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Estado de Minas O QUE ESSE JAPA TEM?

Modelo 2018 do Honda HR-V 1.8 ELX preserva qualidades, mas também comete seus pecados

Dois anos e meio passados de seu lançamento, testamos o líder absoluto entre os SUVs compactos, o Honda HR-V, para ver se ele ainda tem predicados para enfrentar os novos concorrentes


postado em 11/12/2017 14:04 / atualizado em 11/12/2017 14:55

Parte do sucesso do modelo da marca japonesa pode ser atribuído a seu design(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Parte do sucesso do modelo da marca japonesa pode ser atribuído a seu design (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
 

O Honda HR-V foi lançado em março de 2015, tendo imediatamente se transformado no modelo de maior volume da marca. Ele também lidera com folga o segmento dos SUVs compactos, tendo, junto com o Jeep Renegade, inaugurado uma subdivisão premium, que, de lá pra cá, ganhou vários concorrentes de peso. Passados mais de dois anos e meio de sua estreia, o que o HR-V tem para se manter no topo? Para tentar responder, testamos sua versão EXL, que já foi topo de linha, mas perdeu essa posição para a Touring, que agregou itens importantes.

O porte de SUV é amenizado pelas linhas esportivas e formas aerodinâmicas(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
O porte de SUV é amenizado pelas linhas esportivas e formas aerodinâmicas (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

As dimensões de compacto (20cm a mais do que o Fit) fazem com que este SUV não seja um estorvo na cidade(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
As dimensões de compacto (20cm a mais do que o Fit) fazem com que este SUV não seja um estorvo na cidade (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Parte do sucesso do modelo pode ser atribuído a seu design. O porte de SUV é amenizado por linhas esportivas – com vincos “rasgados” e teto arqueado –, atendendo às aspirações do público urbano e contrastando com os concorrentes de aspecto rústico, como o Jeep Renegade (que também tem seus admiradores). Na verdade, o HR-V é uma boa embalagem do que se espera de um crossover, trazendo o porte e o espaço interno de um SUV, mas sem dar a falsa impressão de ter uma grande capacidade para o fora de estrada. Já as dimensões de compacto (com 20cm a mais que um Fit, por exemplo) fazem com que este SUV não seja um estorvo na cidade.

 

 

DENTRO O projeto do interior do HR-V foi feito com muito cuidado. Cada centímetro da cabine foi muito bem aproveitado, resultando em bom espaço também no banco traseiro e um bom porta-malas. Motoristas de diferentes estaturas encontram boa posição com regulagem em altura do assento e em altura e distância do volante. O sistema ULT para configuração modular dos bancos amplia a versatilidade do veículo, sendo possível desde rebater os bancos traseiro e do passageiro – com a obtenção de um assoalho plano que vai até o painel – até o rebatimento apenas do assento traseiro, que abre espaço para acomodar cargas mais altas.

O teto arqueado e a linha de cintura elevada conferem o toque de crossover ao HR-V(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
O teto arqueado e a linha de cintura elevada conferem o toque de crossover ao HR-V (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

O acabamento é elegante, com apliques em couro no painel e em todos os pontos em que os passageiros encostam com mais frequência, como painéis de porta, console central e apoio de braço. Mas há um vacilo no quesito ergonomia. É que as tomadas USB, HDMI e 12V ficam sob o console central, em local de difícil acesso, exigindo contorcionismo. A cabine conta com itens interessantes como ar-condicionado digital com painel tátil, freio de estacionamento elétrico acionado por botão e freio com função Brake Hold, que mantém o veículo parado sem a necessidade de deixar o pedal do freio pressionado. Outro vacilo (um grande vacilo!) da Honda é não oferecer velocímetro digital.
O acabamento é de boa qualidade, com couro no painel e em todos os pontos nos quais os passageiros encostam com mais frequência(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
O acabamento é de boa qualidade, com couro no painel e em todos os pontos nos quais os passageiros encostam com mais frequência (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Cada centímetro da cabine foi muito bem aproveitado, resultando em bom espaço também no banco traseiro(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Cada centímetro da cabine foi muito bem aproveitado, resultando em bom espaço também no banco traseiro (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

