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Estado de Minas

Amarok Extreme é parruda e cheia de disposição

A Amarok Extreme, picape média de cabine dupla, teve o motor 3.0 V6 TDI recalibrado, garantindo desempenho muito bom no asfalto e na terra


postado em 04/02/2021 06:00

(foto: Jorge Lopes/Estado de Minas)
(foto: Jorge Lopes/Estado de Minas)
São mais de 5 metros de comprimento e quase 2m de largura. Sob o capô, traz um motor 3.0 litros V6 turbodiesel de singelos 258cv e quase 60kgfm de torque. Esses são bons argumentos para impressionar os aficionados pelas picapes médias, mas, despeito disso, a Volkswagen Amarok foi apenas o quarto modelo mais emplacado do segmento em 2020. Na prática, o modelo tem motor que garante muita disposição, com ou sem carga, trafegando sem problemas no asfalto ou na terra. Contudo, o espaço no banco traseiro não proporciona conforto para os caronas, a suspensão é um pouco dura e a direção com assistência hidráulica é pesada.

Testamos a Amarok V6 na versão Extreme, topo de linha, ainda modelo 2020, que traz o mesmo visual padrão da Volkswagen, com linhas sem ousadia, mas com detalhes para valorizar a estampa. Na frente, a picape traz grade de barras cromadas com o fundo preto e faróis bixênon com luz de condução diurna de LED. Os auxiliares de neblina trazem luz de conversão, que amplia o foco da iluminação em curvas. A frente da picape é alta e a parte inferior do para-choque tem entrada de ar do tipo colmeia, além de boa inclinação que garante bom ângulo de entrada.

A versão estava equipada com rodas de liga leve, pintadas em prata e preto, de 20 polegadas, com pneus 255/50. Os retrovisores externos são pintados em preto brilhante e os estribos laterais tubulares trazem cobertura de plástico antiderrapante. Detalhe interessante na versão é o santantõnio estilizado, com a logo Extreme nas laterais. A traseira tem lanternas verticais em LED e o para-choque cromado traz estribo com cobertura de plástico preto, além de conexão para carretinha.

A larga saída de escape fica camuflada sob o para-choque. A tampa da caçamba não tem abertura tão simples, já que exige um pouco mais de esforço, além de ser bem pesada. Deveria ter sistema que alivia o peso. A caçamba tem bom espaço, com cobertura de plástico e quatro ganchos para amarração de carga. O estepe fica sob a caçamba, normalmente bem sujo, dificultando sua utilização. O vidro traseiro da picape de cabine dupla tem desembaçador, mas não conta com janela e nem barras de proteção.

Decepção

À primeira vista, a cabine da Amarok parece ter espaço generoso. Os bancos dianteiros são, realmente, confortáveis, com comandos elétricos, abas laterais e prolongamento do assento para apoiar bem as pernas. Atrás, as portas são menores, dificultando um pouco o acesso, e o banco tem espaço limitado, ideal para duas pessoas. No meio, o console invade o espaço e o túnel com um porta-copos em cima já determina que não é bom sentar ali. O encosto do banco traseiro é posicionado praticamente a 90 graus, ou seja, bem desconfortável em viagens longas, mas tem apoios de cabeça e cintos de segurança retráteis para três pessoas. Os passageiros que sentam atrás não contam com entrada USB e nem saídas de ar-condicionado. Tem apenas uma tomada 12V, luz central no teto e puxadores para ajudar no acesso, já que a picape é bem alta.

O acabamento interno é de boa qualidade, com bancos revestidos em couro preto, com parte perfurada e costura branca. No painel predomina o plástico duro, com detalhes imitando alumínio. Nos painéis das portas, só plástico, mas com comandos bem localizados e iluminados. O volante tem regulagem de altura e distância, com comandos para o som, celular e computador de bordo, além das aletas para trocas de marchas. No console central, teclas para desativar o controle de estabilidade, bloqueio do diferencial e o sistema off road de auxílio de descida em rampa. Os instrumentos do painel têm fundo preto, sendo o conta-giros e o velocímetro analógicos. No meio, a telinha do computador de bordo exibe os dados habituais e mais pressão dos pneus e indicação de navegação.

