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Estado de Minas

Relembre a trajetória do Fiat Brava, hatchback que completou 20 anos no Brasil

Modelo foi lançado em 1999 para substituir o Fiat Tipo. Apesar do design sedutor, faltou um motor mais potente para que o Brava se tornasse um sucesso no mercado brasileiro


postado em 30/12/2019 11:09 / atualizado em 30/12/2019 11:49

Versão esportiva HGT trazia motor 1.8 16V com 'emocionantes' 132cv de potência(foto: Fiat/Divulgação)
Versão esportiva HGT trazia motor 1.8 16V com 'emocionantes' 132cv de potência (foto: Fiat/Divulgação)

A história da Fiat no segmento de hatches médios é marcada por altos e baixos, mas o certo é que nenhum dos modelos comercializados pela marca no mercado brasileiro chegou a ser um estouro de vendas por muito tempo. O Fiat Brava é um exemplo disso. Lançado na Itália em 1995, o modelo começou a ser produzido na fábrica de Betim em 1999, tendo como difícil missão substituir o Tipo. Com design sedutor, o Brava teve seus momentos de glória, mas seu conjunto mecânico fraco determinou seu fim em 2003.


No mercado brasileiro, a história da Fiat no segmento de modelos médios começou com o sedã Tempra e o hatch Tipo, ambos com carroceria de linhas retas, amplo espaço interno e preço convidativo. O Tipo chegou ao Brasil importado da Itália e, em 1995, conseguiu o feito de superar o imbatível VW Gol como o carro mais vendido no país por três meses. No ano seguinte, passou a ser produzido em Betim, mas a nacionalização trouxe problemas. Casos de incêndio envolvendo o modelo determinaram o fim da sua história.

O hatch de cinco portas tinha linhas arredondadas(foto: Fiat/Divulgação)
O hatch de cinco portas tinha linhas arredondadas (foto: Fiat/Divulgação)

Enquanto isso, na Itália a Fiat lançava os hatches médios Bravo, de três portas, e Brava, de cinco portas, com linhas mais arredondadas. Os dois modelos foram apresentados no Brasil no Salão do Automóvel de São Paulo de 1998, mas a ideia era, inicialmente, importar apenas o Bravo em duas versões: a SX 1.6 16V, de 106cv, e a HGT 2.0 20V, de 142cv, mesmo conjunto mecânico do Marea. Mas com a alta do dólar, em 1999 a Fiat resolveu cancelar a importação do Bravo, que se tornou inviável diante da forte concorrência do VW Golf e do Chevrolet Astra.

Lanterna composta por três elementos destacados era um dos destaques do modelo(foto: Fiat/Divulgação)
Lanterna composta por três elementos destacados era um dos destaques do modelo (foto: Fiat/Divulgação)

A solução encontrada pela marca italiana foi anunciar a produção do Brava em Betim, onde já era fabricado o sedã médio Marea, do qual era derivado. Com 70% de índice de nacionalização, o Fiat Brava começou a ser produzido no Brasil no fim de 1999, e marcou época por ser o primeiro modelo vendido pela internet. Para que tivesse preços competitivos, a Fiat reduziu a potência do motor 1.6 de 106cv para 99cv, enquadrando o modelo em uma faixa mais baixa de IPI, de carros com até 100cv. Mas era pouca potência para os cerca de 1.200 quilos do hatch.

Painel da versão ELX, equipada com CD player(foto: Arquivo EM)
Painel da versão ELX, equipada com CD player (foto: Arquivo EM)

POTÊNCIA Porém, o governo fez mudanças nas faixas do IPI, e a Fiat resolveu retornar a potência do motor 1.6 do Brava para 106cv, prejudicando algumas centenas de consumidores que haviam comprado o modelo de 99cv. Isso prejudicou as vendas do modelo e obrigou a montadora a fazer promoções e oferecer bônus. Quem comprava a versão SX ganhava o ar-condicionado.

Em fevereiro de 2000, a Fiat lançou o Brava HGT, versão com pegada esportiva, equipada com moto 1.8 16V de 132cv, direção hidráulica, rodas de liga leve de 15 polegadas, spoiler traseiro e toca CDs. Freios ABS, vidros traseiros elétricos e airbgs laterais eram opcionais.

Interior do Fiat Brava(foto: Fiat/Divulgação)
Interior do Fiat Brava (foto: Fiat/Divulgação)

A linha 2001 do Fiat Brava trouxe algumas novidades, como volante de quatro raios e vidros elétricos dianteiros para a versão SX. Já a versão ELX acrescentava toca CDs e para-brisa degradê. Nesta época, o Brava já trazia alguns itens diferenciados, como abertura interna do porta-malas e regulagem elétrica do facho dos faróis. Mas naquele ano, a Fiat já dava indicativo de que Brava e Bravo já estavam no telhado, pois no Salão do Automóvel de Genebra a marca apresentou o Stilo, que substituiria os dois modelos.

Antes de isso acontecer, em maio de 2001, o Brava ganhou o kit comfort, que trazia vidros elétricos com sistema um toque e antiesmagamento, travamento automático das portas a partir de 30km/h e chave com telecomando. Mas a lista de equipamentos de série incluía ainda direção hidráulica, ar-condicionado, volante regulável em altura, luz traseira de neblina e abertura interna do porta-malas.

Porta-malas tem volume de 370 litros(foto: Fiat/Divulgação)
Porta-malas tem volume de 370 litros (foto: Fiat/Divulgação)

A linha 2002 do Brava não trouxe mudanças no visual e nem nos preços, mas o motor 1.6 16V passou por uma atualização, com modificações internas, passando de 1.580cm³ para 1.596cm³. A potência foi mantida em 106cv, mas o torque subiu de 15,1kgfm para 15,4kgfm. Foram alterações feitas para tentar deixar o Brava mais econômico antes da chegada do sucessor Stilo, que estava prevista para 2003.

A Fiat chegou a afirmar que no Brasil o Stilo não substituiria o Brava, se posicionado entre ele e o Marea. Em setembro de 2002, a Fiat lançou a linha 2003 do Brava, Marea e Marea Weekend, com preços promocionais, porém, dois meses depois já era difícil encontrar o hatch nas concessionárias da marca. Com o lançamento do Stilo pouco tempo depois, o Brava deixou de ser produzido e as últimas unidades foram “desovadas” a preços de liquidação. Mas o anúncio oficial do fim da produção do Brava só foi feito pela Fiat um ano depois do lançamento do Stilo no Brasil.

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