Os efeitos da pandemia da COVID-19 se alastram pelo mundo e além de tirar a vida de mais de 1,6 milhão de pessoas, deixando outros milhões infectados, também causa danos às economias de vários países. E o Brasil não está livre dessas consequências, com muitas empresas revendo seus projetos futuros por aqui. Foi o que aconteceu com a Mercedes-Benz, que anunciou hoje o fim da produção dos modelos Classe C e GLA sua fábrica em Iracemápolis, no interior de São Paulo.
Em seu comunicado oficial, a Mercedes-Benz alegou que “pretende otimizar sua rede global de produção e analisa diferentes possibilidades para o futuro da fábrica de automóveis de Iracemápolis”. A montadora alegou ainda que tem foco na “mobilidade neutra em CO²” e está investindo “na eletrificação e digitalização de seus veículos”. Mas a fabricante alemã reconheceu que “a situação econômica no Brasil tem sido difícil há muitos anos e foi agravada pela pandemia da COVID-19, contribuindo para a queda significativa nas vendas de automóveis premium”.
Diante desses fatores, a Mercedes-Benz AG decidiu por encerrar a produção de automóveis na fábrica de Iracemápolis, que foi inaugurada em março de 2016. A empresa garante que está buscando a melhor solução para os 370 colaboradores da fábrica, incluindo a possibilidade de um Programa de Demissão Voluntária (PDV). A Mercedes-Benz informou ainda que “o volume de automóveis que era produzido em Iracemápolis será transferido para outras fábricas da rede de produção global”.
A marca tem cerca de 50 concessionários de automóveis premium no Brasil, que vão continuar oferecendo os veículos Mercedes-Benz produzidos em outros países. Além disso, a empresa confirma a continuidade das unidades de produção em São Bernardo do Campo (SP), onde são feitos caminhões e chassis de ônibus, e Juiz de Fora (MG), onde são feitas cabinas de caminhões. Na planta de Juiz de Fora, inaugurada em 1998, a Mercedes-Benz já produziu a primeira geração do Classe A, o Classe C e o CLC.
Com o fechamento da fábrica de Iracemápolis, levanta-se a possibilidade de que isso poderá desencadear um efeito dominó. Com a economia brasileira sem demonstrar reações convincentes, há quem acredite que outras marcas poderão encerrar a produção local e se dedicar apenas à importação de veículos. É um cenário imprevisível, repleto de dúvidas e dependente de ações do governo e da chegada da vacina da COVID-19, fatores que podem contribuir para a retomada da economia.