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Estado de Minas NA POEIRA

38º Enduro da Independência: no peito e na raça

O Enduro da Independência foi disputado com todas as cautelas e protocolos de segurança sanitária, mantendo o desafio técnico aos pilotos e o apelo histórico de quase quatro décadas


postado em 16/09/2020 20:55

O piloto Dário Júlio, de Lavras (MG), venceu na categoria Brasil, com sua Honda CRF 250F(foto: Janjão Santiago/Mundo Press)
O piloto Dário Júlio, de Lavras (MG), venceu na categoria Brasil, com sua Honda CRF 250F (foto: Janjão Santiago/Mundo Press)
 

A mais tradicional competição de regularidade do Brasil, o Enduro da Independência foi disputado de 4 a 7 de setembro, entre as cidades de Socorro, no estado de São Paulo, e Caxambu, em Minas Gerais, reunindo cerca de 300 pilotos de todas as partes do país, divididos em 16 categorias. Nos quatro dias, os competidores da categoria Elite, o topo da modalidade, em função das médias horárias mais elevadas e dificuldade do roteiro, percorreram ao todo 635 quilômetros de trilhas em um tempo acumulado de 24 horas e 47 minutos, vencido pelo paranaense de Curitiba Emerson Loth (Bomba), com uma KTM EXC-F 350, que carimbou a faixa, já que também havia vencido em 2014 (32º) e também no ano passado, na 37º edição.


Entretanto, foi um enduro diferente, com todas as cautelas e garantias de distanciamento social exigidas pelos protocolos de segurança sanitária, além de autorizado pelos governos estaduais e municipais. Não houve público na largada, na chegada, ou em qualquer das etapas. Os pilotos receberam um kit com máscara e balaclava, além de contarem com medição de temperatura e totens de álcool em gel em todos os pontos estratégicos e orientação de distanciamento. Por outro lado, a competição é ao ar livre, o que minimiza os contatos e aglomerações. Um enduro “no peito e na raça”, reabrindo a temporada de competições da modalidade no Brasil. Porém, com toda segurança.

Os pilotos tiveram que demonstrar toda a sua habilidade para encarar os obstáculos da prova(foto: Janjão Santiago/Mundo Press)
Os pilotos tiveram que demonstrar toda a sua habilidade para encarar os obstáculos da prova (foto: Janjão Santiago/Mundo Press)

Nas valas cavadas na terra, o piloto Tonico Maciel não teve dificuldades para seguir em frente(foto: Janjão Santiago/Mundo Press)
Nas valas cavadas na terra, o piloto Tonico Maciel não teve dificuldades para seguir em frente (foto: Janjão Santiago/Mundo Press)

O enduro de regularidade é uma competição de longa duração em que os pilotos devem cumprir um percurso preestabelecido pela organização, através de uma planilha com as indicações do roteiro e médias horárias, independentemente das dificuldades e obstáculos do caminho. Vence o piloto que for mais regular, conforme os comandos da planilha, sem se adiantar ou atrasar. Para aferir a precisão dos competidores, são instalados rastreadores por satélite em cada piloto, que indica em tempo real sua performance, desvios de rota e velocidade. Para tanto, o condicionamento físico, o equipamento e a técnica são fundamentais.
Entre uma etapa e outra, um descanso para as motos, que ficaram enfileiradas(foto: Janjão Santiago/Mundo Press)
Entre uma etapa e outra, um descanso para as motos, que ficaram enfileiradas (foto: Janjão Santiago/Mundo Press)

Nas trilhas naturais do percurso, os pilotos tentavam dosar a velocidade para não perder pontos(foto: Janjão Santiago/Mundo Press)
Nas trilhas naturais do percurso, os pilotos tentavam dosar a velocidade para não perder pontos (foto: Janjão Santiago/Mundo Press)

HISTÓRIA O Enduro da Independência teve início em 1983, com a primeira prova, para recriar a última viagem de Dom Pedro I do Rio de Janeiro à Vila Rica, hoje Ouro Preto, em um percurso que ficaria conhecido como caminho novo da Estrada Real, antes do famoso grito “Independência ou morte” e a proclamação da independência em 7 de setembro de 1822. De lá para cá, em quase quatro décadas, o roteiro vem sendo adaptado em função da logística da organização, para acomodar uma caravana itinerante de cerca de 2 mil pessoas, entre competidores, apoios e mecânicos, além de proporcionar novas trilhas aos participantes.

