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Estado de Minas TESTE

Com produção parada, Chevrolet Onix tem predicados para manter a liderança?

Confira o teste com o compacto que não vai 'rodar' pelas linhas de montagem da planta de Gravataí nos meses de abril e maio devido à falta de componentes


postado em 19/04/2021 08:36

(foto: Chevrolet/Divulgação)
(foto: Chevrolet/Divulgação)
Desde que alcançou o topo do mercado brasileiro de automóveis, liderança que já dura seis anos, o Chevrolet Onix vem mantendo uma diferença muito folgada em relação ao segundo colocado. Em 2019, por exemplo, bastaria manter o modelo nas “vitrines” por cinco meses, que ele já teria superado o segundo colocado, levando em consideração sua média mensal de vendas naquela ano, quando alcançou 241 mil emplacamentos, contra 104 mil do finado Ford Ka.

(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
Porém, em 2020, ano influenciado pelos impactos do coronavírus, o Onix sofreu um baque acentuado nas vendas, que foram para 135 mil, queda vertiginosa de 44%, acima da média de 26% do mercado interno, considerando automóveis e comerciais leves. Já neste ano, em um cenário de escassez de componentes, em especial os itens eletrônicos, a Chevrolet anunciou a interrupção da produção do modelo na planta de Gravataí (RS) durante os meses de abril e maio. Quem aproveitou este cenário foi a picape Fiat Strada, que no mês de abril tomou a liderança geral do mercado interno, uma façanha para um comercial leve. Porém, a falta de componentes já alcançou a Fiat, que anunciou uma pausa de 10 dias no segundo turno de produção.

(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
Para ver se o modelo ainda reúne predicados para retomar a liderança, testamos o Onix 2022 em sua versão de topo Premier 2. A segunda geração do Onix foi lançada no fim de 2019, portanto, com muito fôlego de mercado, já que ainda está longe de uma reestilização. Mesmo tendo mantido a identidade com a geração anterior, o visual do atual o supera, com a grade que domina a dianteira, vincos bem marcados e alguns elementos esportivos, conforme a versão. Enfim, o design do modelo está atualizado.

(foto: Adriano Sant'anna/EM/D.A Press)
(foto: Adriano Sant'anna/EM/D.A Press)
O interior tem bom espaço para um compacto, acomodando com conforto até dois passageiros no banco de trás. O porta-malas tem 275 litros de volume, na média dos concorrentes e adequado para o segmento. Na versão de topo, o acabamento é despojado (no bom sentido), com bancos revestidos em couro, mesclando dois tons, tapetes acarpetados, couro nas portas e um aplique com textura e cor diferenciada no centro do painel, detalhe que quebra a monotonia, mas não esconde o excesso de plástico duro para uma versão que beira os R$ 90 mil.

(foto: Adriano Sant'anna/EM/D.A Press)
(foto: Adriano Sant'anna/EM/D.A Press)
É no custo/benefício do conjunto mecânico que o Onix se destaca, já que os concorrentes que oferecem motor 1.0 turbo e câmbio automático custam bem mais caro que os R$ 68.390 iniciais cobrados pela Chevrolet: o Volkswagen Polo Comfortline custa R$ 85.815, diferença de R$ 17.425; já o Hyundai HB20 Evolution custa R$ 78.890, diferença de R$ 10.500. E este conjunto reúne características viciantes. O motor 1.0 turbo tem o potencial de reunir ao mesmo tempo baixo consumo de combustível com uma boa performance, desde que o motorista saiba e queira usá-lo desta forma. Já o câmbio automático é ideal para lidar com o para e anda do trânsito urbano, sem muito espaço para uma condução emocionante.

(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
No Onix, o motor 1.0 turbo oferece bom torque em baixas rotações e rápida capacidade de resposta para ultrapassagens e retomadas de velocidade, que é mesmo o esperado para um propulsor sobrealimentado. O câmbio automático de seis marchas tem boa gestão, assimilando bem as intenções do motorista. A suspensão oferece bom suporte para o desempenho do modelo em relação à estabilidade, aliando também bom conforto de rodagem. A direção tem assistência elétrica, leve nas manobras e mais firme em alta velocidade.

Outro ponto a favor do Onix é o pacote de segurança já na versão de entrada, composto por seis airbags, Isofix, e controle de estabilidade e tração. Entre as versões de entrada dos concorrentes citados, o Polo fica atrás por oferecer quatro airbags, enquanto o HB20 traz apenas as obrigatórias bolsas frontais e ainda fica devendo controle de tração e estabilidade.

