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Estado de Minas AVALIAÇÃO

Após reestilização, Ford Ranger Limited 2020 mostra evolução muito discreta

Versão de topo da picape média se destaca pelas funções semi-autônomas, mas persiste em vícios antigos como o motor ruidoso e a suspensão desconfortável. Confira o teste


postado em 17/02/2020 15:19 / atualizado em 17/02/2020 15:46

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Lançada em 2012, a terceira geração da Ford Ranger chega à linha 2020 com algumas novidades. Além de uma quase secreta reestilização (a segunda desta fase), cada versão ganhou em conteúdo de série. A exceção é a versão equipada com motor flex, que simplesmente foi “limada” por responder por uma porcentagem mínima de vendas na gama. A picape média da Ford fechou 2019 como a terceira mais vendida, atrás de Toyota Hilux e Chevrolet S10. Para conferir tudo o que o modelo ainda é capaz de oferecer, testamos sua versão mais equipada, a Limited 3.2 equipada com câmbio automático.


A picape fabricada na Argentina recebeu um "tapinha" (a primeira reestilização foi em 2016) para lá de discreto, como mudanças mínimas na grade, no para-choque dianteiro (com novo nicho para os faróis de neblina) e a adoção de luzes de rodagem diurna (DRLs) integradas aos faróis. A sempre pesada tampa da caçamba recebeu uma mola que deixou sua abertura e fechamento bem mais leves, facilitando a operação. Já os faróis de xênon iluminam muito bem e são exclusivos desta versão topo de linha.

Visual contempla rodas de 18 polegadas, estribos laterais, bagageiro de teto e santantônio(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Visual contempla rodas de 18 polegadas, estribos laterais, bagageiro de teto e santantônio (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

O interior merecia mais zêlo. Apesar de bancos e painéis de porta revestidos em couro, o painel todo em plástico fica devendo um toque emborrachado ou um aplique em material mais nobre. Os tapetes de borracha também poderiam ser acarpetados. Ao menos é possível escolher a cor da luz ambiente. O banco do motorista conta com ajustes elétricos, mas o lombar é manual. Para uma picape, o assento traseiro não é tão baixo e oferece certo conforto, com exceção para o passageiro central, novamente vítima do túnel do assoalho. O quadro de instrumentos poderia ter uma melhor visualização combinada entre o velocímetro digital e o conta-giros, este último disponível apenas em uma das telinhas. É que, quando se opta por visualizar o velocímetro, o tacômetro se transforma em uma pequena barra, difícil de ser visualizada.

Tampa da caçamba ganhou mola que deixa sua abertura e fechamento mais leves(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Tampa da caçamba ganhou mola que deixa sua abertura e fechamento mais leves (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

RODANDO O motor 3.2 turbodiesel tem potência e, sobretudo, torque de sobra para que seu desempenho nunca seja questionado, nem mesmo em baixas rotações. Em compensação, o propulsor é tão barulhento que incomoda até o motorista, sinal de que o isolamento acústico do projeto é deficiente. Também graças ao esperto câmbio automático de seis velocidades, ultrapassagens e retomadas são quase imediatos. Trocas de marcha manuais podem ser feitas pela alavanca de câmbio.

Com uso excessivo de plástico duro, painel merecia o emprego de material mais nobre(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Com uso excessivo de plástico duro, painel merecia o emprego de material mais nobre (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A transmissão ainda oferece tração 4x4 com reduzida. A Ford afirma que fez um acerto de suspensão de acordo com cada versão, mas a evolução não é perceptível. Como a maioria das picapes médias, a suspensão é bem desconfortável quando não há carga na caçamba, porém existem concorrentes que obtiveram êxito nesse quesito adotando suspensões mais sofisticadas. A direção tem assistência elétrica, facilitando as manobras dessa grandalhona com 5,35 metros de comprimento e 2.269 quilos.

Banco traseiro acomoda bem apenas duas pessoas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Banco traseiro acomoda bem apenas duas pessoas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

CONTEÚDO O destaque do conteúdo desta versão de topo da Ford Ranger são as funções semi-autônomas, mas apenas duas são novidade: sistema de frenagem autônoma com detecção de pedestres e reconhecimento de placas de sinalização, para alerta de limite de velocidade excedido. A elas se juntam outros itens interessantes como comutação automática entre farol e farol alto, controle de cruzeiro adaptativo, sistema de permanência em faixa (com alerta e assistência) e assistente de pré-colisão.