A Amarok Extreme traz de série a central multimídia Discover Media, com tela tátil pequena, App-Connect, CD-player/MP3, conexão Bluetooth, uma entrada USB e outra auxiliar, e dois SD-card. O sistema de navegação é nativo, facilitando a vida do motorista. Traz, ainda, espelhamento de smartphone via Apple CarPlay e Android Auto, além de rádio, comando por voz, informações sobre o trânsito, visor off road com bússola, indicadores de inclinação das rodas, ângulo de direção e medidor de altura.

Desempenho

Mas o principal atrativo da Amarok está sob o capô. Trata-se do motor 3.0 litros V6, turbodiesel, que foi recalibrado, passando de 225cv para 258cv e com o torque indo de 56,1kgfm para 59,1kgfm. Parece pouco, mas não é. Na prática, todo esse torque já está disponível a 1.400rpm, ou seja, proporcionando muita força nas arrancadas e fazendo a picape ganhar velocidade rapidamente.

E se você achar pouco, basta pisar fundo no acelerador para ativar a função Overboost, que eleva a potência para 272cv, garantindo retomadas de velocidade ainda mais seguras. O motor atua em conjunto com o câmbio automático de oito velocidades, que proporciona trocas suaves, sem trancos e na hora certa. Motor e câmbio atuam de forma equilibrada, boa dirigibilidade na cidade e na estrada.

Para deixar a condução ainda mais esportiva, o câmbio tem a posição S, que faz as mudanças de marchas em rotações mais elevadas. E as trocas manuais podem ser feitas na própria alavanca ou nas aletas atrás do volante. No nosso percurso de teste, o computador de bordo registrou consumo de 6km/l na cidade e 8,5km/l na estrada. A Amarok Extreme tem tração integral, que atua de acordo com a necessidade, garantindo aderência em pisos irregulares e escorregadios. As suspensões foram calibradas para atender às exigências do motor, garantindo boa estabilidade em curvas, mas desde que não haja abusos, pois, assim, a carroceria pode balançar e inclinar um pouco mais. Além disso, as suspensões com ajuste mais rígido transferem as irregularidades do solo para a cabine.

A picape tem ainda freios a disco nas quatro rodas, com todo o auxílio eletrônico, mas a direção tem assistência hidráulica, o que a deixa mais pesada em manobras de baixa velocidade, além de ter um diâmetro de giro maior. Por isso, é preciso ter paciência para estacionar, e faz com que os sensores e a câmera de ré se tornem indispensáveis. A Amarok Extreme traz de série vários outros recursos eletrônicos, como o controle de estabilidade (ESC), controle automático de descida, assistente para partida em subida (HSA), controle de tração, bloqueio eletrônico do diferencial (EDS), Post Collision Brake, que para o veículo após uma batida frontal, e dois airbags frontais e dois laterais dianteiros.

Competidores

Entre os principais concorrentes da Amarok, a campeão de vendas é a Toyota Hilux, que tem a versão SRX 2.8 turbodiesel 4x4 como topo de linha. Tem motor de 204cv e 50,9kgfm de torque, com câmbio automático de seis marchas. Com seus 5,32m de comprimento, traz a lista de equipamentos semelhante à da Amarok, mas com sete airbags, alerta de mudança de faixa, faróis e lanternas com LED, 4x4 com acionamento eletrônico e bloqueio do diferencial, tudo por R$ 250.690.

Já a Chevrolet S10 High Country 2.8 4x4, a maior de todas, com 5,40m de comprimento, tem preço de R$ 233.190. O motor turbodiesel desenvolve 200cv e 51kgfm de torque. Tem uma lista de equipamentos bem completa também, com destaque para seis airbags, alerta de colisão frontal, alerta de saída de faixa, capota marítima, direção com assistência elétrica e Wi-Fi nativo.

A Ford Ranger Limited 3.2 turbodiesel 4x4 é a mais simples no que diz respeito a equipamentos. Destaque para seis airbags, controles de tração e estabilidade, e auxílio de descida e subida. Com 5,35m de comprimento, a picape topo de linha da Ford tem motor de 200cv e 47,9kgfm de torque, associado ao câmbio automático de seis marchas.

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