Em relação à versão de topo, os itens que se destacam no Onix Premier 2 são chave presencial (apesar do manuseio ser ruim, com botão disponível apenas na porta do motorista), acendimento automático dos faróis, monitoramento de pressão dos pneus, retrovisores com ajustes elétricos, roda de liga leve de 16 polegadas, ar-condicionado digital, assistente de partida em aclive, volante com regulagem em altura e distância, assistente de estacionamento automático, alerta de ponto cego, sensores de estacionamento dianteiro, lateral e traseiro, carregamento sem fio para smartphone e sistema multimídia com tela tátil de oito polegadas e Wi-Fi embarcado (serviço pago, com pacotes de dados variando entre R$ 29,90 e R$ 84,90).

A versão do Polo com preço semelhante ao do Onix Premier 2 é a intermediária 200 TSI Comfortline (R$ 85.815), que fica atrás com as rodas de 15 polegadas, bancos revestidos em tecido, sistema multimídia com tela de 6,5 polegadas bem mais limitado, ar-condicionado analógico, além de não trazer carregador Wi-Fi, alerta de ponto cego e assistente de estacionamento. Já a versão de topo do HB20 é a 1.0 TGDI Evolution (R$ 78.890), mais em conta, com rodas de 15 polegadas, controle de tração e estabilidade, multimídia com tela de oito polegadas sem acesso nativo à internet. O hatch coreano ainda oferece como opcional um pacote com itens semiautônomos.



FICHA TÉCNICA
(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)

MOTOR (*)
Dianteiro, transversal, três cilindros em linha, 12 válvulas, 999cm³ de cilindrada, flex, turbo, que desenvolve potência máxima de 116cv (gasolina e etanol) a 5.500rpm e torques máximos de 16,3kgfm (g) e 16,8kgfm (e) a 2.000rpm

TRANSMISSÃO (*)
Tração dianteira, com câmbio automático de seis velocidades, com opção de trocas manuais

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS (*)
Dianteira, independente tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira, semi-independente, com eixo de torção/de liga leve, com 6,5 x 16 polegadas/195/55 R16

DIREÇÃO (*)
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica progressiva

FREIOS (*)
Com discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e EBD

CAPACIDADES (*)
Do tanque, 44 litros; porta-malas, 275 litros; e de carga útil (passageiros mais
bagagem), 375 quilos

PESO (*)
1.113 quilos

DIMENSÕES (*)
Comprimento, 4,16m; largura, 1,73m; altura, 1,47m; distância entre-eixos, 2,55m

PERFORMANCE (*)

Velocidade máxima de 185km/h(e)
Aceleração até 100km/h em 10,9s (e)

CONSUMO (**)
Cidade: 10,1km/l(g)/8,3km/l(e)
Estrada: 14,4km/l(g)/12km/l(e)

(*) Dados dos fabricantes
(**) Dados do Inmetro
(g) gasolina; (e) etanol


EQUIPAMENTOS
(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)

DE SÉRIE
Airbags frontais, laterais e de cortina; acendimento automático dos faróis; alarme; controle de estabilidade e tração; assistente de estacionamento automático; alerta de ponto cego; sensores de estacionamento dianteiro, lateral e traseiro; desembaçador, limpador e lavador do vidro traseiro; luz de condução diurna em LED; luzes laterais indicadoras de direção; Isofix e Top Tether; freios com ABS, distribuição de frenagem e assistência de frenagem de urgência; sistema de imobilização do motor; monitoramento da pressão dos pneus; retrovisores com ajuste elétrico; roda de liga leve aro 16; ar-condicionado digital; assistente de partida em aclive; câmera de ré; chave presencial; volante com regulagem em altura e distância; computador de bordo; console central com descansa-braço; controlador de limite de velocidade e de velocidade de cruzeiro; controles do rádio e telefone no volante; painel de instrumentos com tela de 3,5 polegadas; vidros e travas elétricos; banco do motorista com regulagem de altura; banco traseiro bipartido e rebatível; bancos com revestimento em couro; Chevrolet MyLink com tela tátil de oito polegadas, Wi-Fi embarcado, integração com smartphones sem cabo (Android Auto e Apple CarPlay), rádio, Bluetooth para até dois celulares simultaneamente; conjunto de seis alto-falantes; e carregamento sem fio para smartphone.

OPCIONAIS
Pintura metálica (R$ 1.600).


QUANTO CUSTA?
(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)
(foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press)

O Chevrolet Onix 1.0 Turbo AT6 tem preço inicial de R$ 68.390. A versão testada, Premier 2, é a topo de linha, com preço sugerido de R$ 88.890. Com o opcional descrito, o preço da unidade em teste sobe para R$ 90.490.

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