Caçamba tem volume de 1.180 litros(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Caçamba tem volume de 1.180 litros (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

CONCORRENTES Levando em consideração os concorrentes na versão mais próxima da Ranger Limited (R$ 196.490), a picape testada é mesmo a mais equipada. Além de trazer como diferencial as funções semi-autônomas, a picape tem: airbags frontais, laterais, de cortina e de joelho; controle de tração e estabilidade, assistentes de partida em rampa e de descida; ar-condicionado digital de dupla zona, chave presencial para destravar portas e dar partida no motor, rodas de liga leve com aro de 18 polegadas; e sistema multimídia com navegação.

A campeã Toyota Hilux 2.8 SRX (R$ 209.940) tem pacotes bem mais caros e ainda não passa perto do conteúdo da versão de topo da Ranger. A Chevrolet S10 2.8 High Country (R$ 202.090) também passa longe, mas marca pontos pelo sistema de colisão frontal e o assistente de permanância na faixa de rodagem. A Volkswagen Amarok 2.0 Highline (R$ 193.380) oferece os dois bancos dianteiros com ajustes elétricos e sistema de frenagem pós-colisão. Já a Nissan Frontier 2.3 LE (R$ 197.990) se destaca apenas pelo teto solar.



CONECTIVIDADE

A picape traz de série a versão mais completa do Sync 3, que inclui navegação nativa por GPS. Além disto, é possível integrar o smartphone à tela tátil de 8 polegadas por meio das interfaces Apple CarPlay e Android Auto, utilizando aplicativos úteis. Também há função de telefonia, com um sem número de comandos no volante. As principais funções também podem ser acionadas por comando de voz. As mídias oferecidas são leitor de CD, rádio, Bluetooth (com streaming) e entradas USB. O Assistente de Emergência liga automaticamente para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) no caso de acionamento dos airbags ou corte do combustível (que acontece em colisões traseiras ou capotamento).



FICHA TÉCNICA
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

MOTOR

Dianteiro, longitudinal, cinco cilindros em linha, 20 válvulas, 3.198cm³ de cilindrada, turbodiesel, que desenvolve potência máxima de 200cv a 3.000rpm e torque máximo de 47,9kgfm a 2.500rpm

TRANSMISSÃO
Tração 4x4 com reduzida e câmbio automático de seis marchas, com opção de troca manual

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente com molas helicoidais e barra estabilizadora; e traseira do tipo eixo rígido, com feixe de molas longitudinais / 8 x 18 polegadas (liga leve) / 265/60 R18

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica

FREIOS
A discos ventilados na frente e tambores na traseira, com ABS nas quatro rodas e EBD

CAPACIDADES
Tanque de combustível, 80 litros; capacidade de carga (passageiro e carga), 1.001kg



EQUIPAMENTOS
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

DE SÉRIE

Airbags frontais, laterais, de cortina e joelhos para motorista; acendimento automático das luzes de emergência após frenagem brusca; alerta de colisão; assistente autônomo de frenagem com detecção de pedestres; assistente de partida em rampa; assistente em frenagem de emergência; barras de proteção laterais; controle adaptativo de carga; controle anticapotamento; controle automático em descida; controle de oscilação de reboque; controle eletrônico de estabilidade e tração; faróis em xênon com ajuste de altura manual; faróis de neblina; freios ABS com EBD; Isofix; chave programável com funções de segurança; retrovisores com ajustes e rebatimento elétrico; sensores de estacionamento dianteiro e traseiro; sensor de pressão dos pneus; sistema de permanência em faixa; sistema de reconhecimento de sinais de trânsito; trava da tampa da caçamba com chave; travamento automático das portas; bagageiro de teto; estribos; ganchos para reboque; ganchos internos na caçamba para fixação de carga; iluminação de caçamba; luzes de condução diurna em LED; para-barro dianteiros e traseiros; protetor de caçamba; santantônio; ajuste de altura do volante; ajustes do banco do motorista elétricos; ajuste lombar manual; aquecedor; ar-condicionado digital de dupla zona; bancos revestidos em couro; console central com compartimento climatizado; desembaçador do vidro traseiro; luz ambiente personalizável; vidros elétricos; acendimento automático dos faróis; câmera de ré; chave com sensor de presença; retrovisor eletrocrômico; farol alto automático; piloto automático adaptativo; sensor de chuva; e sistema multimídia com navegação nativa.

OPCIONAL

Pintura perolizada (R$ 1.750).


Quanto custa?
A Ranger 3.2 Turbodiesel 4x4 Limited com cabine dupla, versão de topo da picape, custa R$ 196.490. Com a pintura perolizada, único opcional disponível, o preço sobe para R$ 198.240.


Notas (0 a 10)
Desempenho 8
Espaço interno 8
Caçamba 7
Suspensão/direção 7
Conforto/ergonomia 7
Itens de série/opcionais 9
Segurança 9
Estilo 8
Consumo 7
Tecnologia 9
Acabamento 7
Custo/benefício 7

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