Publicidade

Estado de Minas

Inundação - Banho depois do mergulho

O que fazer se o carro teve o interior e as partes mecânica e elétrica atingidas pelas águas da chuva? Especialistas apontam as soluções para estragos da tempestade


postado em 12/10/2009 12:52

(foto: Carlos Altman/EM/D.A.Press)
(foto: Carlos Altman/EM/D.A.Press)
O período das chuvas já chegou e as enchentes não demoraram a aparecer. Quando isso acontece, os carros sempre são atingidos, causando prejuízo certo para os proprietários. Foi o que aconteceu com o advogado Guilherme Siqueira Silva, que teve o carro invadido pelas águas da chuva que atingiu a capital na quarta-feira. Os danos não foram grandes porque o nível da água não passou muito do assoalho, afetando apenas o carpete. “Por sorte, a água não era suja. Agora vou procurar uma empresa para limpar e secar o que molhou”, disse Guilherme.

Nessas situações, quando o veículo está em movimento, o motorista deve prestar atenção. Se chegar ao ponto em que o nível da água está acima da metade das rodas do carro, já existe o risco de ficar no meio do caminho. Isso vai depender da localização e característica dos componentes fundamentais ao funcionamento do veículo. O Cento de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi) Brasil tem um estudo sobre os carros com menos risco durante uma cheia, que pode ser acessado pelo site www.cesvibrasil.com.br. De acordo com o Cesvi, quando o nível da água atinge o início dos vidros laterais já não vale a pena reparar o veículo, já que o custo não o justificaria. Quando um carro é atingido pelas águas de um alagamento, podem existir avarias no estofamento, forrações, mecânica, elétrica e eletrônica.

Secagem e limpeza do interior são os serviços mais comuns(foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)
Secagem e limpeza do interior são os serviços mais comuns (foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)
 

Estofamento


De acordo com Rogério da Silveira Santos, da Capotaria Mesquita, o serviço mais comum envolve apenas a higienização dos carpetes, já que nem sempre os bancos do veículo são atingidos pela água. Nesse caso, é muito importante trocar o feltro que fica entre o assoalho e o carpete, que é um grande causador de mal cheiro (cerca de R$120). Quando molha, o compensado dos forros de porta geralmente empena e sua troca não é barata: R$ 150 cada (no caso de um Palio). Já os cintos de segurança precisam ser lavados e lubrificados (R$ 50 cada).

Mas, se a água atinge os bancos o serviço já não é tão simples. Rogério explica que quase sempre é possível aproveitar a forração dos bancos, mas, se a troca for necessária, o serviço fica em média em R$ 500. Como as espumas do banco demoram a secar, na maioria das vezes elas são trocadas. O custo desse serviço em um Palio é de R$ 320 para os bancos dianteiros. “Como a espuma dos bancos traseiros é mais difícil de ser encontradas, eles são higienizados e ficam fora do veículo até secar (o que demora cerca de cinco dias).”

Mecânica

Na parte mecânica, explica Válber Maia, do Centro Automotivo Turbo, o grande vilão é o calço hidráulico, que é a entrada de água no motor. Esse serviço se baseia em secar e lubrificar todos os componentes. Outras providências adotadas na oficina são a descontaminação do sistema de câmbio, com a troca do óleo. É preciso substituir também o óleo do motor e os filtros de óleo e de ar. É preciso conferir se a água não contaminou o tanque de combustível. Caso positivo, o compartimento deve ser esgotado e limpo, junto com o filtro de combustível e as vedações do sistema. Os rolamentos das rodas também precisam ser secados e lubrificados.

Eletrônica

Nos carros modernos o sistema elétrico está intimamente relacionado à eletrônica. Nesse caso, as partes mais frágeis são a caixa de fusíveis e as centrais de relé, além das centrais eletrônicas. Válber conta que nem sempre é necessário trocar todos esses componentes. Em geral o serviço realizado pela oficina é a limpeza e secagem dos contatos elétricos. Por isso, para que não se inicie um processo de oxidação, é importante não esperar muito para procurar uma oficina.

Segundo Válber nem sempre é preciso substituir a bolsa do airbag, já que esse sistema fica hermeticamente fechado. A revisão de um veículo que passou por uma enchente deve ser minuciosa. É preciso limpar, secar, lubrificar e avaliar cada motorzinho (da máquina do vidro, limpador de para-brisa, ventoinha, de arranque etc). E esse serviço não fica barato: no mínimo R$ 4 mil.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade