
Depois de alguns anos de ausência no mercado brasileiro, o Fiat 500 retorna renovado e com um detalhe importante: chega como o primeiro modelo 100% elétrico da marca comercializado no país. Construído sobre a plataforma Mini EV, o subcompacto é equipado com motor elétrico de 118cv e 22,4kgfm de torque, com possibilidade de recarga das baterias em tomada de três pinos doméstica, WallBox ou sistema ultra-rápido, variando de 35 minutos a quatro horas para o reabastecimento. O modelo chega carregado de tecnologia, trazendo sistemas de auxílio à condução. A autonomia pode variar de 320 a 460 quilômetros, dependendo do modo de condução e velocidade. O Fiat 500e entra em pré-venda de hoje até 10 de setembro, e os 20 primeiros ganham um carregador rápido que permite recarga em 6 horas.
O Fiat 500 completou em julho 64 anos de existência, passando de um carro pensado para favorecer a mobilidade na Europa do pós-guerra, a um modelo de nicho que encanta seu público pela proposta charmosa. No Brasil, o Cinquecento chegou após a reestilização de 2007, sua segunda geração, e foram vendidas cerca de 40 mil unidades por aqui. Mas em 2016 foram comercializadas apenas 1.056 unidades, e no ano seguinte, com o fim do estoque, o modelo deixou de ser vendido no país.

MUDANÇAS O Fiat 500e mantém o estilo proposto pelo modelo lançado na década de 1950, mas teve que ser modernizado para receber o conjunto elétrico. As dimensões do hatch subcompacto cresceram, sendo 61mm no comprimento, 22mm da distância entre-eixos, 57mm na largura e 29mm na altura. Suas formas ficaram ainda mais charmosas e a nova grade frontal traz o 500e centralizado, o conjunto óptico ganhou faróis full LED, inclusive os de neblina, e as luzes diurnas (DRL) no capô parecem “sobrancelhas”.

POR DENTRO O pequeno italiano também mudou por dentro, trazendo linhas horizontalizadas no painel, que tem os instrumentos em uma tela digital TFT de sete polegadas, com todas as informações necessárias ao motorista. No centro do painel, uma tela tátil de 10,25 polegadas abriga o sistema multimídia, por onde também é possível verificar todo o sistema elétrico do carro, acompanhando a carga da bateria e a autonomia do carro.

ARQUITETURA A plataforma Mini BEV com as baterias sob o assoalho favorecem a otimização do aproveitamento do espaço interno e a melhor distribuição do peso entre os eixos, além de baixar o centro de gravidade do veículo. Com isso, o Fiat 500e ganha ainda mais em estabilidade e proporciona uma condução mais segura. As baterias de íons de lítio são de alta capacidade de armazenamento (42 kWh). A coluna de direção conta com regulagem axial e o freio de estacionamento é elétrico.

No modo Range ativa-se a função One Pedal Driving, que melhora a recuperação da energia, a desaceleração aumenta e o freio é usado apenas para emergências ou para parar completamente o carro. O motorista usa basicamente o pedal do acelerador. Neste modo, otimiza-se a frenagem regenerativa e, consequentemente, a autonomia.

De acordo com a Fiat, o 500e tem autonomia de 320 quilômetros para quem roda cerca de 30 quilômetros por dia. Mas se o veículo for colocado no modo Sherpa, com velocidade máxima de 60km/h e a temperatura ambiente estiver na casa dos 25 graus, a autonomia pode chegar a 460 quilômetros. Uma combinação nem sempre fácil de ser alcançada no dia a dia. A montadora revela que, comparado a um motor a combustão, essa autonomia equivaleria a um consumo médio acima de 62km/l de combustível.

CARREGAMENTO O Fiat 500e já vem com carregador próprio, que conta com cabo padrão de 6 metros de comprimento para a recarga doméstica. Basta conectar o cabo a uma tomada de três pinos em casa, com rede de 127V, para que a recarga completa da bateria seja feita em 24 horas. A tomada inteligente Type 2, localizada na lateral direita do veículo, permite o carregamento tanto em AC (corrente alternada) como em DC (corrente contínua).
A recarga pode ser feita também por WallBox e a Fiat indica a marca WEG, sua parceira certificada. Com esse equipamento, a recarga completa pode ser feita em até 4 horas. Mas o 500 elétrico tem sistema de carga ultra-rápida em corrente contínua de até 85 kW, que permite recarregar a bateria em apenas 5 minutos, gerando reserva de energia suficiente para viajar 50 quilômetros dentro da cidade. Em 35 minutos de carga ultra-rápida, é possívem recarregar até 80% da bateria. A Fiat informa que vai disponibilizar inicialmente 250 pontos de recarga em estacionamentos, supermercados e outros, mas pretende ampliar ainda mais.

O 500e conta ainda com o Lane Centering, que reconhece os sinais de trânsito, faixas de marcação na pista, mantendo o carro no centro da faixa de rodagem. O pacote de assistência à condução traz também assistente de frenagem autônoma com detecção de pedestre, detector de placas de limite de velocidade, detector de fadiga, monitoramento de ponto cego, sensores de estacionamento 360 graus, assistente de estacionamento (Park Assist). No quesito segurança, inclui seis airbags, câmera traseira de alta resolução, comutador de luz alta, sensor de chuva e monitoramento de pressão dos pneus.

A central multimídia tem formato horizontal e conexão por Apple CarPlay e o Android Auto sem fio. Pode ser atualizada via web, tem comandos de voz, permite programar o ar-condicionado e pode escolher músicas. Traz navegação com mapa em 3D, atualização do TOM TOM Maps, rádio AM-FM, Dual Tuner, Bluetooth e USB. O bloco de carregamento do Wireless Charger apresenta um easter egg da silhueta do horizonte de Turim. Todos os recursos pode ser acessados pelo smartphone, smartwatch e Assistente Virtual (Alexa). No 500 elétrico é possível ter acesso ao Wi-Fi Hotspot embarcado, que permite a conexão de até oito dispositivos ao mesmo tempo.
A Fiat espera vender 120 unidades do 500e até o final do ano. O modelo tem garantia de três anos, mas a bateria tem cobertura de oito anos ou 160 mil quilômetros. O fabricante aponta o Renault Zoe (de R$ 205 mil a R$ 220 mil) e o Chevrolet Bolt (R$ 270.170) como os principais concorrentes do 500e (R$ 239.990), e acredita que até 2030 a eletrificação de veículos deve crescer muito no Brasil, mas afirma que isso ocorrerá proporcionalmente ao aumento da infraestrutura.