apesar de suas características de aventureiro.

Esta é apenas uma das configurações de banco possíveis, destinada a transportar objetos muito longos(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Esta é apenas uma das configurações de banco possíveis, destinada a transportar objetos muito longos (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

CONECTIVIDADE
Apesar da interface simples, a nova central multimídia da Honda tem a maioria das coisas que o motorista precisa. É possível espelhar o smartphone na tela tátil de sete polegadas (por meio dos sistemas Android Auto e Apple CarPlay) para usar aplicativos como o Waze. Os comandos podem ser dados por voz. Mas o sistema tem seu próprio navegador GPS, assim como telefonia. As mídias disponíveis são rádio, duas entradas USB e Bluetooth (com streaming). A câmera de ré oferece três ângulos de visão e indicação da distância máxima de um obstáculo para a abertura do porta-malas.


(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

FICHA TÉCNICA


MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 1.497cm³ de cilindrada, flex, que desenvolve potências máximas de 115cv (com gasolina) e 116cv (com etanol) a 6.000rpm e torques máximos de 15,2kgfm (g) e 15,3kgfm (e) a 4.800rpm

TRANSMISSÃO

Tração dianteira, com câmbio automático tipo CVT que simula sete marchas

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, tipo McPherson; e traseira tipo barra de torção / de liga leve de 6 x16 polegadas / 185/55 R16

DIREÇÃO

Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica progressiva

FREIOS
Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com assistência ABS

CAPACIDADES
Do tanque, 45 litros; e de carga (ocupantes e bagagem), 416 quilos


(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

EQUIPAMENTOS

DE SÉRIE
Airbags frontais, laterais e de cortina; assistente de tração e estabilidade; assistente de partidas em aclives; chave canivete; freios ABS com EBD; travas elétricas com travamento automático acima de 15km/h; sistema Isofix de fixação de cadeirinha infantis; sistema de alerta de frenagem emergencial; ar-condicionado digital touchscreen; sistema multimídia com tela de sete polegadas, multi-touchscreen com navegador GPS e interface para smartphones; apoio de braço em couro; banco do motorista com regulagem de altura; coluna de direção ajustável em altura e distância; desembaçador e limpador do vidro traseiro; encosto de cabeça e cinto de segurança de três pontos para todos os ocupantes; computador de bordo; para-sóis com espelho para motorista e passageiro; piloto automático; revestimento dos bancos em couro; sistema de configuração dos bancos ULTRa SEAT, com bancos traseiros reclináveis e bipartidos (60/40); vidros elétricos; volante multifuncional com acabamento em couro; câmera de marcha a ré multivisão; retrovisores com ajustes e rebatimento elétricos; conjunto ótico em LED; luzes diurnas; farol de neblina.

OPCIONAIS

Não há.

QUANTO CUSTA
O Honda Fit EXL, versão topo de linha do modelo, tem preço sugerido de R$ 80.900. Com a pintura metálica (R$ 990) o preço da unidade testada é de R$ 81.890.


NOTAS (0 a 10)

Desempenho 7
Espaço interno 9
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 8
Itens de série/opcionais 8
Segurança 9
Estilo 8
Consumo 8
Tecnologia 8
Acabamento 7
Custo/benefício 6

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

HONDA FIT x CONCORRENTE

HONDA FIT 1.5 CVT EXL X CITROËN AIRCROSS 1.6 AUTO SHINE

Potência (cv) 115(g)/116(e) 115(g)/122(e)
Torque (kgfm) 15,2(g)/15,3(e) 15,5(g)/16,4(e)
Dimensões (A x B x C x D) (m) (*) 4,09x1,69x1,53x2,53 4,30x1,76x1,74x2,54
Peso (kg) 1.104 1.328
Porta-malas (litros) (**) 363 403
Velocidade máxima (km/h) (**) ND ND
Aceleração até 100km/h (s) (**) ND ND
Consumo cidade (km/l) (***) 12,3(g)/8,3(e) 10,2(g)/7,2(e)
Consumo estrada (km/l) (***) 14,1(g)/9,9(e) 11,7(g)/8,2(e)
Preço (R$) 80.900 75.925

(*) A: comprimento; B: largura; C: altura; e D: entre-eixos
(**) Dados dos fabricantes
(***) Dados do Inmetro
(g) gasolina; (e) etanol
ND: Não disponível

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