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Estado de Minas

Ao volante com o Ford EcoSport sem o estepe; o que muda no SUV compacto?

Nova versão sem o pneuzinho fixado na tampa do porta-malas dá visual mais urbano ao utilitário-esportivo, mas obrigou a adoção de pneus tipo run flat


postado em 26/02/2019 09:09 / atualizado em 26/02/2019 09:45

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Famoso pelo estepe pendurado na tampa traseira, o Ford EcoSport ganhou uma versão que abandonou este adorno que o deixava com jeito de jipinho, assumindo um design mais urbano, o que é uma aspiração de parte dos clientes que procuram por um utilitário-esportivo compacto. Para conferir o que mudou com esta que parece ser uma intervenção simples no veículo, testamos a versão Titanium 1.5 AT. Como o projeto do EcoSport não previu um lugar convencional para guardar o pneu sobressalente, o jeito foi “apelar” para os pneus run flat.


Este tipo de pneu é especialmente estruturado para continuar rodando mesmo sem pressão alguma. Ao longo do nosso teste, nenhum pneu furou ou perdeu pressão. Porém, rodamos em pista fechada com pneus furados, e a experiência foi positiva. Com apenas um pneu traseiro furado, mal é possível sentir a diferença (respeitado o limite de velocidade de 80km/h), daí a importância do sensor de pressão, que liga uma advertência no painel de instrumentos. Já com os dois pneus traseiros furados, não é difícil perder o controle do veículo fazendo golpes de direção mais bruscos, mas os assistentes eletrônicos o mantém no caminho certo.

Com a retirada do estepe, a placa foi deslocada para a tampa traseira e visual ficou mais limpo(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Com a retirada do estepe, a placa foi deslocada para a tampa traseira e visual ficou mais limpo (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

A principal vantagem do pneu run flat é a segurança, tanto no sentido de não perder o controle do veículo quando o pneu fura quanto de não ser necessário intervir imediatamente, podendo procurar por algum lugar (dentro do limite de rodagem de 80 quilômetros) para realizar o reparo (é possível fazer intervenções apenas na banda de rolamento em furos de até 6 milímetros) ou sua substituição. O EcoSport traz de série um kit de reparo que permite roda mais 200 quilômetros. A Michelin, fabricante do produto, garante que o desempenho em frenagem e aderência não mudam, já que o composto é o mesmo dos pneus convencionais. Uma desvantagem é o preço, R$ 899, contra R$ 655 do pneu comum. Quanto à disponibilidade do produto, a Ford garante que haverá estoque em sua rede, assim como nas lojas da Michelin.

Porte do SUV compacto também ficou menos robusto sem o pneu sobressalente, destacando as linhas urbanas do modelo(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Porte do SUV compacto também ficou menos robusto sem o pneu sobressalente, destacando as linhas urbanas do modelo (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

A BORDO Outra coisa que remete ao projeto que previa o estepe “pendurado” é o sentido de abertura da tampa do porta-malas na horizontal, da direita para a esquerda, provavelmente para não torná-la excessivamente pesada. A desvantagem é a necessidade de ter que guardar um bom espaço para abrí-la por completo, diferente da maioria dos SUVs, em que as tampas se abrem na vertical.

Bancos revestidos em couro claro, tela flutuante de 8 polegadas e teto solar tornam o interior requintado(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Bancos revestidos em couro claro, tela flutuante de 8 polegadas e teto solar tornam o interior requintado (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Após a reestilização de 2017, a segunda geração do EcoSport recebeu um interior feito com muito zelo. Esta versão traz bancos e apliques dos paineis de porta em couro claro, combinados com plástico de boa aparência desta mesma cor (um creme) e preto. Esta escolha dá impressão de amplidão ao interior do compacto, que tem espaço limitado no banco traseiro o no porta-malas. O teto solar é pequeno, mas ainda assim integra o habitáculo com o lado e fora. Entre as colunas B e C há um vidro vigia que ajuda nas manobras.

Porta-malas é pequeno, mas guarda sob o assoalho o kit de reparo dos pneus(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Porta-malas é pequeno, mas guarda sob o assoalho o kit de reparo dos pneus (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

O porta-malas tem assoalho que pode ser regulado, podendo tanto ficar mais rebaixado quanto no mesmo nível dos bancos quando rebatidos. Entre os principais itens desta versão, destaque para chave presencial, sistema multimídia com GPS, rodas de 17 polegadas e um bom pacote de segurança, como 7 airbags, controles de tração e estabilidade, sistema de monitoramento de ponto cego e alerta de tráfego cruzado. Muito bom, mas não podemos esquecer que se trata de um modelo que custa mais de R$ 100 mil.

