
A mudança da África para a América do Sul trouxe outros desafios para os fabricantes e pilotos. O regulamento limitou o motor das motos para até 450cm³, por questões de segurança. A alteração, além do aumento na segurança, permitiu a entrada de novas marcas de motocicletas, deixando a disputa ainda mais interessante. A Honda decidiu voltar à disputa em 2013, depois de participar oficialmente entre 1981 e 1989, com cinco vitórias. O modelo base escolhido foi exatamente a CRF 450X de série. O desenvolvimento da moto para a competição, com o batismo de CRF 450 Rally, contou com a participação do piloto brasileiro de Minas Gerais, Felipe Zanol, membro da Categoria Elite Mundial e titular do time HRC, Honda Racing Corporation.
A marca só conseguiria vencer em 2020, com o piloto americano Ricky Brabec, repetindo a dose em 2021 com o argentino Kevin Benavides. Atualmente cerca de 10 marcas competem oficialmente, além dos pilotos independentes com diversos modelos e marcas. O regulamento para as motos, exige que os modelos tenham reservatório para água potável. O combustível deve ser no máximo 34 litros, normalmente acondicionado em tanques laterais traseiros, central e inferiores. Durante o reabastecimento é proibida qualquer manutenção. Só é permitido utilizar seis pneus traseiros durante todo o Dakar. A planilha digital (road book) só é liberada 20 minutos antes da largada. Os pilotos contam com um sinalizador eletrônico que indica sua localização em caso de emergência e necessidade de resgate. Os pilotos também são obrigados a reduzir a velocidade em trechos de risco, sujeitos a penalização eletrônica em tempo. Os capacetes devem pesar no mínimo 1,1kg. Os extremamente leves reduziam a segurança. Os pilotos também são obrigados a utilizar um casaco com sistema de airbag.
GASGAS A marca espanhola nasceu em meados da década de 1980, através dos pilotos Narcis Casas e Josep Pibernat. Curiosamente, o nome GasGas vem da expressão de incentivo espanhola. “Vamos! Gas a fondo… Gas Gaaaas!!!”, simplificada para GasGas, ou para o “endurês” enrola o cabo. No final de 2019 foi incorporada pelo Pierer Mobility Group, que também controla a austríaca KTM e a sueca Husqvarna. O intercâmbio promoveu um grande salto tecnológico, culminando com a vitória no Dakar 2022. O motor de um cilindro, do tipo SOHC (comando simples no cabeçote) com 449cm³, tem válvulas de admissão em titânio. A potência ultrapassa os 60cv, incluindo controle de tração e escapamento Akrapovic. A refrigeração é líquida, com reforço de radiador de óleo com duas bombas. O quadro é tubos de aço, alumínio e reforço de fibra de carbono no sub-quadro em função do maior peso.Também recebe uma proteção de motor mais envolvente. A embreagem multi-disco, com acionamento hidráulico também tem maior capacidade. A suspensão dianteira é WP XACT Pro, com tubos de 48mm de diâmetro e 305mm de curso. A suspensão traseira é mono WP XACT, com 305mm. Ambas são totalmente ajustáveis.







