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Estado de Minas POUCO BRILHO E EMPOLGAÇÃO

Testamos o Renault Duster 1.6 CVT, que proporciona performance bem discreta

Câmbio automático do tipo continuamente variável, CVT, garante ao Renault Duster 1.6 uma condução sem trancos, mas desempenho e consumo são apenas razoáveis


postado em 18/06/2018 12:46 / atualizado em 18/06/2018 14:34

A última reestilização do Duster no Brasil foi feita em 2015, mas na Europa a nova geração já está à venda(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A última reestilização do Duster no Brasil foi feita em 2015, mas na Europa a nova geração já está à venda (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
 

Se na Europa a Renault apresentou no ano passado a nova geração do Duster, por aqui o modelo continua à espera de mudanças significativas. A última reestilização feita no modelo no Brasil foi em 2015 e de lá pra cá só mudanças no conjunto mecânico. As versões equipadas com o novo motor 1.6 Sce, antes conjugadas apenas com câmbio manual, passaram a ter a opção do CVT de seis marchas virtuais. Na prática, o SUV compacto ganhou em conforto, graças ao descanso proporcionado pela transmissão automática continuamente variável. O desempenho e o consumo não são dos melhores, mas o Duster mantém seus principais atributos, como o bom espaço interno. O preço é salgado, mesmo assim ainda é mais baixo do que os da concorrência.

A versão Dynamique traz de série racks de teto e alguns detalhes imitando alumínio, como nos estribos(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A versão Dynamique traz de série racks de teto e alguns detalhes imitando alumínio, como nos estribos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A atual geração do Duster comercializada no Brasil não tem no visual o seu principal atrativo. E olha que o SUV compacto melhorou se comparado com a primeira geração. Não tem linhas ousadas como alguns concorrentes, mas suas formas robustas agradam quem procura um “jipinho” mais discreto. Os faróis de três elementos, as luzes diurnas, as barras longitudinais no teto e os detalhes imitando alumínio nos para-choques e estribos laterais conferem um discreto ar de “modernidade” ao modelo.

 

 

ESPAÇO Mas o principal atrativo do Duster continua sendo o espaço interno generoso, com bancos dianteiros confortáveis, sendo apenas o do motorista com ajuste de altura. O volante também só tem regulagem de altura. Fica devendo o ajuste de distância. No banco traseiro o espaço também é bom, com assento que apoia bem as pernas. O túnel baixo no assoalho facilita a vida de quem senta no meio, garantindo mais espaço para as pernas. O modelo conta com três apoios de cabeça, mas peca ao disponibilizar o cinto de segurança do meio subabdominal. O porta-malas tem bom volume e o encosto bipartido do banco traseiro possibilita a ampliação da área de carga. O detalhe que nem sempre agrada é que o estepe fica do lado de fora, sob o porta-malas, normalmente bem sujo.

Modelo tem bons ângulos de entrada e saída, além de boa altura em relação ao solo(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Modelo tem bons ângulos de entrada e saída, além de boa altura em relação ao solo (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A versão testada é a Dynamique, que tem no interior a predominância do plástico no acabamento, mas bem montado e de boa aparência. Traz ainda detalhes em black piano nos puxadores das portas e no painel. Os bancos são revestidos em couro preto e marrom, opcional. O volante também é revestido em couro e conta com comandos para o controlador de velocidade. Os comandos do áudio podem ser acionados por meio da manete atrás do volante. O painel de instrumentos é de fácil visualização, com conta-giros e velocímetro analógicos e computador de bordo.

No acabamento interno predomina o plástico, mas esta versão tem bancos revestidos em couro como opcional (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
No acabamento interno predomina o plástico, mas esta versão tem bancos revestidos em couro como opcional (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

NO LIMITE Porém, a novidade que nos levou a testar novamente o Renault Duster está no conjunto mecânico. É que a versão Dynamique equipada com o novo motor 1.6 16V ganhou a opção do câmbio CVT. Para o bem de todos, a montadora aposentou o seu arcaico câmbio automático de quatro marchas, e o Duster 1.6 passou a ter uma interessante alternativa para quem quer dar descanso ao pé esquerdo. O problema é que, com mais de 1.200 quilos, o SUV compacto exige muito do motor quatro-cilindros, que faz o seu papel sem brilho e empolgação. Apenas dá conta do recado. Em subidas chega a sofrer um pouco, mas não entrega os pontos e segue caminho. É preciso subir o giro acima das 3.500rpm, condição em que o ruído de funcionamento se mostra mais presente.

O câmbio CVT garante um rodar sem trancos e possibilita trocas manuais na própria alavanca(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O câmbio CVT garante um rodar sem trancos e possibilita trocas manuais na própria alavanca (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Mas na estrada, embalado, o Duster 1.6 CVT vai bem. Apesar de ser continuamente variável, o câmbio simula seis marchas, que podem ser trocadas manualmente na alavanca, sem trancos. Assim, o carro fica um pouco mais esperto, mesmo assim as respostas em retomadas de velocidade são lentas, exigindo que o motorista pise fundo no acelerador. E é nessa hora que o computador de bordo mostra que o consumo de combustível não é dos melhores. Na cidade, com gasolina, em determinadas situações chegou a apontar um consumo de 6km/l, e na estrada a melhor média foi 9km/l.