Uma plateia diferente, que parece não ter se importado com o barulho das motos(foto: Janjão Santiago/Mundo Press)
Uma plateia diferente, que parece não ter se importado com o barulho das motos (foto: Janjão Santiago/Mundo Press)

Bárbara Neves, vencedora do Enduro da Independência 2020 na categoria Feminina(foto: Janjão Santiago/Mundo Press)
Bárbara Neves, vencedora do Enduro da Independência 2020 na categoria Feminina (foto: Janjão Santiago/Mundo Press)
 

O primeiro dia, com 117 quilômetros de percurso e 5h21 de duração, teve largada em Socorro, São Paulo, município que faz parte do Circuito das Águas Paulista. Um roteiro mais curto, com médias mais rápidas e muitas trilhas em matas fechadas, embora com bastante calor. A chegada também foi em Socorro. O segundo dia teve um percurso entre Socorro e Itajubá (MG), em uma prova em linha com 237 quilômetros de extensão e 8h32 de duração. Foi o dia mais longo e exigente, cruzando trilhas da Serra da Mantiqueira.

Com o piso bom, é a hora de acelerar para recuperar o tempo perdido(foto: Janjão Santiago/Mundo Press)
Com o piso bom, é a hora de acelerar para recuperar o tempo perdido (foto: Janjão Santiago/Mundo Press)

De Socorro (SP) a Caxambu (MG), os pilotos passaram por inúmeras belas paisagens(foto: Janjão Santiago/Mundo Press)
De Socorro (SP) a Caxambu (MG), os pilotos passaram por inúmeras belas paisagens (foto: Janjão Santiago/Mundo Press)

O terceiro dia, também foi em linha, de Itajubá a Caxambu, na região do circuito das águas mineiro. Foram 158 quilômetros de percurso em 5h30 de duração. O quarto e último dia, justamente em 7 de setembro, largou e chegou em Caxambu, aproveitando também trilhas do “caminho da fé”, na Serra da Mantiqueira, que liga o Sul de Minas a Aparecida do Norte, em São Paulo. Para maior segurança, a prova contou com equipes médicas de moto ao longo do percurso, além de carros 4X4 em pontos estratégicos e apoio aéreo. Para minimizar os contatos físicos entre os participantes e moradores do trajeto, o percurso evitou transitar por vilarejos, distritos e povoados, priorizando as trilhas e a ligação entre a largada e a chegada de cada dia.
Emerson Loth vencedor do Enduro da Independência 2020 na categoria Elite(foto: Janjão Santiago/Mundo Press)
Emerson Loth vencedor do Enduro da Independência 2020 na categoria Elite (foto: Janjão Santiago/Mundo Press)


VENCEDORES

Categoria Elite – Emersom Loth, KTM EXC-F 350, Curitiba (PR)
Categoria Graduado – Luciano Henrique Paiva, Honda CRF 250 X, Sete Lagoas (MG)
Categoria Over – Jesus Ribeiro, KTM 250, Patos de Minas (MG)
Categoria Brasil – Dário Júlio, Honda CRF 250F, Lavras (MG)
Categoria Dupla Graduado – Fabiano Martins e Gabriel Martins Beta, Itajubá (MG)
Categoria Over 45 – Erasmo Schwanz, KTM 350, Marechal Floriano (ES)
Categoria Over 50 – Sandro Hoffmann, Honda CRF 310F, Venda Nova do Imigrante (ES)
Categoria Intermediária – Bruno Tortelle, KTM EXC 300, Francisco Beltrão (PR)
Categoria Dupla Intermediária – Ewerton Toledo e Wiliam Thomé, KTM 350, Caxias do Sul (RS)
Categoria Dupla Over 35 – Wenderson Duarte e Saul Zakkour, KTM 250, Rio de Janeiro (RJ)
Categoria Over 55 – Péricles Dutra, KTM 250, Londrina (PR)
Categoria Over 60 – Vilegaignon de Oliveira, Honda CRF 250F, Timóteo (MG)
Categoria Clássicas – Adhemar Euclydes, Yamaha DT 180, Rio de Janeiro (RJ)
Categoria Feminina – Bárbara Neves, Honda CRF 250F, Aparecida de Goiânia (GO)
Categoria Novato – André Henrique Lopes, KTM EXC 300, Altamira (PA)
Categoria Brasil Iniciante – Andersom Wemer, Honda CRF 250F, Serranópolis do Iguaçu (PR)
Categoria Dupla Estreante – Elizeu Júnior e Elizeu Sênior, KTM 250, Lambari (MG)

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