RODANDO O desempenho do HR-V está longe de ser emocionante, mas basta para rodar por aí com conforto e segurança. O motor 1.8 tem boa disposição, mas fica limitado pelo câmbio CVT, que tem evolução linear um pouco lenta. Mas, abrindo mão de um consumo mais baixo de combustível, dá para melhorar isso optando pelo modo esportivo, que faz as trocas de marchas em giros mais altos e aumenta a capacidade de reação do veículo para retomadas. Abrindo mão da comodidade, também é possível trocar marchas manualmente (por aletas próximas ao volante), já que o câmbio tem sete marchas virtuais. A suspensão tem bom acerto entre conforto e estabilidade. A direção tem assistência elétrica, com pesos adequados para cada situação, e o veículo se destaca pela agilidade.
A versatilidade dos bancos permite diferentes configurações no interior do SUV(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
A versatilidade dos bancos permite diferentes configurações no interior do SUV (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

CONCORRENTES O que nos intriga em relação à boa trajetória do HR-V é que o modelo sempre foi o mais caro e menos equipado entre os SUVs compactos, o que pode ser explicado pela boa fama da marca, que lhe rende alto índice de fidelidade. No nosso quadro de concorrentes, selecionamos as versões de topo dos principais modelos. Além de ser o mais em conta, o Ford EcoSport se destaca pela motorização potente, sete airbags e teto solar, mas leva a pior quanto ao espaço interno. O Renaut Captur só tem a mais a chave presencial. Já o Jeep Renegade tem a seu favor a tração 4x4 e rodas de 18 polegadas, mas peca por oferecer de série só airbags frontais. O Hyundai Creta oferece um bom pacote e é o único com saída de ar-condicionado para os passageiros de trás. O Nissan Kicks também tem bom nível de equipamentos. Vale lembrar que o HR-V está quase completando sua meia-vida, devendo passar por reestilização mais para o fim do próximo ano.
Com todos os bancos rebatidos, o porta-malas se transforma em uma grande plataforma para carga(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Com todos os bancos rebatidos, o porta-malas se transforma em uma grande plataforma para carga (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

CONECTIVIDADE A nova central multimídia da Honda permite espelhar o smartphone na tela tátil de sete polegadas (compatível com os sistemas Android Auto e Apple CarPlay), para usar aplicativos como o Waze. Porém, o sistema tem seu próprio navegador GPS, assim como telefonia. As mídias disponíveis são CD, rádio, duas entradas USB, uma HDMI e Bluetooth (com streaming).
Entradas USB, HDMI e tomada de energia estão ergonomicamente mal posicionadas no console(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Entradas USB, HDMI e tomada de energia estão ergonomicamente mal posicionadas no console (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)


FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 1.799cm³ de cilindrada, 16 válvulas, flex, que desenvolve potências de 140cv (gasolina) a 6.500rpm e 139cv (etanol) a 6.300rpm, e torques de 17,3kgfm (g) a 4.800rpm e 17,4 (e) a 5.000rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, com câmbio automático tipo CVT que simula sete marchas

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, do tipo McPherson; e traseira tipo barra de torção/de liga leve de 7x17 polegadas/215/55 R17

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica progressiva

FREIOS
A discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira

CAPACIDADES
Do tanque, 51 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 461 quilos
O motor 1.8 tem boa disposição, mas fica limitado pelo câmbio CVT, que tem evolução linear um pouco lenta(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
O motor 1.8 tem boa disposição, mas fica limitado pelo câmbio CVT, que tem evolução linear um pouco lenta (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

As rodas de liga leve de 17 polegadas são calçadas com pneus na medida 215/55 (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
As rodas de liga leve de 17 polegadas são calçadas com pneus na medida 215/55 (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)