Banco traseiro tem espaço restrito, mas segurança básica está disponível(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Banco traseiro tem espaço restrito, mas segurança básica está disponível (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

RODANDO A versão Titanium deixa de lado o motor 2.0, mais focado no desempenho, e passa a trazer o motor 1.5 tricilíndrico das versões mais simples, esse projetado para um menor consumo de combustível. Já o câmbio automático de seis marchas tem modo esportivo de condução, que “estica” as rotações, além de opção de trocas manuais por aletas. O conjunto mecânico é agradável em baixas rotações, comum no trânsito da cidade, e ao mesmo tempo não demora em reconhecer a necessidade de reduzir marchas para vencer uma subida. Mas é preciso deixar claro que o veículo se desenvolve lentamente.

Seja devido à recalibragem da suspensão traseira – motivada pela retirada do estepe, em que, entre a perda de aproximadamente 20 quilos do conjunto roda/pneus e ferramentas de troca, e o ganho de peso dos novos pneus, o modelo ficou 13 quilos mais leve – ou pelas próprias características desse tipo de pneu, as suspensões estão um pouco mais desconfortáveis, repassando mais as imperfeições do solo ao habitáculo. Como cada pneu é cerca de 2 quilos mais pesado, a direção também foi recalibrada, mas continua com peso adequado para cada situação.


CONECTIVIDADE
O sistema multimídia Sync 3 traz tela tátil de 8 polegadas. Além de navegação nativa GPS e telefonia, a central se conecta com smartphones pelo Apple CarPlay e Android Auto, permitindo espelhar o aparelho e usar aplicativos. As mídias são rádio, Bluetooth (com streaming) e entrada USB. O sistema de som premium da Sony tem nove alto-falantes.


Rodas de 17 polegadas calçam pneus tipo run flat(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Rodas de 17 polegadas calçam pneus tipo run flat (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

EQUIPAMENTOS

DE SÉRIE
Controle de estabilidade e tração; assistente de partida em rampa; sistema anticapotamento; piloto automático; ar-condicionado digital; travas e vidros elétricos; retrovisores com ajustes elétricos; computador de bordo; grade dianteira com controle ativo; banco do motorista com ajuste de altura e lombar; volante com ajuste de altura e distância; descansa-braço no console central; banco traseiro bipartido e rebatível; alarme; assistente de frenagem de emergência; faróis com temporizador; freios ABS; câmera de ré; sensor de estacionamento traseiro; bancos em couro; painel de instrumentos com tela de 4,2”’; faróis de neblina’; rodas de liga leve de 17”; assoalho inteligente do porta-malas; central multimídia SYNC 3 com tela de 8”; sistema de monitoramento de ponto cego com alerta de tráfego cruzado; airbags frontais, laterais, de cortina e joelho para o motorista; acesso inteligente e partida sem chave; acendimento automático dos faróis; sensor de chuva; retrovisor eletrocrômico; faróis de xênon com luzes diurnas de LED; sistema de som premium; teto solar elétrico; sistema de monitoramento de pressão dos pneus.

OPCIONAIS
Não há.


QUANTO CUSTA?
A versão de entrada do EcoSport é a SE 1.5 manual, vendida por R$ 78.990. A versão testada Titanium 1.5 AT custa R$ 103.890 e é considerada a topo de linha ao lado do EcoSport Storm AWD 2.0 AT, que tem perfil aventureiro light e custa R$ 108.390.


NOTAS
Desempenho 8
Espaço interno 7
Porta-malas 7
Suspensão/direção 7
Conforto/ergonomia 7
Itens de série/opcionais 9
Segurança 9
Estilo 8
Consumo 8
Tecnologia 8
Acabamento 9
Custo/benefício 7


Motor 1.5 de três cilindros favorece o baixo consumo de combustível(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Motor 1.5 de três cilindros favorece o baixo consumo de combustível (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, transversal, com três cilindros em linha, 1.497cm³ de cilindrada, com potências máximas de 130cv (gasolina) e 137cv (etanol) a 6.500rpm e torques máximos de 15,6kgfm (gasolina) e 16,1kgfm (etanol) a 4.750rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira e câmbio automático de seis marchas

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, do tipo McPherson; e traseira, com eixo de torção/ liga leve de 17 polegadas / Run Flat 205/50 R17

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica

FREIOS
Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS

CAPACIDADES
Peso, 1.310 quilos; tanque, 52 litros; de carga (passageiros e bagagem), 385 quilos

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