Três pessoas se acomodam com relativo conforto no banco traseiro, mas cinto de segurança central é subabidominal(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Três pessoas se acomodam com relativo conforto no banco traseiro, mas cinto de segurança central é subabidominal (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
 

EQUILÍBRIO A direção é eletro-hidráulica, e não elétrica, mas tem bom diâmetro de giro e cargas equilibradas para favorecer o conforto em manobras e segurança em velocidades elevadas. O modelo tem boa altura em relação ao solo e apesar de ter tração 4x2 tem desenvoltura em estradas de terra. As suspensões receberam calibragem que garantem boa estabilidade e conforto ao dirigir, filtrando bem as irregularidades do solo. E apesar de o modelo ser equipado com controle de tração e estabilidade, é recomendável cautela em curvas para evitar a inclinação excessiva da carroceria.

O porta-malas tem 475 litros de volume, capacidade maior do que os principais concorrentes(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O porta-malas tem 475 litros de volume, capacidade maior do que os principais concorrentes (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Os freios contam com discos e tambores, além de ABS com distribuição eletrônica de frenagem (EBD), que proporcionam mais segurança. O modelo traz ainda câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro e o sistema Eco Driving, que pode ser acionado por meio de tecla no console, com informações visualizadas na tela do multimídia. Por meio dele, o motorista recebe dicas de como dirigir de maneira econômica e ainda confere os números de consumo médio e total, a velocidade média e as distâncias percorridas.

O estepe fica do lado de fora, sob o porta-malas, e normalmente bem sujo(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O estepe fica do lado de fora, sob o porta-malas, e normalmente bem sujo (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Com o novo câmbio CVT, a Renault tentou melhorar a situação do Duster no mercado, ampliando o leque de opções, já que o modelo vinha perdendo espaço para seus principais concorrentes, inclusive para seu irmão mais moderno, o Captur. Ele tem preços mais em conta em relação aos opositores, mesmo assim ainda é alto pelo que oferece. De uma maneira geral, os concorrentes apresentam lista de equipamentos mais interessante.
O novo motor 1.6 16V SCe garante desempenho e consumo apenas razoáveis(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O novo motor 1.6 16V SCe garante desempenho e consumo apenas razoáveis (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

CONECTIVIDADE O Renault Duster 1.6 Dynamique não traz muitos recursos tecnológicos, mas conta com alguns sistemas que estão na lista de prioridades de muitos consumidores. Um deles é a central multimídia Media NAV Evolution, que traz rádio, Bluetooth, sistema de navegação GPS integrado e o Eco Driving, que auxilia o motorista a dirigir de maneira econômica. Com tela tátil de sete polegadas, o sistema multimídia é compatível com iPhone (Siri) e iOS 6, possibilitando fácil conexão à rede 3G e por WiFi. Conta com a função comando por voz, mas somente para solicitar ligações no celular ou escolher músicas na playlist. O sistema de voz não interage com as funções rádio e navegação do sistema multimídia.
A versão é equipada com rodas de liga leve de 16 polegadas e pneus na medida 215/65(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A versão é equipada com rodas de liga leve de 16 polegadas e pneus na medida 215/65 (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)



FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 1.598cm³ de cilindrada, flex, que desenvolve potência máxima de 118cv (gasolina) e 120cv (etanol) a 5.500rpm e torque máximo de 16,2kgfm (g/e) a 4.000rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira e câmbio automático CVT com seis marchas virtuais

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira tipo eixo de torção/ 16 polegadas (liga leve) / 215/65 R16

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência eletro-hidráulica

FREIOS
Discos ventilados na frente e tambores na traseira, com ABS e EBD

CAPACIDADES
Tanque, 50 litros; capacidade de carga (passageiro e carga), 480 quilos


DE SÉRIE:
Faróis de neblina, barras de teto longitudinais, retrovisores externos na cor da carroceria, repetidor de pisca-alerta lateral, luzes diurnas, maçanetas externas na cor da carroceria, vidros verdes, freios ABS, airbag duplo, travamento automático das portas a 6Km/h, Isofix, controle de tração e estabilidade, três apoios de cabeça traseiros reguláveis em altura, desembaçador do vidro traseiro, alarme perimétrico, vidros dianteiros e traseiros com função one touch, sistema antiesmagamento e fechamento pela chave, computador de bordo com 10 funcionalidades, ar-condicionado, regulador e limitador de velocidade, volante com regulagem de altura, banco do motorista com regulagem de altura, volante com revestimento parcial em couro, travamento central das portas, banco traseiro com encosto bipartido, sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré, função Eco, painel com iluminação permanente, direção eletro-hidráulica, retrovisores externos com regulagem elétrica, sistema multimídia Media NAV Evolution com tela tátil sete polegadas e navegação GPS, comando de áudio e celular na coluna de direção (comando satélite), rádio 3D Sound by Arkamys com conexão USB e auxiliar integrado.


OPCIONAIS:
Pintura metálica (R$ 1.600) e bancos revestidos em couro (R$ 1.700).


QUANTO CUSTA?
O Renault Duster 1.6 é vendido na versão de entrada Expression, com câmbio manual, por R$ 72.190. Já a versão Dynamique 1.6 tem preços que partem de R$ 78.090 (manual) e vão a R$ 83.590 (CVT X-Tronic). Com pintura metálica e bancos revestidos em couro chega a R$ 86.890.


CONCORRENTES:

Nissan Kicks 1.6 SV CVT - R$ 87.490
Peugeot 2008 Griffe 1.6 Aut. - 86.990
Honda HR-V EXL 1.8 Aut. - R$ 103.900
Jeep Renegade Sport 1.8 Aut. - R$ 88.990
Ford EcoSport 1.5 FreeStyle Aut. - 91.590


NOTAS
Desempenho 7
Espaço interno 8
Porta-malas 8
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 8
Itens de série/opcionais 7
Segurança 7
Estilo 7
Consumo 7
Tecnologia 7
Acabamento 7
Custo/benefício 6

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