EQUIPAMENTOS

DE SÉRIE
Airbags frontais e laterais para motorista e passageiro; freios com sistema ABS e EBD; assistente de tração e estabilidade; luz de frenagem de emergência; Isofix e Top Tether; cintos de segurança de três pontos e apoios de cabeça para todos os ocupantes; assistente de partida em aclive; travamento automático das portas acima de 15km/h; alarme; faróis de neblina; lanternas com LEDs; retrovisores com ajustes e rebatimento elétricos, com função tilt-down; rack de teto; acendimento automático de faróis; freio de estacionamento eletrônico com função Brake Hold; ar-condicionado digital touchscreen; revestimento dos bancos em couro; acabamento em couro no console central, descansa-braço, apoio de braço das portas e volante; banco do motorista com regulagem de altura; bancos traseiros com sistema de rebatimento ULT; coluna de direção ajustável em altura e distância; descansa-braço dianteiro com compartimento; limpador e desembaçador do vidro traseiro; computador de bordo; piloto automático; e sistema multimídia.

OPCIONAIS
Não há.


QUANTO CUSTA
O Honda HR-V custa a partir de R$ 80.900 na versão 1.8 LX com câmbio manual. A versão testada foi a 1.8 EXL CVT, vendida por R$ 102.900.


Notas (0 a 10)

Desempenho 8
Espaço interno 9
Porta-malas 8
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 7
Itens de série/opcionais 7
Segurança 7
Estilo 8
Consumo 8
Tecnologia 8
Acabamento 8
Custo/benefício 7


HONDA HR-V X CONCORRENTES

HONDA HR-V ELX 1.8 CVT x RENAULT CAPTUR INTENSE 2.0 AT x FORD ECOSPORT 2.0 TITANIUM AT x HYUNDAI CRETA PRESTIGE 2.0 AT x JEEP RENEGADE LIMITED 1.8 AT x NISSAN KICKS SL + PACK TECH 1.6 CVT

Potência (cv) 140 (g)/139 (e) 143 (g)/148 (e) 170 (g)/176 (e) 156 (g)/166 (e) 135 (g)/139 (e) 114 (g/e)
Torque (kgfm) 17,3 (g)/17,4 (e) 20,2 (g)/ 20,9 (e) 20,6 (g)/22,5 (e) 19,1 (g)/20,5 (e) 19,3 (g/e) 15,5 (g/e)
Dimensões (A x B x C) (m) (*) 4,29x1,77x1,58 4,33x1,81x1,62 4,27x1,76x1,69 4,27x1,78x1,63 4,23x1,79x1,70 4,30x1,76x1,59
(D x E) (m) (*)Altura do solo (cm) 2,61x0,20 2,67x0,21 2,52x0,20 2,59x0,19 2,57x0,21 2,62x0,20
Ângulos de entrada/saída (graus) 20,1/29,7 23/31 ND 21/28 21,1/30 20/28
Peso (kg) 1.279 1.352 1.359 1.399 1.469 1.132
Porta-malas (litros) (**) 431 437 356 431 273 432
Velocidade máxima (km/h) (**) ND 174 (g)/179 (e) ND 188 (e) ND175 (g/e)
Aceleração até 100km/h (s) (**) ND 12 (g)/11,1 (e) ND 9,7 (e) 11,1 (e) 15 (g/e)
Consumo cidade (km/l) (***) 11 (g)/7,7 (e) 10 (g)/6,9 (e) 8,3 (g)/6,1 (e) 10,1 (g)/7,1 (e) 9,5 (g)/6,5 (e)11,4 (g)/ 8,1 (e)
Consumo estrada (km/l) (***) 12,3 (g)/8,6 (e) 11,4 (g)/8,2 (e) 12 (g)/8,3 (e) 11,3 (g)/8,2 (e) 10,9 (g)/7,6 (e) 13,7 (g)/ 9,6 (e)
Preço (R$) 102.900 93.650 96.850 100.990 99.990 98.390

(*) A: comprimento; B: largura; C: altura; D: entre-eixos; e E: altura do solo
(**) Dados dos fabricantes
(***) Dados do Inmetro
(g) gasolina; (e) etanol
ND: Não disponível

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