De São Paulo – A Honda resolveu reestruturar seu portfólio no Brasil e escolheu o novo City para ser uma espécie de coringa, já que o Civic e o Fit não serão mais produzidos por aqui. Além da carroceria sedã, que chegará ao mercado brasileiro em janeiro, o modelo terá uma opção hatchback, prevista para março, ambas equipadas com o novo motor 1.5 e câmbio automático do tipo CVT. Dirigimos o City sedã pelas estradas de São Paulo e no rápido contato foi possível perceber que o novo motor proporciona bom desempenho, apesar de ter funcionamento ruidoso. Os preços do novo Honda City vão de R$ 108.300 a R$ 123.100.
O Honda City sedã foi lançado em 1996, mas estreou no mercado brasileiro somente em 2009. A 4ª geração, atualmente disponível no Brasil, foi lançada em 2014 e nunca teve muita força diante de seus principais concorrentes. Com as vendas em baixa, no acumulado de janeiro a novembro deste ano teve cerca de 6 mil unidades emplacadas. Mas agora, na quinta geração, o novo Honda City promete ter um papel diferente no portfólio da Honda, acolhendo os órfãos do Civic e do Fit, e aqueles que não têm interesse em SUVs.
VISUAL A quinta geração do City traz mudanças também no visual, que ficou mais robusto, principalmente na dianteira, onde agora um friso cromado mais largo atravessa de uma extremidade a outra, cobrindo a estreita grade e unindo os faróis, que são full LED na versão de topo Touring. Desde a versão de entrada o sedã traz luz diurna (DRL) em LED. O para-choque dianteiro traz uma entrada de ar inferior maior e abriga os faróis de neblina. O capô parece um pouco mais alto e as laterais têm vincos marcantes que acentuam a linha de cintura elevada.
Por dentro, o painel traz linhas mais horizontais, com detalhes em black piano e tela de sete polegadas configurável que abriga os instrumentos, mas nas versões EXL e Touring. O sistema multimídia tem tela tátil de oito polegadas, conectividade por Apple CarPlay e Android Auto, e câmera de ré com visão de 180 graus e superior. Na versão de entrada EX os bancos são revestidos em tecido, enquanto na EXL e Touring, em couro. Os bancos dianteiros ganharam desenho mais anatômico, mas não trazem ajuste lombar.
DIRIGINDO Outra novidade importante no Honda Civic 2022 é o motor i-VTEC 1.5 DOHC, flex, que, de acordo com a Honda, é totalmente novo, com injeção direta de combustível e comando duplo de válvulas. Ele desenvolve 126cv com ambos os combustíveis, mas o torque é de 15,5kgfm com gasolina e 15,8kgfm com etanol. O propulsor trabalha em conjunto com o câmbio automático do tipo CVT, que simula sete marchas que podem ser trocadas manualmente por meio dos paddles shifts atrás do volante.
Na prática, esse conjunto proporciona bom desempenho ao sedã, com respostas imediatas às acelerações, proporcionando agilidade no trânsito urbano e segurança nas retomadas de velocidade. Mas na estrada, quando se pisa fundo no acelerador e o giro sobe, o motor passa a trabalhar de forma ruidosa, contrariando a afirmação da Honda de que o sedã ganhou melhorias no isolamento acústico.
SEGURANÇA Outro detalhe interessante na linha 2022 do City é que o modelo passa a contar com o Honda Sensing na versão de topo Touring. O sistema de auxílio à condução traz controle de cruzeiro adaptativo (ACC), que auxilia o motorista a manter a distância em relação ao veículo à frente; sistema de frenagem para mitigação de colisão, acionando o freio ao detectar uma possível colisão frontal; sistema de assistência de permanência em faixa; sistema para mitigação de evasão de pista, que detecta a saída da pista e ajusta a direção com o objetivo de evitar acidentes; e o ajuste automático de farol.
Já a versão EXL, de R$ 114.700, acrescenta bancos revestidos em couro, painel de instrumentos com tela TFT de sete polegadas, Lane Watch (câmera no retrovisor direito) e sensor de estacionamento traseiro. A versão Touring, de R$ 123.100, acrescenta faróis full LED, sensor de estacionamento dianteiro e o Honda Sensing. A Honda aposta no bom conteúdo de equipamentos e nos bons números de potência e torque do motor, maiores do que os da concorrência. Só resta esperar o início das vendas em janeiro para saber como será a aceitação do novo City.
(*) Jornalista viajou a convite da Honda