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Estado de Minas TESTE

Novo Chevrolet Tracker 1.0 turbo demonstrou bom desempenho e baixo consumo

Porém, por R$ 96 mil, acabamento do SUV compacto deixa a desejar. Boa oferta de equipamentos de série também é destaque nesta versão de entrada LT


postado em 31/08/2020 11:47 / atualizado em 26/09/2020 15:56

Primeiro modelo lançado em meio à pandemia do coronavírus no Brasil, no fim de março, a nova geração do Chevrolet Tracker vem fazendo uma boa trajetória, especialmente para um ano tão conturbado. No acumulado até julho, o SUV compacto já tinha vendido mais do que em todo o ano de 2019, quando amargou uma décima colocação no segmento. Se mantiver seu ritmo de vendas, o modelo tem tudo para disputar entre os três utilitários-esportivos compactos mais vendidos do país. Depois de avaliarmos a motorização 1.2 turbo, chegou a vez de testarmos a versão LT 1.0 turbo, a mais em conta, equipada com câmbio automático. Desde o lançamento, a versão ficou R$ 6 mil mais cara.
(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)

Para-choque traseiro fica recuado, evidenciando outros elementos, como o spoiler do teto(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
Para-choque traseiro fica recuado, evidenciando outros elementos, como o spoiler do teto (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
Diferente da geração anterior, importada do México, o novo Tracker é fabricado no Brasil. O projeto é chinês e usa a plataforma GEM, a mesma dos novos Onix e Onix Plus, que tiveram nota máxima nos testes de colisão do Latin NCAP. Mas é preciso deixar claro que o bom desempenho em segurança do Tracker ainda não foi confirmado. O design do SUV é musculoso, com vincos bem marcados em toda a carroceria e caixas de roda encorpadas. Já os para-choques, principalmente o traseiro, não ficam em evidência, destacando outros elementos. As rodas de 16 polegadas não marcam muita presença nessa versão de entrada. O vidro traseiro é estreito, o que, junto a larga coluna C, compromete a visibilidade traseira.

Design do interior é 'limpo', destacando a tela de 8 polegadas do sistema multimídia(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
Design do interior é 'limpo', destacando a tela de 8 polegadas do sistema multimídia (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
O estilo do interior é “limpo”, tendo como destaque apenas a tela flutuante de oito polegadas do sistema multimídia. Ainda assim, o acabamento é excessivamente espartano, com muito plástico duro. Até que existe material emborrachado no painel e nas portas, principalmente nas partes que ficam em contato com os ocupantes, mas um carro que beira os R$ 100 mil merecia mais cuidado. Enquanto os tapetes acarpetados enriquecem um pouco o aspecto, o revestimento do teto já aparenta má qualidade. Os bancos revestidos em tecido dão um ar despojado ao interior. O quadro de instrumentos tem tela central de 3,5 polegadas com um gráfico bastante pobre, mas já ajuda ao trazer informações como velocímetro digital e computador de bordo.

Banco traseiro acomoda com conforto apenas dois ocupantes(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
Banco traseiro acomoda com conforto apenas dois ocupantes (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
O espaço interno é bom para um compacto. O motorista encontra em seu assento regulagem de altura e, no volante, ajustes em altura e distância. O banco traseiro oferece conforto a até dois passageiros, que contam com iluminação, duas tomadas USB e porta-trecos.

Com 393 litros, porta-malas não é dos maiores da categoria, mas o que compromete mesmo é o vão de abertura estreito(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
Com 393 litros, porta-malas não é dos maiores da categoria, mas o que compromete mesmo é o vão de abertura estreito (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
O porta-malas também não é dos mais espaçosos. Piora a situação o vão do compartimento de bagagem ser estreito, comprometendo a colocação de objetos volumosos. Ao menos o espaço tem iluminação e abriga o estepe de uso temporário. Se for necessário encher o veículo de tralhas, o encosto do banco rebate fracionado, formando uma superfície plana.

Para-choque 'rasgado' e vincos do capô compõem o visual musculoso do Tracker(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
Para-choque 'rasgado' e vincos do capô compõem o visual musculoso do Tracker (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
RODANDO O ponto forte do Tracker é o conjunto mecânico. O motor 1.0 turbo entrega muito torque em baixa rotação, resultando em um veículo sempre disposto a reagir rapidamente ao estímulo do acelerador, seja na cidade ou na estrada. Para melhorar, o consumo de combustível é baixo, coisa rara hoje em dia! O câmbio automático de seis marchas tem relações bem escalonadas e uma gestão eficiente, que realiza trocas no momento certo. O único senão é o mecanismo de troca de marchas manual, realizada por um botão na alavanca, que não te convida a “trabalhar”. Mesmo sem ter configurações sofisticadas, as suspensões entregam boa relação entre conforto e estabilidade. A direção tem assistência elétrica progressiva, com pesos adequados para cada situação.

CONTEÚDO A estratégia do Tracker continua sendo oferecer um bom nível de equipamentos já na versão de entrada, trabalhando com menos pacotes, com destaque para airbags frontais, laterais e de cortina, controles de tração e estabilidade, chave presencial e sistema multimídia com tela de oito polegadas e internet Wi-Fi. A versão LT ainda tem de série lanterna de neblina, luzes de rodagem diurna, regulagem elétrica dos faróis, assistente de partida em rampa, retrovisores com ajustes elétricos e sensores traseiros de estacionamento. Achou pouco? Por R$ 100 mil poderia ter mais, mas, comparado aos concorrentes, esse é um dos pacotes mais generosos disponíveis nessa faixa de preço.

SUV compacto mescla linhas esportivas e porte robusto(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
SUV compacto mescla linhas esportivas e porte robusto (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
CONCORRENTES Do ponto de vista mecânico, o concorrente direto do Tracker LT é o Volkswagen T-Cross 200 TSI AT6, que também traz motor 1.0 turbo e câmbio automático de seis marchas. A versão é mais cara (R$ 99.090) e ainda fica devendo chave presencial e câmera de ré. Seu sistema multimídia tem tela de 10 polegadas, mas nada de Wi-Fi. Sistema de frenagem pós-colisão e shift paddles são seus destaques.

O Jeep Renegade Sport 1.8 AT6 (R$ 94.890) também tem pacote inferior ao Tracker, com apenas dois airbags e multimídia com tela de cinco polegadas pra lá de básico. Ainda falta ao modelo sensores de estacionamento. De exclusivo, o Renegade tem freio de estacionamento elétrico e rodas de 17 polegadas. Já o Hyundai Creta Smart Plus 1.6 AT6 (R$ 91.590) também fica devendo ao trazer apenas airbags frontais. Ele também não tem chave presencial, mas compensa um pouco ao trazer ar-condicionado digital, assentos parcialmente forrados em couro, rodas de 17 polegadas e faróis com acendimento automático.



CONECTIVIDADE
O Chevrolet Tracker traz de série o sistema MyLink, com tela tátil de 8 polegadas. Seu diferencial é o wi-fi nativo para até sete dispositivos eletrônicos, o que transforma o veículo em um roteador móvel. A Chevrolet garante intensidade de sinal 12 vezes maior que o convencional e alcance de conexão a até 15 metros do veículo. Naturalmente, o uso de um chip de dados gera um custo mensal, que varia de R$ 29,90, no pacote de 2GB, a até R$ 84,90, para 20GB. Outra função conectada disponível é o OnStar, que oferece serviços de emergência, segurança e conveniência. Ainda é possível espelhar o smartphone pelo Android Auto e Apple CarPlay. O Bluetooth pode ser conectado com dois celulares simultaneamente. Outras mídias disponíveis são rádio e entrada USB. O sistem ainda conta com telefonia.



FICHA TÉCNICA

(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)

MOTOR

Dianteiro, transversal, três cilindros em linha, 12 válvulas, 999cm³ de cilindrada, flex, turbo, que desenvolve potência máxima de 116cv (com gasolina e etanol) a 5.500rpm e torques máximos de 16,3kgfm (g) e 16,8kgfm (e) a 2.000rpm

TRANSMISSÃO

Tração dianteira e câmbio automático de seis velocidades, com opção de trocas manuais

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS

Dianteira, independente tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira, semi-independente, com eixo de torção/ de liga leve de 7 x 16 polegadas/215/60 R16

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica progressiva

FREIOS
Com discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e EBD

CAPACIDADES
Do tanque, 44 litros; porta-malas, 393; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 410 quilos

DIMENSÕES
Comprimento, 4,27m; largura, 1,79m; altura, 1,62m; distância entre-eixos, 2,57m

PESO
1.228 quilos

DESEMPENHO
Velocidade máxima, 185km/h(e)
Aceleração até 100km/h, 10,9 segundos(e)


CONSUMO (*)

Cidade – 11,9km/l (g) / 8,2km/l (e)
Estrada – 13,7km/l (g) / 9,6km/l (e)

Dados do fabricante
(*) Dados do Inmetro
(g) gasolina; (e) etanol



EQUIPAMENTOS

(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)

DE SÉRIE
Airbags frontais, laterais e de cortina; alarme; controle eletrônico de estabilidade e tração; Isofix; lanterna de neblina; luz de condução diurna; regulagem de altura dos faróis; freios com ABS, sistema de distribuição de frenagem e assistência de frenagem de urgência; rack de teto; rodas de alumínio de 16 polegadas; spoiler traseiro; ar-condicionado; assistente de partida em aclive; câmera de ré; chave com sensor de aproximação; volante com regulagem em altura e distância; computador de bordo; console central com descansa-braço; controlador de limite de velocidade; controlador de velocidade de cruzeiro; controles do rádio e telefone no volante; desembaçador do vidro traseiro; retrovisores elétricos; painel de instrumentos com tela de 3,5 polegadas; sensor de estacionamento traseiro; para-sóis com espelho e cobertura; travas e vidros elétricos; bancos forrados em tecido; banco do motorista com regulagem de altura; banco traseiro bipartido e rebatível; sistema multimídia; e antena de teto.

OPCIONAIS
Pintura metálica (R$ 1.600).


Quanto Custa?
O Chevrolet Tracker LT 1.0 AT tem preço sugerido de R$ 95.890. Com o opcional listado, a unidade testada custa R$ 97.490.



CHEVROLET TRACKER x CONCORRENTES


VOLKSWAGEN T-CROSS 200 TSI AT6 –
O SUV compacto da marca alemã também tem motor 1.0 turbo, mas que desenvolve 116cv com gasolina e 128cv com etanol. O torque é de 20,4kgfm com os dois combustíveis. Com esse propulsor, o T-Cross tem máxima de 184km/h e acelera até 100km/h em 10,4 segundos, com etanol. Os números de consumo são 11km/l (g) e 7,6km/l (e) na cidade, e 13,5km/l (g) e 9,5km/l (e) na estrada. As dimensões do utilitário-esportivo são 4,19m de comprimento, 1,76m de largura, 1,56m de altura e 2,65m de distância entre-eixos. O porta-malas é de 373 litros e o peso é de 1.305 quilos. O preço da versão é R$ 99.090.

JEEP RENEGADE SPORT 1.8 AT6 –
O utilitário-esportivo compacto tem motor 1.8 aspirado que desenvolve 135cv com gasolina e 139cv com etanol. Os torques são de 18,7kgfm (g) e 19,2 (e) com os dois combustíveis. Com esse propulsor, o Renegade tem máxima de 182km/h e acelera até 100km/h em 11,1 segundos, com etanol. Os números de consumo são 10km/l (g) e 6,9km/l (e) na cidade, e 12km/l (g) e 8,6km/l (e) na estrada. As dimensões do utilitário-esportivo são 4,23m de comprimento, 1,80m de largura, 1,65m de altura e 2,57m de distância entre-eixos. O porta-malas é de 320 litros e o peso é de 1.448 quilos. O preço da versão é R$ 94.890.

HYUNDAI CRETA SMART PLUS 1.6 AT6 – O SUV da marca coreana tem motor 1.6 aspirado que desenvolve 123cv com gasolina e 130cv com etanol. Os torques são de 16kgfm (g) e 16,5 (e) com os dois combustíveis. Com esse propulsor, o Creta tem máxima de 172km/h e acelera até 100km/h em 12 segundos, com etanol. Os números de consumo são 10,1km/l (g) e 7,1km/l (e) na cidade, e 11,3km/l (g) e 8,2km/l (e) na estrada. As dimensões do utilitário-esportivo são 4,29m de comprimento, 1,78m de largura, 1,63m de altura e 2,59m de distância entre-eixos. O porta-malas é de 431 litros e o peso é de 1.359 quilos. O preço da versão é R$ 91.590.

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